Crusoé 319: O mundo vai para a direita
A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira, mostra que o mundo vai para a direita. Nas eleições do Parlamento Europeu, que se encerraram no domingo, 9, muitas páginas foram gastas para descrever os candidatos dos partidos de centro-direita, direita e direita radical, como se eles fossem capazes de magicamente formar...
A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Duda Teixeira, mostra que o mundo vai para a direita. Nas eleições do Parlamento Europeu, que se encerraram no domingo, 9, muitas páginas foram gastas para descrever os candidatos dos partidos de centro-direita, direita e direita radical, como se eles fossem capazes de magicamente formar a opinião do povo.
O que a maior parte dessas notícias falhou em ver foi que está em curso um espraiamento dos conceitos de direita, enquanto as ideias de esquerda, como o combate ao aquecimento global e o europeísmo, perdem tração. Se não fosse esse fenômeno de base, espalhando-se entre os cidadãos, os políticos de direita do bloco não seriam capazes de conquistar 44% das cadeiras no próximo Parlamento Europeu — quase o dobro do número obtido pelos blocos de esquerda.
Evidências de que as políticas de esquerda não atraem mais os eleitores estão na adoção de políticas de direita por chefes de governo da esquerda, como o novo plano da União Europeia e da França para lidar com os imigrantes e o endurecimento do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no controle da fronteira com o México.
A matéria "Capitalismo de laços dá um nó no governo", assinada por Rodrigo Oliveira, questiona a realização de reuniões secretas entre autoridades públicas e setores da sociedade civil, como a que aconteceu entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o CEO do Santander, Mario Leão, e pouco mais de dez executivos do setor financeiro na semana passada. Em que pesem situações de segurança nacional ou questões estratégicas para o país, a verdade é que a falta de transparência desses encontros não colabora em nada com a confiança da sociedade nas instituições.
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