Mais um presidente de Câmara dos EUA na mira
A aprovação de um pacote de ajuda militar de 60 bilhões de dólares (aproximadamente 312,6 bilhões de reais) à Ucrânia, pelo Congresso dos Estados Unidos no último sábado, marcou o primeiro momento em que o presidente da Câmara, o deputado Mike Johnson (Republicano-Loiusiana; foto) trabalhou junto à Casa Branca de Joe Biden, atendendo a demandas...
A aprovação de um pacote de ajuda militar de 60 bilhões de dólares (aproximadamente 312,6 bilhões de reais) à Ucrânia, pelo Congresso dos Estados Unidos no último sábado, marcou o primeiro momento em que o presidente da Câmara, o deputado Mike Johnson (Republicano-Loiusiana; foto) trabalhou junto à Casa Branca de Joe Biden, atendendo a demandas dos dois partidos.
A julgar pela reação dos republicanos mais radicais, pode ser seu último.
Uma das mais vocais defensoras da sua eleição há seis meses, a republicana Marjorie Taylor Greene (Alabama), que representa a ala mais ligada a Trump na Casa, foi à TV e jogou a ameaça. "Ele precisa fazer a coisa certa e renunciar...Se ele não fizer, ele será tirado de lá", disse a parlamentar em entrevista à Fox News, que concentra o noticiário de direita no país.
Taylor Greene já ameaçava colocar um pedido de vacância do cargo nas últimas semanas, caso Johnson ensaiasse trabalhar junto ao governo democrata. Agora, ela apenas mantém a mão no gatilho — ela disse que irá voltar ao seu estado e conversar com os eleitores antes de tomar a decisão de apresentar um pedido de saída de Mike Johnson.
Acontece que, se o pedido for apresentado, existem chances reais de Johnson perder o cargo. Isso porque a base republicana tem 221 parlamentares, apenas três a mais que a metade, e basta uma maioria simples para tirá-lo do cargo. Um pedido que vacância com o apoio de parlamentares ligados a Trump poderá torná-lo o segundo presidente da casa afastado de maneira seguida, em menos de um ano.
O presidente da Câmara disse que não se arrepende da decisão de ter ajudado na aprovação do texto. Ele acredita que os relatórios da inteligência do governo americano apontaram uma real necessidade de custear o governo da Ucrânia contra uma ofensiva de Vladimir Putin durante o verão europeu.
Desde que assumiram a maioria da Câmara no ano passado, os republicanos não conseguem se acertar internamente para manter o controle da pauta. Para eleger Kevin McCarthy, em janeiro de 2023, os parlamentares precisaram de 14 votações até obter uma maioria. Quando este articulou uma série de pacotes econômicos com o Executivo democrata, a linha-dura de Trump conseguiu seu afastamento por 216 a 210.
Quase um mês de paralisia na Casa — e vários candidatos sem sucesso — levaram a base a escolher Mike Johnson, até então um desconhecido, para comandar a Casa. Sua atuação, de oposição estrita ao governo, agradou a base na Casa, principalmente ao comandar o impeachment do secretário de Defesa Nacional de Joe Biden.
Ter rompido com a política de não dialogar com o partido Democrata, em ano de eleição, agora, poderá custar o cargo para o parlamentar — e colocar o Legislativo americano novamente em incerteza.
Leia mais em Crusoé: Por imigração, Congresso dos EUA ignora novo pacote de ajuda à Ucrânia
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-04-22 15:45:36Apoiar a Ucrânia é absolutamente no interesse dos EUA. É incompreensível essa intransigência