Agência Brasil

Omitida por Bolsonaro, vacinação em Israel foi elogiada por general-embaixador

14.02.21 14:15

No dia 6 de janeiro, incomodado com as críticas que vinha recebendo pela demora do Brasil em iniciar sua campanha de vacinação contra a Covid-19, Jair Bolsonaro foi às redes sociais para apresentar dados sobre a imunização em outros países, em uma tentativa de demonstrar que, até então, uma porcentagem ínfima da população mundial tinha sido vacinada. Na postagem, o presidente brasileiro omitiu Israel, país normalmente idolatrado pelo bolsonarismo, que já tinha mais de 15% das pessoas vacinadas com o imunizante da Pfizer, aquele que vem sendo esnobado pelo Brasil. 


Nas primeiras horas da manhã daquele mesmo dia, o general Gerson Menandro, nomeado embaixador em Tel-Aviv por Bolsonaro, enviou ao gabinete de Ernesto Araújo um longo telegrama em que resumia o sucesso alcançado por Israel, que lidera o ranking mundial países com mais imunizados, considerando o tamanho de sua população. “O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estabeleceu como meta a imunização total da população de Israel até o próximo feriado do Pessach, em fins de março. A época coincide com a data da próxima eleição geral, 23/3. Analistas diversos apontam que, em situação de múltiplas dificuldades políticas e jurídicas para o líder do Likud (o partido do primeiro-ministro), um êxito da campanha de vacinação lhe seria potencialmente muito benéfico no dia da votação”, escreveu Menandro.

A seguir, o embaixador-general elencou aspectos técnicos que favoreceram o país no início da vacinação, justificando as dificuldades enfrentadas no Brasil. “Israel é um país de dimensões geográficas e populacionais reduzidas, se comparadas com as do Brasil: são 9 milhões de pessoas em um território de apenas 21 mil quilômetros quadrados (algo equivalente ao estado de Sergipe)”, justificou. Segundo o militar, os israelenses não enfrentam dificuldades logísticas para a distribuição e aplicação das doses, que necessitam de refrigeradores específicos para serem armazenadas e conservadas a 70 graus negativos. De acordo com Menandro, o governo de Netanyahu sofreu “poucas críticas” e fez “intensa divulgação da campanha de imunização no decorrer das últimas semanas”

Trecho de um dos telegramas de Gerson Menandro ao Itamaraty
Uma semana depois, no entanto, em outro telegrama a Brasília, o general ponderou que, apesar da vacinação acelerada, Israel estava vivendo uma terceira onda de Covid-19, com o aumento de casos da doença e a imposição de um terceiro lockdown – medida que só começou a ser flexibilizada em fevereiro. “A prolongação do ‘lockdown’ certamente deverá adicionar centenas de novos nomes à lista de cerca de 80 mil empresas e pequenos negócios que declararam falência em 2020, mesmo tendo sido beneficiárias dos progressivos auxílios governamentais e das reduções de taxas e de corte impostos, que se provaram insuficientes”, reportou o embaixador no dia 12 de janeiro.

Na sexta-feira, 12, Jair Bolsonaro conversou por telefone com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para tratar de uma possível parceria com Israel na importação de um spray que vem sendo testado pelos israelenses no combate à Covid-19. No encontro, os dois também conversaram sobre vacinação.

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  1. É o "mecanismo" deitando e rolando, aproveitando-se inclusive da tragédia da pandemia e, acionando seus sistemas de dissimulação, simulação e omissão como e quando melhor e oportunisticamente lhe convém.

  2. Gente, pelo amor de Deus, até eu q acho esse governo - q por sinal, não elegi - um horror absoluto, pra dizer o mínimo, não posso comparar 100% de imunização em Israel, com o desempenho do Brasil! O país inteiro tem menos gente do q a cidade de São Paulo! Tenham dó! E além de menos gente com q se preocupar, tem muito mais dinheiro do q nós...

    1. Mas usam o 💰na saúde e educação e não para comprar apoio de corruptos como foram as eleições da câmara e do Senado

    2. Vice não entendeu Laura. O ponto da reportagem não é comparar Brasil e Israel, mas sim mostrar que o Bozo omitiu informação de forma proposital para tentar aliviar a sua incompetência e ao mesmo tempo tirar da cartola outra suposta bala de prata para combater a pandemia que ele mesmo ajudou a se espalhar pelo país.

  3. Bolsonaro é um governo sem oposição. Doria fazia esse papel, mas Aécio, o mafioso, dono do PSDB, se uniu ao Leite, para neutralizar o governador paulista. Um governo sem uma oposição efetiva, é péssimo para um país. Acredito que essa falta de disposição para se fazer oposição, tem haver com o MECANISMO. Mesmo com o Brasil quebrado, o MECANISMO funciona.

  4. 1.1 - Bolsonaro é o presidente com um número expressivo de telhados de vidros, mas não tem opositor para jogar pedra. João Doria fazia isso. Agora Aécio, o mafioso, dono do PSDB, tirou às pedras do Doria, ou tornou a investida inócua, já que o deputadozinho se uniu ao governasor de merda do RS, tirando o justo protagonismo do governador de SP. O Partido Novo está aparecendo mais. Dava impressão que em pouco tempo ficou velho. A Lava Jato foi castrada e ninguém reclama.

    1. 1.2 - Vários parlamentares se elegeram graças a Lava Jato e nem choraram na missa de 7° dia. Cadê a renovação? Cadê o combate à corrupção? Às urnas tem que ser dura com esses hipócritas. O MBL e o Vem pra Rua tem que defender a bandeira da Lava Jato.

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