A chance de uma ditadura chavista no Peru
Segundo o instituto de pesquisa Ipsos, 45% dos peruanos acreditam que, se o candidato Pedro Castillo (foto) vencer o segundo turno no dia 6 de junho, o Peru voltará a ter uma ditadura. No mesmo levantamento, Castillo aparece como o favorito nas eleições, com 43% das intenções de voto. Sua adversária, Keiko Fujimori, tem 34%. Em...
Segundo o instituto de pesquisa Ipsos, 45% dos peruanos acreditam que, se o candidato Pedro Castillo (foto) vencer o segundo turno no dia 6 de junho, o Peru voltará a ter uma ditadura.
No mesmo levantamento, Castillo aparece como o favorito nas eleições, com 43% das intenções de voto. Sua adversária, Keiko Fujimori, tem 34%. Em uma outra pesquisa, do instituto Datum, Castillo vence, mas por uma margem menor: 41% contra 36% da concorrente.
Uma das principais promessas de Castillo é uma reforma constitucional. Caso o Congresso se recuse a fazê-la, ele cogita dissolver o parlamento e convocar novas eleições.
Na economia, o plano de governo proposto pelo Peru Livre, partido de Castillo, prevê um estado socialista inspirado na Bolívia de Evo Morales e no Equador de Rafael Correa. Os ditadores venezuelanos Hugo Chávez e Nicolás Maduro e os cubanos Fidel e Raúl Castro são citados como exemplos em política exterior e de integração da América Latina.
O programa inclui o fim das aposentadorias privadas, a revisão dos contratos com empresas estrangeiras, a nacionalização de recursos naturais e o controle da imprensa. "O socialismo não advoga pela liberdade de imprensa, mas pela imprensa comprometida com a educação e a coesão do povo", diz o texto.
Em entrevistas recentes, Castillo tentou se distanciar do plano de governo elaborado por seu partido. "Aqui não tem nada de chavismo", afirmou. Mas há dúvidas sobre qual seria o seu grau de autonomia em relação à legenda e a Vladimir Cerrón, o fundador e chefe do Peru Livre.
"Castillo não é um quadro político formado ideologicamente. Ele é um professor de escola rural sem experiência em liderança até a greve nacional de professores de 2017. Ele só saiu do país duas vezes: ambas para a Bolívia, para se encontrar com os dirigentes sindicais do Movimento ao Socialismo (MAS, partido criado por Evo Morales)", diz o cientista político peruano Carlos Meléndez, da Universidade Diego Portales, do Chile.
Cerrón, por sua vez, sempre foi envolvido com política. "Cerrón é um marxista-leninista que estudou mais de dez anos em Cuba e tem mantido uma relação estreita com a ilha. Castillo é sincero quando diz que não há nada de chavismo. O que existe é castrismo", afirma Meléndez.
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Comentários (5)
Alexandre
2021-05-10 00:12:22Será que nós estamos condenados ao mesmo destino de escolher governos populistas com soluções mágicas
João
2021-05-09 18:53:24Do jeito que o Zezinho gosta.......
André
2021-05-09 18:51:33A sub-raça merece. Depois foge pro Brasil.
LSB
2021-05-09 14:24:17Bem feito para o Vargas Llosa.
Elvio
2021-05-09 12:10:31Diga-me com quem andas e te direi quem és