Depois da Enel, CEEE Equatorial também entra na mira das CPIs
A Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu, nesta quinta-feira, 18, o primeiro pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a CEEE-Equatorial, empresa de energia que atende parte do estado e a capital gaúcha. Os vereadores, comandados pela vice-líder do governo na Casa, Cláudia Araújo (PSD), levaram menos de um dia no recesso para se...
A Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu, nesta quinta-feira, 18, o primeiro pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a CEEE-Equatorial, empresa de energia que atende parte do estado e a capital gaúcha.
Os vereadores, comandados pela vice-líder do governo na Casa, Cláudia Araújo (PSD), levaram menos de um dia no recesso para se articular em torno de uma comissão. Mesmo lideranças do MDB, partido do prefeito Sebastião Melo, assinaram o documento, que aponta dez causas principais para investigar a empresa.
O estopim foi a lenta resposta da empresa aos estragos da tempestade de quarta-feira, 17, que deixa parte da cidade às escuras até este final de semana. Em pleno ano de eleição, Sebastião Melo sem conseguir contato com a empresa. Restou a ele pedir que a população emprestasse as motosserras que tivessem em mãos.
No estado, seriam 276 mil clientes sem luz até a manhã desta sexta-feira. Na capital, 17 bairros seguem sem luz e a empresa, que chegou a se gabar de trazer uma equipe da filial maranhense da Equatorial, só garante que o restabelecimento da energia virá no domingo.
A Equatorial assumiu o controle da distribuição estatal CEEE em um leilão ocorrido em 2021, por módicos 100 mil reais — a empresa, no entanto, herdou o passivo de 4,8 bilhões de reais que a empresa já possuía. Como parte da privatização proposta pelo governador Eduardo Leite (PSDB), a parte de transmissão foi vendida por 2,6 bilhões de reais à sino-brasileira CPFL, e o setor de geração de energia por 928 milhões para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
A CEEE Equatorial não é a primeira a sofrer com a ação legislativa após demora no atendimento à população: no final do ano passado, a Enel São Paulo foi alvo de duas comissões, na Assembleia Legislativa (Alesp) e na Câmara Municipal da capital paulista, após deixar partes da metrópole às escuras por quase cinco dias.
A CPI em âmbito estadual havia sido aberta antes do apagão e foi concluída ainda no ano passado, com a conclusão de que a empresa foi de fato negligente no cumprimento de suas obrigações. A CPI municipal espera receber o presidente da Enel em um depoimento em 2024.
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Comentários (1)
Renata
2024-01-21 10:01:53Assim não adianta privatizar.