Embaixada americana condena "condições desumanas" em fábrica da BYD
Lula recebeu presente de montadora chinesa processada pelo MPT por trabalho escravo e tráfico de pessoas

O perfil oficial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil mencionou as reportagens sobre a denúncia de 220 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão em uma obra da empresa prestadora de serviço para a montadora chinesa BYD em Camaçari, na Bahia.
Segundo a representação diplomática, a China cria "concorrência desleal e prejudica trabalhadores dos Estados Unidos" ao explorar o "próprio povo".
"Reportagens indicam que uma montadora chinesa de carros elétricos explorou 220 trabalhadores chineses em uma fábrica no Brasil , submetendo-os a condições desumanas de trabalho. É assim que a China cria concorrência desleal e prejudica trabalhadores dos Estados Unidos — explorando o próprio povo", publicou no X em cima de uma postagem do escritório para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho dos EUA.
Em 24 de janeiro, o presidente Lula (foto) recebeu representantes da BYD no Palácio da Alvorada.
Na ocasião, o petista foi presenteado com um carro elétrico da montadora.
Dias depois, a primeira-dama, Janja da Silva, apareceu nas redes sociais dirigindo o veículo.
MPT
Como resultado da denúncia, o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) processou a Build Your Dreams (BYD) por trabalho escravo e tráfico de pessoas.
Na ação civil pública protocolada, o órgão pede o pagamento de R$ 257 milhões da BYD e das empresas prestadoras da serviços exclusivos para a montadora – China JinJang Construction Brazil Ltda e da Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co – por danos morais coletivos, além da quitação das verbas rescisórias devidas e o cumprimento das normas brasileiras de proteção ao trabalho.
O processo foi impetrado após o MPT receber uma denúncia anônima sobre 220 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão em uma obra da empresa em Camaçari, em dezembro do ano passado.
Más condições
Os funcionários chineses foram instalados em alojamentos sem condições de conforto e estavam sendo vigiados por seguranças armados, impedindo a livre circulação ou a saída do local.
Além disso, os passaportes dos trabalhadores foram retidos pela construtora.
Um dos chineses contou ao MPT que sofreu um acidente por excesso de trabalho.
De acordo com o Repórter Brasil, “os contratos previam jornada de dez horas por dia, seis dias por semana, com possibilidade de extensão, o que levada a uma jornada semanal de 60 a 70 horas – muito maior do que o limite legal no Brasil de 44 horas“.
Segundo o MPT, todos eles entraram no país com vistos irregulares.
Na ocasião, a BYD informou que a construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda havia cometido irregularidades e, por isso, decidiu finalizar o contrato com a empreiteira. A montadora afirmou ainda que “não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana”.
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Comentários (1)
Joaquim Arino Durán
2025-06-06 16:44:56Americanos brigando com chineses por trabalho na Bahia !?!?!?