64% dos brasileiros acham um "absurdo" ida de Janja para as Olimpíadas de Paris

Uma pesquisa do instituto Real Time Big Data feita com exclusividade para Crusoé/O Antagonista aponta que a maioria dos brasileiros não concorda com a ida da primeira-dama Janja para as Olimpíadas de Paris.

O instituto perguntou a mil brasileiros que eles achavam da ida de Janja para as Olimpíadas como representante oficial do governo brasileiro.

Para 64% dos que responderam, a viagem foi "um absurdo, não é função dela".

Para 23%, a viagem é "natural, pois ela é a primeira-dama".

Cerca de 13% não souberam opinar.

"O brasileiro não entendeu a ida de Janja como representante oficial do país. Um evento da importância das Olimpíadas não pode ser tratado como um arrumadinho familiar. Os custos envolvidos na viagem também geram críticas. O resultado abaixo do esperado nas competições junto dessa escolha, mostra que o serviço público do esporte está longe de ser prioridade do governo federal", diz o cientista político Bruno Soller, que comandou a pesquisa da Real Time Big Data.

Janja divulgou fotos nas redes sociais tentando justificar sua viagem. Em uma delas, posou ao lado do presidente francês Emmanuel Macron e de sua esposa Brigitte.

"Ressalto aqui o quanto me senti honrada por representar meu marido, o presidente Lula, na abertura oficial, levando seu apoio e carinho para os atletas olímpicos da delegação do Brasil. Delegação essa que pela primeira vez é composta por mais mulheres do que homens, informação que achei ainda mais simbólica depois de saber que também foi em Paris, em 1900, que as mulheres puderam competir pela primeira vez em uma Olimpíada", escreveu.

A viagem de Janja custou 83,4 mil reais para os cofres brasileiros.

Essa não é a primeira viagem de Janja que não é bem vista pelos brasileiros.

Depois das enchentes no Rio Grande do Sul, a primeira-dama realizou diversas viagens ao estado, adotou uma cachorra abandonada e divulgou vídeos e mensagens nas redes sociais.

Mas o excesso de publicidade individual de Janja nas enchentes foi interpretado como vaidade fora de controle e descaso pela penúria dos gaúchos.

Uma pesquisa feita pela AtlasIntel divulgada em 23 de maio mostrava que, para os brasileiros entrevistados, a primeira-dama é a pessoa que mais teria buscado "se aproveitar ou capitalizar politicamente em cima da crise causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul".

Quase 50% dos gaúchos concorda que isso ocorreu, enquanto 26% acreditam que ela não tentou se aproveitar da situação.

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