O que o governo Lula viu em Glauber Braga
Briga do deputado ajuda a desgastar Arthur Lira, impede a subida de Heloísa Helena e ainda pode atrair os votos do Psol no ano que vem

O deputado do Psol Glauber Braga, que pode ter o mandato cassado por chutar várias vezes um militante do Movimento Brasil Livre, MBL, nas dependências da Câmara dos Deputados, obteve um apoio contundente do governo Lula.
Os ministros Sidônio Palmeira e Gleisi Hoffmann o visitaram durante sua greve de fome, na companhia do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias.
O congressista também recebeu a visita dos ministros Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos; Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência; Cida Gonçalves, das Mulheres; Sonia Guajajara, dos Povos Originários, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário.
Não há motivo para a ministra das Mulheres e a dos Povos Originários se encontrarem com Glauber na greve de fome, a não ser a sinalização de apoio político.
Ainda que Lula tenha passado por alto nesse assunto, é evidente que o governo viu no caso uma oportunidade e que uma ordem foi dada.
Nada a perder
O apoio velado de Lula tem várias explicações.
O primeiro é que Lula quer os votos do Psol em sua tentativa de reeleição no ano que vem.
O segundo é que o PT quer evitar que Heloísa Helena, a suplente de Glauber Braga, tome o seu lugar.
Heloísa já teve atritos com o PT e Lula no passado, apesar de ser de um partido de esquerda, a Rede.
Ela também já se lançou em uma campanha presidencial e conseguiu 6% dos votos, o que preocupa o PT.
Contra o Lira
Por fim, o governo pode ter feito a conta de que não tem nada a perder com o caso, e que isso ainda pode lhe render alguns dividendos.
Apesar de o mandato de Glauber Braga estar em risco por uma mera questão de decoro parlamentar, ele e o Psol têm dito que se trata por uma retaliação, pelo fato de ele criticar o orçamento secreto e Arthur Lira, membro do PP e ex-presidente da Câmara.
Lula quer retomar o controle sobre o destino dos recursos federais e cortar as emendas parlamentares. A ação do ministro Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal também vai nessa direção.
Além disso, o presidente nunca morreu de amores por Arthur Lira, que já foi aliado por Jair Bolsonaro durante o seu mandato.
Quando o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, dos Republicanos, decidiu dar sessenta dias para Glauber Braga exercer o seu direito de defesa, o deputado está atendendo a um desejo do PT, de fazer o assunto render o máximo possível.
O prazo dado por Motta — longo demais — não tem lógica dentro dos rituais parlamentares, mas pode ser funcional dentro da lógica do governo de desgastar adversários e ganhar apoio eleitoral.
Assista ao Papo Antagonista:
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2025-04-18 10:35:02O anônimo mané chutado pelo psico-esquerdopata teve foi sorte, o tolo Bolzo ainda hoje paga caro a facada que "ninguém" mandou lhe aplicar e nossa KGB obviamente não quis apurar pois teria de ser atendido mil vezes pelo SUS o melhor sistema de saúde do mundo, já Heloísa Helena um ser humano e tanto deve ter se arrependido mil vezes de criar um monstro.