XinhuaReunião do Partido Comunista da China: reação ofensiva americana

O caminho sem volta de Hong Kong

30.05.20 09:30

A imposição de uma lei de segurança nacional em Hong Kong, limitando as liberdades individuais de seus habitantes, tem pouca relação com o momento atual da pandemia de coronavírus. A legislação, aprovada pelo Congresso Nacional do Povo da China na semana passada (foto), faz parte de um longo processo que se iniciou em 1997 e dificilmente será interrompido.

“Pequim há muito se ressentia de Hong Kong não ter aprovado uma lei de segurança nacional por conta própria, de acordo com a Constituição que foi acertada após a entrega do território pelo Reino Unido, em 1997”, diz o analista americano David Shullman, do International Republican Institute, em Washington.

Em 2003, o governo chinês voltou a insistir com a lei de segurança nacional, mas desistiu após protestos em massa. “Parece provável que os líderes da China decidiram no ano passado, após novos protestos, que seria impossível manter Hong Kong sob controle sem esse expediente legal”, diz Shullman.

Atualmente, nada parece capaz de frear os planos do Partido Comunista. Com a aprovação pelo Congresso Nacional do Povo da China, o Legislativo de Hong Kong não terá voz na questão. Nenhuma pressão externa até agora foi capaz de demover o governo chinês de sua intenção de igualar Hong Kong às demais cidades chinesas. Dentro do país, tampouco há qualquer resistência em relação a isso.

“A população da China continental em geral não tem muita simpatia por Hong Kong. A propaganda oficial promove uma falsa narrativa de que os manifestantes são criminosos violentos e que a lei é necessária para proteger a segurança nacional”, diz Shullman.

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