Eduardo Bolsonaro via XBolsonaristas durante visita à maior prisão do mundo, em El Salvador

Bolsonaristas vibram com vitória de Bukele em El Salvador

05.02.24 11:28

A reeleição matemática de Nayib Bukele a presidência de El Salvador ainda foi confirmada pela Justiça do país. Com 70% das urnas apuradas, o atual presidente tem 83,1% dos votos válidos — o principal partido de esquerda, o segundo colocado, teve pouco menos de 7% dos votos.

O segundo mandato de Bukele, que passou por cima da Constituição do país para concorrer, foi comemorado rapidamente pela direita bolsonarista, que acompanha de perto o governo do país, o menor da América Latina. A linha-dura em segurança pública do presidente é louvada pelos deputados da Comissão de Segurança Pública do Brasil.

“El Salvador, por três décadas, foi dominado por facções que fizeram do país o mais violento do mundo”, escreveu Ubiratan Sanderson (PL-RS). “80% do território estava tomado pelas pandilhas e narcotráfico até a chegada de Bukele.”

O sucesso inegável no combate às pandillas — termo em espanhol às quadrilhas que dominavam o crime organizado no país, pouco menor que o estado de Sergipe — levou Bukele a ter uma das taxas de aprovação popular mais altas da história, na casa dos 90%.

O sucesso não veio sem controvérsia: ele apostou em uma política de encarceramento em massa que levou 2% da população adulta masculina do país para a cadeia. A maior prisão do mundo, para 40 mil pessoas, foi inaugurada recentemente no país — e foi visitada pelos bolsonaristas no ano passado.

Outros parlamentares de direita acabaram por ligar o discurso linha-dura de Bukele ao governo do PT. Caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ):

O Itamaraty ainda não se manifestou sobre a eleição. De acordo com relatos da imprensa salvadorenha, a apuração dos votos sofreu uma “falha de segurança” por “fatores alheios” que atrasou a contagem por pelo menos 12 horas. Os votos tiveram de ser contados manualmente.

Para o jornalista salvadorenho Saúl Hernández Alfaro, entrevistado do episódio do podcast Latitude deste sábado, 3 de fevereiro, Bukele é um “autocrata”, mas ainda não um “ditador”.

“El Salvador funciona hoje como uma democracia, mas com traços de caráter autoritário, o que os cientistas políticos chamam de regime híbrido ou democracia iliberal”, afirma o jornalista ao Latitude.

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