Joédson Alves/Agência Brasil

Brasil entra em contradição ao falar de energia limpa no G20

21.02.24 11:24

O governo brasileiro anda dando com uma mão e tirando com a outra, quando o tema é a geração de energia limpa. Um dos sustentáculos de uma política ambiental para combater as mudanças climáticas, a renovação das fontes de geração de energia é um dos focos da reunião de chanceleres do G20, que o Brasil sedia nessa semana.

Durante a participação, os representantes brasileiros do Ministério de Minas e Energia, do ministro Alexandre Silveira (foto) sugerem uma redução no gap de investimentos em matrizes limpas de países pobres. O país quer que o quadro atual, onde 90% dos 1,8 trilhão de dólares (8,8 trilhões de reais) investidos anualmente no setor vão para países europeus ricos, EUA e China, seja menos concentrado.

Considerado que o setor segue em franco crescimento e que as matrizes energéticas de países pobres ainda são bastante ineficientes (como usinas térmicas ou no máximo hidrelétricas), o Brasil enxerga uma possibilidade de crescimento no caminho.

As mudanças climáticas estão no centro da pauta do Brasil no G20, que terá uma série de reuniões até a reunião de cúpula, em novembro, no Rio de Janeiro.

Na teoria, muito bonito. Na prática, no entanto, o país atua na direção oposta, apostando em investimentos em refinarias e em uma política expansionista da Petrobras. Além dos riscos de má governança claros a qualquer estatal sob o jugo do PT — as descobertas da Lava Jato ainda são recentes a qualquer um—, o governo ainda aposta em um futuro a médio prazo com mais petróleo, entrando na Opep+ sob o estranhíssimo argumento de fazer os países saírem da Opep+.

 

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Em nenhum momento essa política ficou mais clSara do que na disputa entre a Petrobras e o Ibama, na extração de petróleo na foz do rio Amazonas. A batalha, mediada por Lula, acabou momentaneamente vencida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva — mas Silveira, o ministro de Minas e Energia, parece querer a licença para exploração ainda neste ano.

 

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