Ricardo Stuckert/PR

Lula fica à vontade no clube de amigos ideológicos da esquerda

01.03.24 14:57

O presidente Lula ficou à vontade nesta sexta, 1º de março, na reunião da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em São Vicente e Granadinas. Pudera. Somente presidentes de esquerda participaram do evento.

Na hora da foto oficial do evento, o presidente pegou uma câmera e brincou de fotógrafo (foto). Mas, no palco oficial, não estavam nenhum dos presidentes de direita da América Latina, como o uruguaio Luis Lacalle Pou, o argentino Javier Milei, o paraguaio Santiago Peña ou o equatoriano Daniel Noboa. A Celac, assim se consolidou como um “clube de amigos ideológicos” da esquerda.

A expressão “clube de amigos idelógicos” foi cunhada pelo uruguaio Luis Lacalle Pou, durante o encontro da Celac no início do ano passado, em Buenos Aires. Após ouvir elogios às ditaduras de Cuba e da Venezuela, Lacalle Pou criticou o encontro. “Fala-se de respeito à democracia, às instituições e aos direitos humanos no documento conjunto assinado pelos membros deste bloco. Mas há países aqui que não respeitam a democracia, as instituições e os direitos humanos”, disse o uruguaio, em janeiro do ano passado.

A cúpula esvaziada que acontece em São Vicente e Granadinas mostra que a reclamação de Lacalle Pou não teve eco algum, e que a Celac seguiu sendo uma patota da esquerda autoritária.

A criação desse organismo, aliás, foi justamente para apoiar Cuba e para escantear os Estados Unidos e o Canadá, duas democracias estáveis que sempre cobram pelo respeito dos direitos humanos abaixo da linha do Equador.

No ano passado, Lula explicou qual era o objetivo da Celac. “Com relação à Cuba, eu acho que a criação da Celac foi uma inspiração extraordinária, porque é a primeira reunião entre países que a gente faz na América Latina, sem a participação de outros países, sobretudo dos Estados Unidos e do Canadá. É só a América Latina de verdade. E eu acho que é um espaço extraordinário para que a gente possa discutir, aprender e a ensinar, para que os outros possam aproveitar as coisas boas que nós fazemos e resolver conflitos. É possível, e é o único fórum internacional em que Cuba participa. E eu tenho orgulho de ter participado da construção desse fórum. E tenho muito orgulho de os cubanos participarem“, disse Lula.

Mas o povo cubano, obviamente, nunca participou da Celac, só os seus ditadores.

Lula não apenas apoia a ditadura cubana como também endossa o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela. O brasileiro nem cogita conversar com o tirano sobre a sua ameaça de anexar a região de Essequibo, na Guiana. Nesta sexta, Lula e Maduro irão se encontrar em São Vicente e Granadinas.

Na manhã desta sexta, o Tribunal Penal Internacional, o TPI, publicou uma nota rejeitando os pedidos do regime da Venezuela de parar as investigações sobre crimes contra a humanidade, os quais incluem torturas, assassinatos, estupros e mutilações da própria população.

Para o presidente brasileiro, contudo, tudo não passa de uma narrativa contra Maduro.

O que se vê nessa reunião da Celac é que, ao apoiar a esquerda autoritária, Lula afastou o Brasil dos presidentes moderados e de direita da região, principalmente do Mercosul. O protagonismo internacional ambicionado pelos petistas não consegue vingar nem mesmo na sua região mais próxima.

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  1. Ficou ótima a sigla: C.A.I. !!! Traduzindo muitíssimo bem o que acontecerá com os ratos da esquerda que cairão junto com os ratos da direita, se é que existe essa "dicotomia" em se tratando de ratos.

  2. O protagonismo mundial almejado por Lula, com seus apoios ideológicos à esquerda, de um modo geral, e a Maduro, Putin. Castro e seus sucessores e aos ditadores e autocratas derrubam, um a um, seus desejos de liderança, como diz o artigo, nem aqui na pobre América do Sul!

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