REUTERS/Matias Baglietto

Argentina: ministro da Economia é presidenciável mesmo em crise

12.08.23 16:00

A política argentina nunca deixa de surpreender. A situação deve oficializar nas primárias deste domingo, 13 de agosto, o ministro da Economia, Sergio Massa, como seu candidato às eleições presidenciais de outubro.

E ele tem chances de se eleger ao final do ano.

As primárias na Argentina servem de prelúdio para o primeiro turno geral, marcado para 22 de outubro.

O voto é obrigatório para todos os eleitores argentinos. Os pré-candidatos mais bem votados de cada legenda avançam para o primeiro turno.

Massa tem média de 25% das intenções de voto, segundo as pesquisas agregadas pelo site La Política Online.

Ele é o pré-candidato mais popular de todas as coalizões em disputa. O segundo, o populista de direita radical Javier Milei, nem chega a 20% na média.

O ministro deverá avançar ao primeiro turno, porque seu principal rival na situação, o sindicalista Juan Grabois, tem apenas 5% das intenções.

Peronista moderado

Além da inexistência de uma frente ampla da oposição, hoje rachada entre três pré-candidatos, um importante fator para a viabilidade de Massa é a sua sobriedade.

Ele é o pré-candidato da situação mais ao centro e é visto como uma figura técnica, embora tenha feito carreira na política — foi presidente da Câmara de 2019 até o ano passado.

E, assim como Larreta no Juntos Por El Cambio, Massa se apresenta como moderado em defesa do diálogo entre opositores.

O hoje ministro chegou a romper com o kirchnerismo em 2008, mas voltou no atual governo.

Ilusionista da economia

Alguns resultados positivos no início de sua gestão como ministro da Economia, no segundo semestre de 2022, lhe rendem capital político.

A inflação foi de 7,2% ao mês em agosto a 4,9% em novembro. A campanha tem se assegurado em especial na taxa de emprego, que cresceu desde então.

Entretanto, a Argentina hoje vive uma inflação acumulada recorde dos últimos 30 anos e, um dado omitido por Massa, a pobreza avança no país.

A pobreza atingiu 38,7% dos argentinos no primeiro trimestre deste ano — um aumento de 4,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período em 2022.

Candidato de momento

Pesquisas eleitorais nem sempre são confiáveis por diversos fatores, e, um deles, é a volatilidade dos eleitores.

Não está descartada a possibilidade de uma performance de Massa abaixo do esperado por causa da situação econômica.

“A Argentina está em uma aceleração inflacionária que tem impacto na taxa de câmbio”, diz o cientista político argentino Julio Burdman.

“Estamos vendo isso nos últimos dias e tudo isso pode influenciar negativamente na expectativa de votação e principalmente do partido no poder”, acrescenta Burdman.

As chances de Massa crescem, porque existe segundo turno.

Na Argentina, as eleições presidenciais vão a segundo turno se nenhum candidato alcançar mais de 45% dos votos ou 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais para o segundo colocado.

Enquanto a oposição não se consolida como frente, algo possível de continuar para um eventual segundo turno, Massa pode roubar votos do centro, como um moderado, ao mesmo tempo que mantém a base eleitoral do kirchnerismo.

“No segundo turno, ele pode ser um bom candidato, porque ele tem uma plasticidade como candidato mediano, de centro, que poderia captar votos de lugares diferentes só naquelas condições do segundo turno”, diz Burdman.

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  1. Os brasileiros não são os únicos ignorantes políticos da América LaTINDo e aí está a prova inquestionável ... os peronistas são tão ladrões e criminosos quanto os PeTralhas cá (vários processos em curso e condenações de líderes criminosos provam isto) e não por acaso elegem criminosos em sua república como a nossa a nadar e lama, lixo e desespero dos que resistem e lutam contra a opressão e escravização fatal, questão de tempo .. abram e vejam Ciro sobre o PT ... www.youtube.com/watch?v=Hhr4WG

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