Leopoldo Silva / Agência Senado

Anvisa pedirá a Bolsonaro que vete prazo de cinco dias para aprovação de vacinas

05.02.21 18:44

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, pedirá ao presidente Jair Bolsonaro que vete o trecho da medida provisória nº 1.003 de 2020 que estabelece prazo de cinco dias para a autarquia autorizar o uso emergencial e temporário de vacinas contra a Covid-19 que tenham recebido aval de autoridades sanitárias internacionais.

A agência ainda considera acionar o Supremo Tribunal Federal para derrubar o dispositivo aprovado pelo Senado na quinta-feira, 4. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que o novo prazo resulta em risco à saúde pública e não é viável para análise segura de imunizantes.

De acordo com Barra Torres, um dos grandes problemas trata-se do caráter impositivo da matéria. “No seu artigo quinto ela diz que a Anvisa concederá autorização. Então ela só dá um caminho para nós, só podemos autorizar, então toda fase analítica deixa de existir. Ficamos apenas com uma fase mais cartorial que seria de oferecer uma chancela para determinado produto e não é isso. Os servidores concursados fizeram concurso para entre outras coisas analisar produtos e essa possibilidade de trabalho está sendo amputada com risco para a população. Aqui não há nenhum dono da verdade, mas não podemos fugir do nosso trabalho, está lá na atribuição da agência que identificar ameaças à saúde pública e proteger a saúde pública. Nós estamos identificando um momento delicado com essa medida provisória e, portanto, vamos agir até o final no sentido de torná-la adequada“, explicou.

O diretor-presidente da Anvisa acrescentou que “nenhuma” autoridade regulatória mundial trabalha com o prazo de cinco dias. “Eu não sei de onde veio, mas sabemos que é um prazo muito curto. Nós fizemos dois processos em nove dias. Será que por uma matemática de padaria dá para fazer um processo em quatro dias e meio? Não sabemos. Se fosse uma matemática simples dava até para inferir isso, mas não é. São documentos  densos, são 20 mil folhas de documentos sempre traduzidas para um inglês técnico, pesado e com tradução juramentada. Porque tem vida humana envolvida. Não é um brincadeira“, emendou.

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  1. Quanto absurdo! Esse povo vivia exigindo respeito à Ciência e, agora, a querem atropelar? Cinco dias para aprovar pedido de uso emergencial...se a tal farmacêutica enviar documentos a menos, e a ANVISA, exigir correção, ainda assim teria que aprovar o bagulho. E quem dança? Nós, o povo. Qualquer aventureiro pode entrar com registro de vacina. Daqui a pouco aparece alguém tentando jogar a cloroquina e a invermectina no bolo...

  2. Está certo o Presidente da Anvisa. Um bando de despreparados “c....” regras para técnicos competentes e exaustos! Esquecem q a estrutura do órgão, antes da pandemia, já era sucateada. E de repente querem se comparar a países desenvolvidos. E ameaçam com o STF. E se cair numa excelência de “M....”, ainda diminui o prazo para 48 hs.... Pobre Brasil. Pobre trabalhadores competentes e honestos!!!

  3. Incrível esse senado subitamente querer aprovar a Sputnik em 5 dias. Criam insegurança sobre a vacina. Ninguém acha que esses políticos se preocupam com o povo. Tá estranho.

    1. Estou desperta velhinha. Quando digo postura estranha, me refiro ao que eles estão levando, para tal movimento. “Toma lá dá cá”de cargos já é comum, mais esse caso ficou cheirando a algo mais.

    2. Acorda Suzana, quem está interessado na Sputnik é o Capitão Cloroquina. Isso é jogo de cartas marcadas.

  4. O presidente da Anvisa esta certo. Lembro de uma frase, salvo engano de um técnico da Anvisa: "produzir medicamentos, não é o mesmo que produzir cuecas. Se você não tem estrutura, vá produzir cuecas." Não adianta este açodamento. A Anvisa não pode se curvar à pressões políticas. Liberar vacinas, não é o mesmo que liberar cuecas para uso. O que o Brasil menos precisa, é gerar insegurança na população quanto aos processos de liberação. Bolsonaro, que é meu amigo e confia em mim, vai vetar.

    1. Não nem João nem PAULO, os dois defendiam prazos exíguos e que se fosse aprovada em outros países deveria ser aqui também. PAULO até mudou de alcunha. Com a nova alcunha se imagina filósofo e inventor. Se tem vacina são contra, se não tem também. Russos, Argentinos e Mexicanos todos burros, PAULO só é inteligente.

  5. No Brasil é tudo brincadeira. O Congresso jogando com a vida do povo (mais uma vez). Fazem MP sem consultar qualquer técnico habilitado.

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