Agência Brasil

Assessor de Guedes e mais 28 viram réus por rombo de R$ 5,5 bi em fundos de pensão

17.01.20 14:18

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, recebeu denúncia da força-tarefa da Greenfield contra Esteves Colnago, assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, e outras 28 pessoas por gestão temerária em fundos de pensão. 

Conforme a Procuradoria da República no Distrito Federal, o esquema de administração irregular provocou, entre 2011 e 2016, um rombo de 5,5 bilhões de reais nos caixas do Petros, Funcef, Previ e Valia — o maior valor entre todos os casos investigados pela Operação.

A apuração mostrou que os gestores dos fundos liberaram investimentos no Fundo de Investimentos e Participações (FIP), veículo da Sete Brasil, empresa responsável pela produção de sondas para a exploração de pré-sal, ignorando riscos e normas do mercado financeiro. 

Esteves Colnago participou de reunião do Conselho Deliberativo da Funcef, em maio de 2012, que decidiu pela  preferência na aquisição de novas cotas do FIP Sondas. Segundo os procuradores, “escutando o áudio da reunião do Conselho Deliberativo da FUNCEF referente à Ata nº 377, nota-se, sem lugar a dúvidas, que os conselheiros aqui acusados referendaram o investimento de mais um bilhão de reais na Sete Brasil sem realizar qualquer discussão e sem embasamento técnico, com negligência assustadora, como se estivessem tratando de um tema qualquer sem a menor repercussão no patrimônio da FUNCEF e na futura vida econômica de seus participantes”.

Para o juiz federal, “o MPF produziu e apresentou peça acusatória formalmente apta”. “Está acompanhada de vasto material probatório, contendo a descrição pormenorizada contra todos os denunciados (então dirigentes, conselheiros e responsáveis pelos investimentos no âmbito da PETROS, FUNCEF, PREVI e VALIA)”, destacou Vallisney na decisão.

Em nota enviada à imprensa à época da apresentação da denúncia, o Ministério da Economia esclareceu que Colnago responde a processo administrativo pelo mesmo episódio na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). “O assessor esclarece que todas as atividades exercidas como membro do Conselho Deliberativo do Fundação dos Economiários Federais (Funcef) ocorreram em consonância com o regimento interno e demais normas legais”, destacou o texto.

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  1. A Sete Brasil foi criada no final do governo Lula, quando o mecanismo da roubalheira ptista já estava "consolidado" e a miragem de uma nova e quase infinita fonte de recursos, o pré-sal, entrou nos planos de manutenção do poder. Para viabilizar este projeto, os gestores dos maiores fundos disponibilizaram seus caixas, de forma irresponsável - muitas vezes também corrupta. É lamentável que o ministro Guedes tenha cometido este erro. Cadeia para o assessor!

    1. Axel foi perfeita sua visão de tudo o que aconteceu!

  2. Tanta gente boa e honesta para escolher como assesor, sempre me pergunto por que se elegem pessoas enroladas, com processos sérios nas costas? O lobby é grande, o cuidado é pouco na escolha e, o pior, quem seleciona também tem lá suas culpas mo cartório e passa a mão na cabeça dos escolhidos.

  3. É pelos frutos que se conhece a videira. Se um assessor de Guedes errou então culpem o Guedes que escolheu errado. o Presidente que não escolheu esse assessor também não vai conhecer os frutos dessa videira.

  4. Esse cara vai continuar no governo? A lista de enrolados e malucos na gestão Bolsonaro não para de crescer. É tão difícil assim encontrar gente mentalmente sã e íntegra para a equipe de governo?

    1. Estou achando quase impossível. Quando é honesto é maluco, e quando é são é desonesto.

    2. Eduardo. É sim. Como você pode ver pelos comentários aqui, os bozistas raiz possuem capacidade limitada para pensar e agir. Os poucos ministros que funcionam bem neste governo geralmente não são bozistas!

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