O “Bolsonaro da Argentina” e as suas chances nas primárias deste domingo
As comparações com Jair Bolsonaro são quase inevitáveis para qualquer político na América do Sul que chame a atenção pelo seu populismo de direita radical. Na Argentina, o “Bolsonaro” se chama Javier Milei, e ele disputará eleições presidenciais pela primeira vez a partir deste domingo (13). Milei é deputado no Congresso Nacional desde 2021, como representante...
As comparações com Jair Bolsonaro são quase inevitáveis para qualquer político na América do Sul que chame a atenção pelo seu populismo de direita radical. Na Argentina, o “Bolsonaro” se chama Javier Milei, e ele disputará eleições presidenciais pela primeira vez a partir deste domingo (13).
Milei é deputado no Congresso Nacional desde 2021, como representante da cidade autônoma de Buenos Aires — equivalente ao DF no Brasil.
Apesar de ser deputado de primeiro mandato, ele é conhecido no debate público há mais de uma década.
Antissistema
O populista trabalhou como articulista para veículos grandes, dentre eles La Nación e Infobae, desde o início dos anos 2010.
Milei também participava de programas de variedades à la Luciana Gimenez.
O então comentarista ficou popular por suas posições antissistema e seu descaso com o politicamente correto.
Ele chamava os políticos de “casta parasita” ao mesmo tempo que também gerava engajamento com futilidades, como sua suposta supervirilidade sexual.
Formado em economia e com passagem pelo banco HSBC, Milei se vende como um libertário; em suma, um defensor árduo do Estado mínimo.
O pré-candidato se posiciona a favor da liberalização da venda de armas e mesmo de órgãos humanos. Por outro lado, um libertário arbitrário, ele é contra o aborto.
Populista
Como todo populista, Milei apresenta ideias simples como soluções para temas complexos e alheios ao eleitor comum. Na Argentina, o maior problema é, claro, a economia.
A principal promessa eleitoral do pré-candidato é a abolição do Banco Central argentino.
A medida significa oficializar a já parcial dolarização da economia — os argentinos já são forçados a usar dólar devido à inutilidade do peso argentino, com inflação acumulada de 1.156%.
Entretanto, a Argentina mal tem reservas internacionais. Uma eventual dolarização, que precisaria ser aprovada pelo Congresso, implicaria ainda mais inflação.
Economistas estimam que a cotação do dólar, hoje avaliado em 600 pesos no mercado paralelo (dólar blue), poderia chegar a 10.000 pesos.
Ainda mais, esse choque não atingiria a verdadeira causa da inflação — a má gestão da política financeira argentina.
Pré-candidato único
As eleições deste domingo são as primárias para o pleito geral, cujo primeiro turno ocorre apenas em 22 de outubro.
O voto nas primárias é obrigatório para todos os eleitores argentinos. Os pré-candidatos mais bem votados de cada legenda avançam para o primeiro turno.
Milei é pré-candidato único em sua coalizão, a Liberdade Avança. Portanto, sua presença nas eleições em outubro está confirmada.
Segundo as pesquisas eleitorais agregadas pelo site La Política Online, o populista tem 19% das intenções de voto.
Isso o torna o segundo pré-candidato mais popular, atrás apenas do principal nome da situação, o ministro da Economia, Sergio Massa.
Candidato da direita radical
Suas chances nas eleições gerais dependerá principalmente de quem for o vencedor da disputa dentro da coalizão de centro-direita Juntos por El Cambio.
Se a conservadora Patricia Bullrich perder para o moderado Horacio Rodríguez Larreta, votos dela devem flutuar para o populista.
“Alguns eleitores de Bullrich podem ir para Milei nesse cenário. Todavia, os dirigentes de Juntos por El Cambio deverão criar um grande esforço para impedir essa fuga de votos”, diz o cientista político argentino Julio Burdman.
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Comentários (2)
Fabio
2023-08-13 06:28:18Estão chamando essa figura de "bozonaro da argentina" por quê? Ele também é corrupto, burro e se "transveste" de direita sem de fato ser para enganar os incautos?
Amaury G Feitosa
2023-08-12 09:43:07Destruída pelo peronismo esquerdopata ladrão e por uma direita assassina a Argentina deixou de ser o 5º país mais rico do mundo para ser hoje um lixo a nadar em contradições, corrupção e crimes contra o povo e Estado repetindo a tragédia brasileira e não serão as ideologias criminosas vigentes na América LaTRINa que mudará isto pois todos seremos escravizados ao capitalismo genocida de Estado chinês e isto será simples basta os povos continuarem a eleger ladrões para nos desgovernar.