Mortes no futebol chileno
Torcedores do Colo-Colo invadiram o campo do Estádio Monumental após dois jovens morrerem atropelados

No ano do centenário do Colo-Colo, as mortes de dois torcedores antes da partida entre a equipe chilena e o Fortaleza, pela Copa Libertadores, potencializaram uma crise política nesta quinta, 10.
Antes do jogo, um veículo da Polícia teria atropelado uma menina de 18 anos e um menino de 13 anos.
Segundo as autoridades, os policiais foram enviados para conter uma tentativa de invasão ao Estádio Monumental.
Invasão
O promotor responsável pelo caso, Francisco Mores, afirmou que cerca de 100 pessoas tentaram derrubar as cercas do estádio.
"Naquele momento, havia um grande número de policiais presentes. De acordo com informações preliminares, esses indivíduos, juntamente com pelo menos outras 100 pessoas, tentaram derrubar as cercas para tentar entrar no Estádio Monumental. É nesse contexto pouco claro que o incidente está sendo verificado. Estamos trabalhando com todos os recursos técnicos disponíveis, incluindo as câmeras no local, para determinar como os eventos ocorreram. Estamos trabalhando com diversas operações policiais para determinar quem é o responsável e levar a pessoa apropriada à justiça neste caso", disse.
Aos 70 minutos de jogo, torcedores do Colo-Colo invadiram gramado em protesto pelas mortes dos jovens.
Os atletas do Fortaleza correram para o vestiário para se protegerem das ações violentas.
A arbitragem suspendeu a partida, que foi posteriormente cancelada.
Investigações
O ministro da Segurança do Governo chileno, Luis Cordero, anunciou que o caso será levado à esfera criminal.
O chefe do programa Estádio Seguro pediu demissão após as invasões.
Segundo Cordero, os torcedores que entraram em confronto com a polícia serão tratados como "organizações criminosas".
Futebol x Política
A tragédia reacendeu o conflito entre as autoridades políticas e esportivas no Chile.
Em 2020, outro torcedor do Colo-Colo foi morto ao ser atropelado por um caminhão da polícia, após uma partida contra o Palestino.
Cordero acusou a diretoria do time chileno de "oportunismo", ao criticar as decisões do governo sobre o incidente desta quinta, 10.
Já o presidente da Associação Nacional de Futebol do Chile, Pablo Milad, reclamou do adiamento do debate sobre leis pendentes no Congresso.
Em 19 de abril, o Colo-Colo completará 100 anos.
No próximo domingo, 13, a equipe chilena terá que jogar o superclássico contra a Universidade do Chile com restrições de segurança.
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