Governo quer que Janssen produza vacina no Brasil
O governo Jair Bolsonaro trabalha para que a Johnson & Johnson estabeleça uma linha de produção da vacina da Janssen contra a Covid-19 no Brasil. A sugestão ocorreu durante uma reunião entre Ronaldo Luiz Pires, diretor de assuntos e políticas governamentais da empresa, e a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo (foto), cônsul-geral do Brasil em...
O governo Jair Bolsonaro trabalha para que a Johnson & Johnson estabeleça uma linha de produção da vacina da Janssen contra a Covid-19 no Brasil. A sugestão ocorreu durante uma reunião entre Ronaldo Luiz Pires, diretor de assuntos e políticas governamentais da empresa, e a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo (foto), cônsul-geral do Brasil em Nova York, no final de maio.
"Recordei o histórico da Johnson & Johnson no Brasil e a presença do maior complexo industrial da empresa em São José dos Campos, que inclui a produção de medicamentos da Janssen. Consultei sobre possíveis planos da empresa para produção de vacinas contra COVID-19 no Brasil, em parceria com entidades como a Fiocruz, e sobre a possibilidade de a empresa oferecer mais doses da vacina para consideração do governo brasileiro", informou a embaixadora ao ministro Carlos Alberto França, das Relações Exteriores, em telegrama entregue pelo Itamaraty à CPI da Covid e que teve seu sigilo levantado pela comissão.
O executivo, então, descartou a proposta da embaixadora, segundo relato dela própria. "A respeito de minhas ponderações sobre a possibilidade de produção da vacina da Janssen no Brasil, ele mencionou que a empresa produz vacinas contra COVID apenas nos Estados Unidos e na Holanda. Lamentou, em seguida, os problemas havidos - e ainda não superados - com a planta da "Emergent BioSolutions" em Baltimore para dizer que, neste momento, não existem planos para ampliar os locais de produção", escreveu Maria Nazareth.
"De minha parte, defendi que a empresa considere a ampliação de seu complexo industrial no Brasil, ainda que nos próximos anos, para incluir vacinas contra COVID-19 e remédios necessários ao tratamento de pacientes em estado mais grave. Salientei as vantagens da produção de medicamentos e vacinas no Brasil", reforçou a embaixadora.
O executivo acenou que a Janssen consideraria uma parceria com a Fiocruz para produção de vacinas a partir de 2022, quando espera-se que a Covid-19 adquira natureza de doença endêmica. Ele ressaltou, ainda, que não faria sentido para a empresa remanejar seu complexo industrial em São Paulo para produzir vacinas contra a doença, por isso a parceria com o laboratório federal seria mais vantajosa. A cidade de São José dos Campos, que abriga a fábrica da Johnson & Johnson, é governada por Felício Ramuth, do PSDB de João Doria.
Segundo o documento entregue à CPI, o executivo ressaltou que a empresa "quer cooperar com o Brasil e contribuir com o governo brasileiro nos esforços de combate à pandemia". Ele afirmou, ainda, que participa de "reuniões semanais com interlocutores de alto nível do Ministério da Saúde, para tratar de calendário de vacinação".
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (3)
Oswaldo
2021-06-21 15:19:22Entre Bolsonaro querer e o mundo - fora do Brasil - atender existe uma distancia galáctica
Salvador
2021-06-21 12:29:33É o nacionalismo idiota de sempre, desde Vargas e militares com Lei da Informática. Estou me lixando se produzida no Brasil ou importada. O que interessa é o produto, a vacina.
ANTONIO
2021-06-21 11:55:05o comentário de cunho político sobre o gestor da cidade sede da Johnson no Brasil é perfeitamente dispensável. Crusoé precisa sair desse lugar comum da imprensa, do nível rasteiro.