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Papa chega nesta sexta ao Iraque, que vive êxodo de cristãos

05.03.21 07:33

O papa Francisco (foto) chega nesta sexta, 5, ao Iraque, onde irá permanecer até a segunda, 8. Ele deve visitar as cidades de Bagdá, Erbil, Qaraqosh e Mossul — as duas últimas liberadas do grupo terrorista Estado Islâmico há quatro anos.

Esta é a primeira vez que um papa visita o Iraque, e isso deverá chamar a atenção para o que acontece com os cristãos no Iraque e no resto do Oriente Médio“, diz Marco Cruz, secretário-geral da ONG Portas Abertas. O país está passando por um êxodo de cristãos. De acordo com a Portas Abertas, que auxilia cristãos perseguidos no mundo todo, havia 1,5 milhão de cristãos no Iraque nos anos 1990. Atualmente há apenas 175 mil. Para 2024, a expectativa é que esse número caia para 23 mil.

Os cristãos sofreram muito com o avanço do Estado Islâmico. Para fugir do perigo, milhares foram para a região do Curdistão, ao norte, mais segura. Contudo, após a derrota do grupo em 2019, eles não conseguiram retomar suas vidas. Suas casas foram destruídas e ainda não foram reconstruídas. Ou então foram vendidas por gangues de imobiliárias apoiadas por grupos poderosos que falsificam registros de propriedade. “Alguns deles têm medo de retornar para seus lares por causa do controle ou da influência das milícias que foram criadas para combater o Estado Islâmico. Em outros lugares, alguns estão sendo perseguidos por causa do tipo de trabalho que fazem. Várias lojas que vendiam bebidas alcóolicas foram bombardeadas por essas milícias“, diz o cientista político Shak Hanish, especialista em Iraque na National University, na Califórnia. “Embora o governo atual no Iraque esteja tentando impor seu controle, infelizmente não há vontade ou poder para fazer isso, por medo de uma milícia poderosa apoiada pelo Irã.”

Entre as pessoas com quem o papa Francisco irá se encontrar está o aiatolá Ali Sistani, um clérigo xiita que é considerado um contrapeso à influência iraniana no Iraque. A reunião entre os dois deve ocorrer no sábado, 6.

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  1. O Papa não fala nada sobre os cristãos perseguidos na China, Coréia do Norte, Índia, etc, claro, compartilham da mesma ideologia.

    1. O Vaticano é um país e o Papa o chefe de Estado. Como qualquer governante, as coisas tem que ser tratadas de maneira institucional. Não sejamos ignorantes.

    1. O Brasil para o Vaticano é o mínimo. A paz mundial tem mais peso na agenda do Papa que esse povo sem futuro.

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