De outdoors com Queiroz a lobby no Congresso: a estratégia contra a reforma administrativa
Com a instalação da comissão especial que vai debater a reforma administrativa, servidores públicos intensificaram o lobby contra a proposta. As estratégias envolvem visitas de representantes de categorias a parlamentares e a instalação de outdoors em pontos de grande circulação. Nos últimos dias, a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais tem veiculado propaganda em canais...
Com a instalação da comissão especial que vai debater a reforma administrativa, servidores públicos intensificaram o lobby contra a proposta. As estratégias envolvem visitas de representantes de categorias a parlamentares e a instalação de outdoors em pontos de grande circulação.
Nos últimos dias, a Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais tem veiculado propaganda em canais de televisão contra o texto, em que compara a PEC a uma “reforma a favor da corrupção”.
Em Brasília, servidores têm chamado o projeto da reforma administrativa de “PEC da Rachadinha” e publicidades contratadas por sindicatos exibem uma foto de Fabrício Queiroz, o ex-assessor da família Bolsonaro acusado de participar de um esquema de rachid na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A intenção é argumentar que a matéria não tem mecanismos para coibir o apadrinhamento político de cargos comissionados. Mas a grande preocupação das categorias é com o corte de benefícios, como o fim da estabilidade.
“A votação do projeto que regulamenta o teto constitucional foi um marco importante e, agora, a reforma administrativa segue nessa linha importante de cortar privilégios, porque muitos ganham pouco e poucos ganham muito”, diz o deputado Darci de Matos, do PSD, que relatou a reforma na Comissão de Constituição e Justiça.
Apesar das promessas de que o debate sobre os supersalários seria uma prévia da reforma administrativa, a proposta de emenda à Constituição segue sem apoio político para avançar. O presidente Jair Bolsonaro, que tem raízes corporativistas, não quer desagradar ao funcionalismo às vésperas de um ano eleitoral.
O texto original da PEC atinge apenas servidores civis do Executivo e deixou de fora militares, parlamentares, integrantes do Ministério Público e do Judiciário. Uma emenda apresentada pelo deputado Kim Kataguiri, do DEM, prevê a inclusão de todos esses agentes públicos. “A aceitação está boa, estou bastante otimista”, garante Kataguiri. “Mas o maior entrave nem é a emenda, é a reforma em si. A proposta original do governo é tecnicamente muito ruim, tem erros e distorções”, diz.
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Comentários (10)
CLAUDIO
2021-08-06 01:39:05Você esqueceram de colocar que servidores do executivo, legilsativo e judiciário federal e estadual e executivo e legislativo municipais, menos juízes membros do MP, cargos eletivos e militares, que são os que mais ganham e possuem as mordomias estão de fora, quem está dentro é o professor que educou a maioria da população, médicos e enfermeiros que estão na linha de frente da covid, deem uma arrumadinha no texto, que fica melhor
Miguel
2021-07-27 09:14:20Na minha opinião só uma constituinte sem participação de políticos e que fiquem inelegíveis por cinco anos resolverá uma grande gama de nossos atuais problemas, se for com políticos é o mesmo que por as raposas para cuidar do galinheiro
Eduardo
2021-07-26 14:02:37Mais um remendo indecente que mais uma vez atingirá o servidor civil, concursado e de carreira. Coragem para enfrentamento dos absurdos dos super salário indecentes do judiciário, congresso e as mordomias que englobam ambos e as FAs? Jamais! Denúncia não é lobby, Antagonistas e respeitável Deputado Kataguiri. Defende-se o Justo.
Temilce
2021-07-25 22:56:01As pessoas repetem como um papagaio a frase que funcionários públicos não trabalham e ganham bem. Mas ninguém vai checar os fatos reais. Mais de 80% desses funcionários ganham abaixo de 4 mil, trabalham batendo ponto, fazendo relatório de atividades e sendo avaliado pelos chefes. Se levam trabalho pra casa, não ganham hora extra como nas empresas privadas, muitos têm dedicação exclusiva e não podem ter outro emprego. Dizer que são preguiçosos e não trabalham é desconhecer a realidade da maioria.
Carlos
2021-07-25 21:25:28A turma nao quer perder a mamata.
ardo
2021-07-25 21:04:25De 70 por cento de funcionários públicos são desnecessários, preguiçosos , corruptos, incompetentes! Gente q não dei certo na iniciativa privada!
MARCOS
2021-07-25 17:34:01NÃO ADIANTA. ESTÁ TUDO DOMINADO.
Fabio
2021-07-25 16:32:29Crusoe vê a estabilidade como privilégio. Que repórter desinformado! Se quiser modificar os motivos de demissão é só alterar a lei. Esta reforma é acabar com o concurso público e que a demissão do servidor tenha que ser justificada. Novamente, se quiser modificar as causas de demissão é só modificar a lei. Esta pec é para retirar quem quiser do serviço público sem justificar nada e não ter mais concurso público.
Romeu
2021-07-25 16:22:55Que reforma que nada. Este governo está deslegitimando para propor qualquer reforma. Sua única preocupação é com o obsoleto voto impresso que servirá para judicializar as eleições. O Brasil precisa de funcionários públicos concursados para estabilizar a máquina pública e não de milhares de cargos comissionados para serem preenchidos por indicações políticas e assim facilitar roubalheiras do Erário Público como tem ocorrido no país.
PAULO
2021-07-25 15:50:23A Reforma Administrativa se faz necessária, agora mais do que nunca. Se tem funcionários públicos que se tornaram uma casta de privilegiados, temos que combater. Se temos o problema da rachadinha, temos que combater. O fato de alguns funcionários públicos não terem salários altos, não é justificativa para que não sejam atingidos. Do outro lado do balcão, tem cidadãos que não ganham nada, pois estão desempregados. E esses são hoje dezenas de milhões. Equacionar isso é o grande desafio.