Equador: Noboa chega a mês decisivo para seu futuro eleitoral
Daniel Noboa (foto) está na Presidência do Equador há 132 dias, desde novembro. Apesar do curto período no poder, Noboa terá um mês decisivo para seu futuro eleitoral neste abril, que, assim como seu mandato, mal começou. Nesta quarta-feira, 3 de abril, o Ministério Público prendeu 14 pessoas, dentre elas funcionários públicos, como policiais e juízes,...
Daniel Noboa (foto) está na Presidência do Equador há 132 dias, desde novembro. Apesar do curto período no poder, Noboa terá um mês decisivo para seu futuro eleitoral neste abril, que, assim como seu mandato, mal começou.
Nesta quarta-feira, 3 de abril, o Ministério Público prendeu 14 pessoas, dentre elas funcionários públicos, como policiais e juízes, suspeitos de ligação com o crime organizado.
Os detidos teriam conspirado para facilitar a liberação de criminosos perigosos em regime fechado, segundo o MP.
A ação desta quarta segue na esteira de uma operação "Metástasis", que resultou em outras prisões em dezembro e março.
O objetivo é desmantelar o narcotráfico, que se infiltrou no Estado desde a década de 2000, como mostrou reportagem de edição semanal de Crusoé em janeiro.
A segurança pública é a principal pauta de Noboa e foi o que o levou a vencer as eleições presidenciais de 2023.
O Equador deixou de ser um dos países mais seguros do continente no início da última década e, agora, é o quarto com maior taxa de homicídios.
O que já aconteceu no governo Noboa?
A fuga de Fito, um líder narcotraficante, de um presídio de segurança máxima no início de janeiro desencadeou uma espiral de violência, com Noboa na Presidência havia menos de dois meses.
Os episódios não se resumiram apenas a assaltos a supermercados e ônibus queimados.
Na costa equatoriana, em Guayaquil, epicentro da violência, criminosos armados invadiram uma universidade e, notavelmente, um estúdio de televisão durante transmissão ao vivo.
Noboa, então, convocou um estado de “conflito armado interno”, autorizando as Forças Armadas a entrar em combate direto com 22 organizações criminosas.
A medida se acrescentou a um estado de emergência, com toque de recolher das 23h às 5h, em vigor desde a fuga de Fito.
Segundo o governo, até o início de março, foram efetuadas 11.000 detenções e apreendidos 64 toneladas de drogas e mais de 3.000 armas de fogo e 24.000 explosivos.
O que ainda acontecerá em abril?
Desde então, Noboa tem prorrogado o estado de “conflito armado interno”. A mais recente expira na terça, 9.
Uma nova prorrogação pode ser alvo de ação na Suprema Corte equatoriana, que avalou a extensão em andamento.
Mas, o dia decisivo para o futuro eleitoral de Noboa ocorrerá apenas no penúltimo domingo de abril, 21.
Mais de 13 milhões de eleitores equatorianos votarão em um referendo com emendas à Constituição ligadas à política de segurança pública do presidente.
A pergunta mais relevante do referendo está relacionada ao uso das Forças Armadas no combate ao crime organizado: "Você está de acordo com que se permite o apoio complementar das Forças Armadas nas funções da Polícia Nacional para combater o crime organizado?".
Segundo o cientista político equatoriano Cesar Ulloa, "o governo depende muito do resultado do referendo para definir com precisão quais serão os próximos passos em termos de orçamento, de estratégia e de política".
Um cronograma eleitoral muito apertado eleva a relevância deste referendo de abril. Noboa deverá disputar a reeleição já no início do ano que vem.
"Entramos em um ano para definir as candidaturas para as eleições à Presidência e ao Legislativo em 2025", diz Ulloa.
O pleito está marcado para 9 de fevereiro.
O fato é que a eleição de 2023 garantiria, de qualquer maneira, apenas um governo breve para Noboa.
O atual presidente cumpre um mandato tampão após a renúncia de seu antecessor, Guillermo Lasso.
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