Deborah Campos/World Bank

Carta contra Weintraub foi consenso entre funcionários do Banco Mundial

24.06.20 18:14

A carta aberta enviada pela associação de funcionários do Banco Mundial à Comissão de Ética da instituição foi resultado de um consenso entre 80 delegados eleitos por cerca de 16 mil servidores de carreira do banco, segundo fontes ouvidas por Crusoé em Washington, sede do banco. 

O texto foi a solução encontrada pela associação para pressionar a direção do Banco sobre a sua insatisfação com a indicação brasileira para dirigir o grupo EDS15, que congrega no conselho de diretores os interesses de Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago. A repercussão negativa entre funcionários do banco se intensificou depois que uma matéria no New York Times traçou um perfil de Abraham Weintraub, chamando a atenção para suas declarações consideradas racistas. 

Crusoé apurou que, nos bastidores, diplomatas de países sócios do Brasil no EDS15 também demonstraram desconforto com a nomeação do ex-ministro. Até mesmo um servidor de carreira no escritório regional do Banco Mundial em Bogotá manifestou preocupação. Depois do Brasil, a Colômbia é a principal acionista da cadeira brasileira no conselho da instituição. 

Na avaliação de servidores ouvidos por Crusoé, a carta entregue à Comissão de Ética não alcançará o objetivo de suspender a nomeação de Weintraub, porque o colegiado não tem a atribuição de avaliar diretores do Banco antes de sua chegada ao cargo. No entanto, integrantes da instituição avaliam que o gesto foi importante para levantar o debate na cúpula da instituição e para alertar Weintraub sobre a forte política contra o racismo existente no banco. 

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