Adriano Machado/Crusoé

Mercadante vê cenário de 2022 ‘mais favorável’ a Lula que o de 2002

05.09.21 08:04

Integrante de todas as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 1982, o ex-ministro Aloizio Mercadante crê que o cenário político que o PT encontrará nas eleições de 2022 é “mais favorável” do que o enfrentado em 2002, quando o partido chegou ao poder pela primeira vez.

Mercadante acredita que o presidente Jair Bolsonaro estará ainda mais isolado no ano que vem por causa dos recorrentes ataques às instituições e será rejeitado por uma parcela ainda maior da população, diante dos inúmeros problemas na gestão da pandemia, do aumento da inflação e das suspeitas de corrupção envolvendo sua família.

Para o ex-ministro do governo Dilma Rousseff, os demais nomes cotados para disputar a corrida presidencial, como os governadores tucanos João Doria e Eduardo Leite, os ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta, além de Ciro Gomes, terão dificuldades para caminharem juntos no primeiro turno.

Na visão dele, isso também tornaria a vitória de Lula mais fácil do que foi em 2002, quando o petista derrotou o tucano José Serra no segundo turno. À época, o PSDB tinha a máquina na mão, com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, e o PT era temido pelo mercado financeiro.

“Esse cenário de 2022 é muito favorável para nós. É mais favorável do que em 2002, quando havia uma discussão sobre instabilidade e o medo de perder o fim da hiperinflação”, diz Mercadante, que hoje preside a Fundação Perseu Abramo, mantida pelo partido.

Apesar do prognóstico positivo para Lula, para Mercadante o pleito de 2022 não será tranquilo. “Estamos disputando com um candidato que já sabe que será derrotado e não tem qualquer compromisso com o respeito ao voto popular e a democracia”, diz.

Como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, Lula já está em campanha para voltar ao Palácio do Planalto no ano que vem, utilizando recursos do fundo partidário para percorrer o país e tentar desfazer a imagem de corrupto junto aos brasileiros após as denúncias e condenações na Lava Jato, anuladas em março deste ano pelo Supremo Tribunal Federal.

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