Lula sentiu cobrança sobre Venezuela
Veículos de imprensa, dentre eles Crusoé e O Antagonista, criticaram o petista por não mencionar a crise venezuelana em seu discurso nas Nações Unidas
Lula sentiu a cobrança por não ter mencionado a crise pós-eleitoral na Venezuela em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) na semana passada, em 24 de setembro.
O fato foi motivo de críticas por parte de veículos de imprensa, como Crusoé e O Antagonista, e de organizações de direitos humanos, em especial a Human Rights Watch (HRW).
"Por que eu vou falar da Venezuela? Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer [na ONU] era aquele. E foi muito bom discurso", afirmou Lula a jornalistas no México.
O petista visita o país para participar da posse da presidente-eleita Claudia Sheinbaum nesta terça, 1º de outubro.
Leia também: E a Venezuela, Lula?
Diretor da HRW critica Lula
O diretor da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch no Brasil, César Muñoz, criticou Lula por ignorar a crise na Venezuela durante o discurso do petista na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, 24 de setembro.
"O presidente Lula abordou prioridades do Brasil em política externa. Porém, não fez nenhuma referência à situação dramática que vive a Venezuela. O silêncio não ajuda em nada as vítimas de abusos. O Brasil pode desempenhar um papel fundamental na defesa dos direitos humanos e na transição para a democracia", disse Muñoz na rede social Threads.
Leia também: Lula ignora Venezuela, defende Cuba e ataca Israel na ONU
Nada de Venezuela
Ao tomar posse em 2023, Lula retomou as relações diplomáticas com a Venezuela, do ditador Nicolás Maduro. No final de julho, Maduro comandou uma fraude eleitoral, que foi exposta pela oposição. Sobre esse país, que já enviou 125 mil pessoas ao Brasil, Lula não dedicou uma única frase na ONU.
Sua atenção está principalmente no Oriente Médio.
Lula começou seu discurso se dirigindo à delegação palestina, que participou pela primeira vez da Assembleia, como membro-observador. Também saudou a presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
O presidente falou de "uma das maiores crises humanitárias da história recente" na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, e que "agora se expande perigosamente para o Líbano".
Sem citar Israel, afirmou que "o que começou como uma ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses tornou-se uma punição coletiva de todo o povo palestino".
"O direito de defesa transformou-se num direito de vingança", disse Lula.
O presidente também defendeu a ilha comunista de Cuba, ao dizer que é "injustificável manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis".
Como sempre, não houve qualquer menção à ditadura castrista ou qualquer defesa dos direitos dos cubanos.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)