Celso de Mello faz desagravo a Toffoli e diz que STF não renunciará ao 'desempenho isento'
O ministro Celso de Mello (foto), do Supremo Tribunal Federal, fez na tarde desta quarta-feira, 23, um desagravo ao presidente da corte, Dias Toffoli. Celso de Mello afirmou que há "surtos autoritários" no país e que o STF "não transigirá, nem renunciará ao desempenho isento e impessoal da jurisdição". "O país vive um momento extremamente...
O ministro Celso de Mello (foto), do Supremo Tribunal Federal, fez na tarde desta quarta-feira, 23, um desagravo ao presidente da corte, Dias Toffoli.
Celso de Mello afirmou que há "surtos autoritários" no país e que o STF "não transigirá, nem renunciará ao desempenho isento e impessoal da jurisdição".
"O país vive um momento extremamente delicado em sua vida político-institucional, pois de sua trajetória emergem, como espectros ameaçadores, surtos autoritários, inconformismos incompatíveis com os fundamentos legitimadores do Estado de Direito e manifestações de grave intolerância que dividem a sociedade civil, agravados pela atuação sinistra de delinquentes que vivem na atmosfera sombria e covarde do submundo digital, em perseguição a um estranho e perigoso projeto de poder", afirmou o decano.
Celso de Mello discursou logo no recomeço da sessão que julga as prisões após condenação em segunda instância. O ministro iniciou sua fala fazendo um registro dos dez anos de Toffoli no Supremo, completados este ano. Lembrou da trajetória do atual presidente da corte e ressaltou que ele é um "juiz preparado para enfrentar os sérios desafios e as adversidades que constituem fatores que, longe de desanimarem o espírito do magistrado responsável, atestam, de modo positivo, a sua competência e a sua capacidade como chefe nominal do Poder Judiciário de nosso país".
O ministro mais antigo do STF ainda encerrou sua fala com uma mensagem direcionada a toda a população: "Enfim, senhor presidente, senhoras e senhores ministros: neste singular momento em que o Brasil, situando-se entre seu passado e seu futuro, enfrenta gravíssimos desafios, parece-me essencial reafirmar aos cidadãos de nosso país que esta corte suprema, atenta a sua alta responsabilidade, não transigirá e nem renunciará ao desempenho isento e impessoal da jurisdição".
O desagravo do decano ao presidente da corte foi acompanhado ainda pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e até por representantes da advocacia presentes no plenário.
"Senhor presidente, eu me associo integralmente ao votos do ministro Celso de Mello e também às palavras aqui trazidas pelo representante da advocacia e quero dizer: vida longa a Vossa Excelência e vida longa a esta corte", afirmou o PGR.
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Comentários (10)
Nilton
2019-10-24 23:18:01Em sua caverna, os morcegos ficam bem à vontade. Pobre do país da ordem e do progresso.
Rinaldo
2019-10-24 16:26:14"Vida longa" ao Rei nú. Que rei? Sois rei, dois rei! A PGR é sudita.
Marco
2019-10-24 15:47:07Bandido. Você sabem quem é Toffoli e o que fez.
Wilson
2019-10-24 15:31:57Celso de Mello o decano enganador. Votos de horas e horas que só atendem aos seus patrões, alguém de fé diria :bom atende o povo que paga seu salário e mordomias, Engano,atende exclusivamente o que lhe determina o senhor Sarney.Nesses anos que parece uma eternidade, como membro do STF foi e "enrolão"Os processos contra políticos, sob sua responsabilidade, que se tem notícia, foram todos arquivados.Alguns permaneçam na gaveta da sua mesa por mais de uma década até prescreverem.Pobre Pátria Amada.
Apb
2019-10-24 14:43:02Eles se merecem!
José
2019-10-24 14:15:07Como pode um elemento que nunca conseguiu ser juiz ser descrito como ”juiz competente”? É só uma pergunta.
Jaime
2019-10-24 14:09:44O "clima autoritário" é devido a indignação popular. Bilhões em impostos sendo desviados dos cofres públicos; Poderes da República encomenda milhões em supérfluo (caviar, uísques, lagostas, etc.) enquanto Universidades Federais passam por contingenciamento. Há um rosnado sendo sussurrado em todo canto... cautela: para tomar o poder e prender bandidos e defensores é um pulo. Lembrem da França pq "In Barroso trust believe".
Jorge
2019-10-24 12:46:23Desejo-lhe pena longa... desculpe, quero dizer vida longa.
Edson
2019-10-24 12:24:57As leis e, consequentemente, a Justiça são contrapesos do reflexo da sociedade! O momento atual deveria ser para prisão em primeira instância! Fantástica análise feita pelo ministro Barroso. Discordar dela é fechar os olhos e ouvidos para os piores crimes que temos notícias: são os crimes silenciosos, aqueles cometidos por servidores públicos, parlamentares, ministros, juízes, advogados, etc, que não matam diretamente, mas causam males extremamente maiores. Legislativo e Judiciário = escória!
MARCUS
2019-10-24 11:49:59Desprezado Celso, Não sou delinquente digital e não tenho como viajar até Brasília cada vez que queira mostrar minha indignação com seu descaso em relação à impunidade neste país. Hoje povo se preocupa com temas que antes, sim, trafegavam pelas trevas dos corredores da justiça. Como V.Exa. não tem argumentos apela para um mundo imaginário que na realidade existe no corredor de seu gabinete, que trama para o bem dos endinheirados que a ele tem acesso, inclusive de bermudas.