Bolsonaro queria 'rebelião armada' contra medidas sanitárias, afirma Moro
O ex-ministro da Justiça e Segurança Sergio Moro (foto) reagiu a ataques do presidente Jair Bolsonaro, que o chamou de “covarde” e o acusou de dificultar o armamento da população à época que integrava o governo. O ex-juiz disse nesta segunda-feira, 1, que o chefe do Planalto queria que a flexibilização do porte e da...
O ex-ministro da Justiça e Segurança Sergio Moro (foto) reagiu a ataques do presidente Jair Bolsonaro, que o chamou de “covarde” e o acusou de dificultar o armamento da população à época que integrava o governo. O ex-juiz disse nesta segunda-feira, 1, que o chefe do Planalto queria que a flexibilização do porte e da posse de armas fosse usada “para promover espécie de rebelião armada contra medidas sanitárias impostas por governadores e prefeitos”.
Em nota, Moro argumentou que as mudanças na política de armamento “podem ser legitimamente discutidas”, mas não no contexto em que Bolsonaro desejava. “Nem sendo igualmente recomendável que mecanismos de controle e rastreamento do uso de armas e munição sejam simplesmente revogados, já que há risco de desvio do armamento destinado à proteção do cidadão comum para beneficiar criminosos”, emendou.
https://twitter.com/SF_Moro/status/1267468789354057731?s=20
O ex-ministro referiu-se ao episódio em que, por determinação do presidente, o Ministério da Defesa derrubou três portarias do Exército Brasileiro que reforçavam o rastreamento, a identificação e a marcação de armas, projéteis e outros produtos.
Sergio Moro ainda defendeu a adoção da quarentena para conter o avanço do novo coronavírus no país. Bolsonaro o cobrou por uma posição incisiva contra as prisões de pessoas que descumpriram decretos estaduais e municipais de isolamento social.
“Durante minha gestão como ministro da Justiça e Segurança Pública, dialoguei com os secretários de Segurança dos estados e do DF para evitar ao máximo o uso da prisão como sanção ao descumprimento de isolamento e quarentena, inclusive isso foi objeto expresso de reunião por videoconferência no próprio 22 de abril. Acredito em construir políticas públicas mediante diálogo e cooperação, como deve ser, de nada adiantando ofensas e bravatas”, respondeu.
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