Maduro lança campanha de alistamento militar na Venezuela
Ditadura venezuelana mobiliza milicianos contra suposta "ameaça" dos Estados Unidos

O regime de Nicolás Maduro anunciou uma nova campanha de alistamento militar para a próxima sexta, 29, e sábado, 30.
O anúncio foi feito por meio do canal de Maduro no Telegram.
Segundo ele, o objetivo é "concluir" o registro de milicianos, supostamente convocados para enfrentar as alegadas "ameaças" estrangeiras.
Na semana anterior, Maduro havia convocado a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em toda a Venezuela.
Na prática, as milícias servem apenas para amedrontar a população e atuar contra manifestações democráticas.
Maduro atribuiu o novo chamado à suposta saturação dos centros de recrutamento devido a uma "presença maciça" de cidadãos interessados em se alistar na Milícia Nacional Bolivariana (MNB).
A líder da oposição, María Corina Machado, reagiu ao anúncio e instou a população a desobedecer ao chamado.
“Hoje, mais uma vez, a dignidade e a coragem do povo venezuelano prevalecem. As praças vazias em toda a Venezuela hoje anunciam o futuro que se aproxima. Não tenham medo. Vocês não estão sozinhos. Eles estão.”
Retórica e propaganda
A convocação de Maduro trata-se de um teatro para mostrar que o povo venezuelano apoia o regime, o que não ocorre na prática.
Apesar das movimentações americanas no Mar do Caribe, não há previsão de que haja uma invasão por terra.
"A capacidade operacional das Forças Armadas venezuelanas é bastante limitada. E seria uma loucura Maduro declarar guerra aos Estados Unidos. O que a convocação dos milicianos indica é que as ações dos EUA estão fazendo efeito, gerando preocupação no regime. Os chavistas, então, reagem como sempre fazem, falando em soberania, com ameaças, convocando milicianos", afirma o cientista político Jose Vicente Carrasquero.
"Mas é claro que essas pessoas não estão preparadas para algo grande. Elas não têm capacidade de ir para uma guerra. É mera propaganda", diz Carrasquero.
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