Os desmaios do líder da direita em Portugal
André Ventura foi hospitalizado após colapsar em Tavira e Odemira; Partido Chega mantém agenda sem ele

O líder do partido Chega, André Ventura, desmaiou duas vezes em eventos de campanha para as eleições legislativas portuguesas.
Os episódios ocorreram em Tavira e em Odemira. Ambos os casos resultaram em atendimento médico emergencial, com posterior diagnóstico de espasmo esofágico e stress.
O espasmo esofágico é uma contração anormal dos músculos do esôfago que pode causar dor intensa no peito, semelhante à de um infarto, além de dificuldade para engolir e sensação de aperto.
Caiu no palco
Durante comício em Tavira, no Algarve, Ventura engasgou-se ao beber água, levou a mão ao peito e caiu no palco.
Foi amparado por seguranças e atendido por uma equipe do INEM, que o encaminhou ao Hospital de Faro. Após passar a noite na Unidade de Cuidados Intensivos, teve alta na manhã seguinte.
Dois dias depois, em Odemira, voltou a passar mal e foi internado no Hospital de Setúbal. Submetido a cateterismo, não foram detectadas alterações cardíacas. Recebeu alta na mesma noite, mas, por recomendação médica, interrompeu a participação na campanha.
“Cansaço acumulado, stress e calor”
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa associou os episódios ao “cansaço acumulado, stress e calor”. Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, afirmou que Ventura “está bem e consciente”, e convocou a militância a intensificar a campanha.
O partido manteve os compromissos públicos previstos, mesmo sem a presença do candidato.
Ventura, 42 anos, é a figura central do Chega, legenda de direita populista que elegeu 50 deputados em 2024.
Sua presença tem sido estratégica na mobilização eleitoral, com discurso direto e enfrentamentos públicos, como os protestos de comunidades ciganas que o acusam de racismo.
Reações
Nas redes sociais, as reações aos desmaios foram polarizadas.
Apoiadores expressaram solidariedade, enquanto críticos levantaram dúvidas sobre sua condição física. Houve também especulações infundadas, como envenenamento ou atentado.
A ausência de Ventura às vésperas da votação levanta dúvidas sobre o desempenho final do Chega, cuja campanha depende fortemente de sua visibilidade pessoal.
A continuidade da estratégia do partido sem seu principal rosto é um desafio logístico e simbólico às ambições eleitorais da sigla.
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