O que a febre "bebê reborn" diz sobre o brasileiro
Neste país tropical, deputados não têm o que fazer, a população vive das aparências e os adultos fogem das responsabilidades

Bebês reborn são bonecas feitas artesanalmente para serem hiper-realistas.
O termo "reborn" significa renascido.
Essas bonecas, que hoje custam de 400 reais a 1.3 mil reais, foram criadas nos Estados Unidos, em 1980.
Na década seguinte, passaram a ser usadas como técnica terapêutica para ajudar pais quer perderam um filho.
A moda no Brasil, contudo, diz muito sobre o brasileiro.
Deputados sem ter o que fazer
Primeiro, essa febre mostra que há parlamentares buscando qualquer assunto do momento para ganhar fama.
O deputado federal Paulo Bilynsky, do PL, apresentou um projeto de lei para multar quem vai a hospitais do Sistema Único de saúde pedindo atendimento clínico a esses bonecos.
“O SUS, com toda sua precariedade já existente, precisa priorizar pessoas. Não podemos que recursos públicos sejam usados para atender objetos inanimados”, afirmou Bilynsky.
Outro deputado, Zacaris Calil, do União, quer multar quem usar o bebê "reborn" para conseguir atendimento prioritário em postos de saúde e hospitais.
A ideia geral é de que, toda vez que surge algo novo, alguém o usará para tirar vantagens pessoais e, portanto, uma lei precisa ser criada.
Mais do que isso, os deputados querem surfar na onda para ganhar visibilidade, principalmente nas redes sociais.
Adultos que não querem responsabilidade
Bebê reborn não dá trabalho, não cresce, não vai para a escola, não levanta dúvidas existenciais, não fica deprimido.
Ter um boneco desses é uma forma de viver os bônus da paternidade, sem ter de lidar com os seus ônus.
Para quem não quer crescer e amadurecer como pai, é uma ótima solução.
Mundo das aparências
O brasileiro faz ou deixa de fazer coisas dependendo da impressão que causa nos demais.
É um povo que vive de aparências.
Comprar um bebê reborn não apenas permite participar de um grupo em eventos como o Dia da Cegonha Reborn, criado pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, como também permite mostrar aos outros que você tem dinheiro de comprar uma boneca cara.
E ainda dá para simular um parto de bebê reborn e publicar tudinho nas redes sociais, claro.
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Comentários (2)
Andre Luis Dos Santos
2025-05-17 00:32:47PQP 🤬
Marcelo Tolaine Paffetti
2025-05-16 09:38:27Enquanto isso, em Brasília...