Oposicionistas se revoltam em Moçambique contra resultado de eleição
Pelo menos 30 pessoas foram mortas, entre 19 de outubro e 6 de novembro, em decorrência dos protestos em todo o país africano, diz Human Rights
Desde o dia 31 de outubro, centenas de manifestantes tomaram as ruas de Moçambique, em protesto contra o resultado das eleições presidenciais que deram vitória ao candidato Daniel Chapo, do partido governista Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), contra Vênancio Mondlane (foto), do partido Podemos.
Na quinta-feira, 7, a Polícia de Maputo, a capital do país, entrou em confronto contra moçambicanos que queimaram pneus na maior manifestação realizada até agora.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram os agentes militares disparando gás lacrimogênio contra os apoiadores de Mondlane.
Segundo um porta-voz da ONG Human Rights Watch, "pelo menos 30 pessoas foram mortas, entre 19 de outubro e 6 de novembro, em decorrência dos protestos em todo o país africano".
O Conselho Constitucional de Moçambique, na terça-feira, 5, obrigou a comissão eleitoral a esclarecer, em prazo de 72 horas, a discrepância no número de votos registrados nas eleições presidenciais, legislativas e provinciais.
Segundo a agência Reuters, um porta-voz da comissão eleitoral não respondeu o pedido.
A contestação de Mondlane
O oposicionista Mondlane não reconhece os resultados, confirmados pela Comissão Nacional de Eleições de Moçambique, que deram a vitória do candidato governista. Ele afirma ter uma disparidade na contagem dos votos.
Mondlane convocou uma paralisação geral de sete dias, como tentativa de 'restabelecer a verdade eleitoral':
"O limite para atingir os objetivos, que não são apenas meus, mas de todo o povo, seria o momento em que o Governo da Frelimo ficasse de joelhos e aceitasse que deve restabelecer a verdade eleitoral e deve aceitar uma série de condições que o povo vem reivindicando há mais de 50 anos", disse ao jornal DW.
A hegemonia da Frelimo, em Moçambique, existe desde 1975, quando o país deixou de ser colônia de Portugal.
A criação do partido teve, por objetivo principal, a luta pela descolonização.
Desde então, nenhuma outra legenda conseguiu chegar ao poder.
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