Protestos em universidades ganham tração fora dos EUA
Com a onda de acampamentos e manifestações pró-Palestina refreando nos campi de universidade Estados Unidos —onde ela começou no último dia 17 de abril— os atos de estudantes universitários cobrando uma posição de seus países em favor da Palestina e contrária a Israel começaram a ganhar outras partes do planeta. Na Austrália, estudantes em quatro...
Com a onda de acampamentos e manifestações pró-Palestina refreando nos campi de universidade Estados Unidos —onde ela começou no último dia 17 de abril— os atos de estudantes universitários cobrando uma posição de seus países em favor da Palestina e contrária a Israel começaram a ganhar outras partes do planeta.
Na Austrália, estudantes em quatro universidades se reuniram no que chamam de uma "onda global" de ativismo pró-Palestina, também cobrando o corte de verbas destas instituições para o governo de Israel. Em Sydney, a universidade foi ocupada em uma "mostra de solidariedade" a estudantes americanos.
Um dos locais mais sensíveis a atos deste tipo, a França tem sofrido desde a semana passada com a invasão de prédios universitários. Na Sciences Po, uma das mais prestigiosas instituições de pesquisa parisienses, o que aconteceu foi o inverso: foi o governo local que cortou o financiamento do local, até que "a calma e a segurança tenham sido restabelecidas". O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, disse que o governo de Paris não irá tolerar "ações de uma minoria perigosa tentando impor suas regras e uma ideologia vinda da América do Norte."
Outro foco de atuação universitária é no próprio Oriente Médio. Nos últimos dias, atos foram registrados no Kuwait, Líbano, Tunísia e Egito, onde estudantes cobraram que a Universidade Americana do Cairo se afastem da Hewlett Packard e da francesa Axa, empresas que teriam negócios em Israel.
Como mostramos nessa semana, a repressão contra protestos anti-Israel no governo de Abdel Fatah al-Sisi não é uma novidade, nem é isolado no mundo árabe. A Jordânia já prendeu 1.500 manifestantes desde outubro. Os dois países foram os primeiros a fazer acordos de paz com Israel. Além deles, manifestantes foram presos no Marrocos, que integrou os Acordos de Abraão, com Israel, em 2020.
A questão é que, embora a causa palestina desperte solidariedade entre a população desses países árabes, seus governantes temem que os protestos se voltem contra o governo e se preocupam com o grupo terrorista Hamas, financiado pelo Irã, que é persa.
Leia mais em Crusoé: Por que governantes árabes reprimem protestos contra Israel
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