Violaine Martin/UN Photo

Governo quer que Janssen produza vacina no Brasil

21.06.21 09:50

O governo Jair Bolsonaro trabalha para que a Johnson & Johnson estabeleça uma linha de produção da vacina da Janssen contra a Covid-19 no Brasil. A sugestão ocorreu durante uma reunião entre Ronaldo Luiz Pires, diretor de assuntos e políticas governamentais da empresa, e a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo (foto), cônsul-geral do Brasil em Nova York, no final de maio.

“Recordei o histórico da Johnson & Johnson no Brasil e a presença do maior complexo industrial da empresa em São José dos Campos, que inclui a produção de medicamentos da Janssen. Consultei sobre possíveis planos da empresa para produção de vacinas contra COVID-19 no Brasil, em parceria com entidades como a Fiocruz, e sobre a possibilidade de a empresa oferecer mais doses da vacina para consideração do governo brasileiro”, informou a embaixadora ao ministro Carlos Alberto França, das Relações Exteriores, em telegrama entregue pelo Itamaraty à CPI da Covid e que teve seu sigilo levantado pela comissão.

O executivo, então, descartou a proposta da embaixadora, segundo relato dela própria. “A respeito de minhas ponderações sobre a possibilidade de produção da vacina da Janssen no Brasil, ele mencionou que a empresa produz vacinas contra COVID apenas nos Estados Unidos e na Holanda. Lamentou, em seguida, os problemas havidos – e ainda não superados – com a planta da “Emergent BioSolutions” em Baltimore para dizer que, neste momento, não existem planos para ampliar os locais de produção, escreveu Maria Nazareth.

“De minha parte, defendi que a empresa considere a ampliação de seu complexo industrial no Brasil, ainda que nos próximos anos, para incluir vacinas contra COVID-19 e remédios necessários ao tratamento de pacientes em estado mais grave. Salientei as vantagens da produção de medicamentos e vacinas no Brasil”, reforçou a embaixadora.

O executivo acenou que a Janssen consideraria uma parceria com a Fiocruz para produção de vacinas a partir de 2022, quando espera-se que a Covid-19 adquira natureza de doença endêmica. Ele ressaltou, ainda, que não faria sentido para a empresa remanejar seu complexo industrial em São Paulo para produzir vacinas contra a doença, por isso a parceria com o laboratório federal seria mais vantajosa. A cidade de São José dos Campos, que abriga a fábrica da Johnson & Johnson, é governada por Felício Ramuth, do PSDB de João Doria.

Segundo o documento entregue à CPI, o executivo ressaltou que a empresa “quer cooperar com o Brasil e contribuir com o governo brasileiro nos esforços de combate à pandemia”. Ele afirmou, ainda, que participa de “reuniões semanais com interlocutores de alto nível do Ministério da Saúde, para tratar de calendário de vacinação”.

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  1. É o nacionalismo idiota de sempre, desde Vargas e militares com Lei da Informática. Estou me lixando se produzida no Brasil ou importada. O que interessa é o produto, a vacina.

    1. Verdade Salvador. A esta altura do campeonato, a iniciativa é inócua. Certo esteve o Dória, que peitou o Bozo e trouxe a vacina para combater o genocídio.

  2. o comentário de cunho político sobre o gestor da cidade sede da Johnson no Brasil é perfeitamente dispensável. Crusoé precisa sair desse lugar comum da imprensa, do nível rasteiro.

    1. De fato, fazer sempre esse tipo de associação, é uma tentação a ser evitada. Deixa isso pra outros veículos de imprensa.

    2. concordo com Antonio. Qual o sentido de se publicar o nome do prefeito e partido. Politizar?

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