Reprodução/ Radio ProvinciaPablo Moyano, líder de facto da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical da Argentina, a CUT argentina. Reprodução/ Radio Provincia

CUT da Argentina define data da próxima greve geral contra Milei

11.04.24 16:32

A maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), definiu a data da próxima greve geral contra o governo de Javier Milei, que mal completou cinco meses de mandato.

A greve está marcada para 9 de maio. Ela durará 24 horas.

A data foi definida nesta quinta-feira, 11 de abril, em reunião do conselho diretivo da CGT.

Assim, a greve ocorrerá cerca de uma semana após a mobilização tradicional de 1º de maio.

Não se sabe se haverá um protesto concomitantemente no dia 9, como ocorreu na primeira greve geral do mandato de Milei, no final de janeiro.

Ontem, quarta, 10 de abril, a cúpula da CGT se reuniu com o ministro do Interior, Guillermo Francos, na Casa Rosada no contexto das negociações pelo pacotão de reformas ómnibus.

O governo se preocupa pela capacidade de mobilização da central sindical, que, assim como a maioria dos sindicatos e movimentos sociais, tem laços com o peronismo e intensifica os protestos em governos não peronistas.

Desde março, a Casa Rosada tem negociações duras pelos reajustes salariais do sindicato mais importante da CGT, o dos caminhoneiros. Essa é a categoria do líder de facto da CGT, Pablo Moyano (foto).

Na Argentina, o governo precisa homologar os acordos de reajustes salariais entre sindicatos e empregadores.

No caso dos caminhoneiros, firmou-se um acordo para reajustar os salários em cerca de 40% no bimestre março-abril. Entretanto, o ministro da Economia, Luis Caputo, se recusa a homologar o reajuste por estar acima da inflação.

Segundo a imprensa argentina, nesta semana, o governo e o sindicato dos caminhoneiros negociam um reajuste de 30% para o bimestre, mais um bônus retroativo referente a 2023.

Como foi a primeira greve geral contra Milei?

 

A maior central sindical da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), convocou uma greve geral em 24 de janeiro.

A mobilização durou das 12h até as 0h de quinta, 25, e paralisou quase todos os setores, exceto policiamento e hospitais, embora estes últimos tiveram efetivo reduzido.

Além da greve, a CGT realizou um protesto com centenas de milhares de pessoas à frente do Congresso da Nação, em Buenos Aires.

 

Aquela manifestação se deu na véspera do início da votação do pacotão de reformas do governo Milei no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto de lei acabou derrubado no início de fevereiro.

Quão grande é a CGT?

 

A CGT tem 6 milhões de membros.

Em comparação, a CUT tem 7,8 milhões — a força de trabalho no Brasil é mais de 5,5 vezes maior que na Argentina, segundo dados do World Factbook.

Quão frequentes são as greves gerais?

 

A CGT realiza greves gerais com maior frequência contra governos não peronistas devido a afinidades ideológicas mas também interesses políticos e financeiros.

Desde a redemocratização, o presidente que mais enfrentou greves foi o radical Raúl Alfonsín, com 13 em 6 anos de governo. De fato, o governo dele sofreu com uma hiperinflação herdada do regime militar, a mais grave da história argentina.

Em contraste, o peronista Alberto Fernández não teve nenhuma greve em seus quatro anos de mandato, apesar da atual espiral inflacionário, da qual tem responsabilidade, e da crise gerada pela pandemia.

Milei já estará na sua segunda em menos de quatro meses no governo.

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