Equador: procurador que investigava invasão a TV é assassinado em Guayaquil
Um dos responsáveis por investigar a invasão a um estúdio de televisão pública em Guayaquil, no Equador, foi assassinado nesta quarta-feira, 17 de janeiro. A vítima, o procurador César Suárez (foto), tinha acabado de sair de seu escritório na Polícia Judicial, no norte de Guayaquil, quando foi abordado. Ao menos, 20 disparos atingiram o veículo...
Um dos responsáveis por investigar a invasão a um estúdio de televisão pública em Guayaquil, no Equador, foi assassinado nesta quarta-feira, 17 de janeiro.
A vítima, o procurador César Suárez (foto), tinha acabado de sair de seu escritório na Polícia Judicial, no norte de Guayaquil, quando foi abordado.
Ao menos, 20 disparos atingiram o veículo do procurador.
Um dia antes do assassinato, na terça-feira, 16, Suárez havia afirmado em entrevista ao jornal equatoriano El Universo que não andava com escolta policial.
O que investigava César Suárez?
Suárez integrava a Unidade Nacional Especializada de Investigação sobre Crime Organizado Transnacional (Unidot), do Ministério Público equatoriano.
O procurador vinha de conduzir as investigações sobre a invasão a um estúdio de televisão pública em Guayaquil.
A invasão, que ocorreu durante transmissão ao vivo em 9 de janeiro, se tronou a imagem símbolo do atual pico de violência no Equador.
O episódio também levou o presidente equatoriano, Daniel Noboa, a convocar estado de "conflito armado interno", pondo o Exército nas ruas e equiparando grupos narcotraficantes a terroristas.
Leia também: Como as democracias morrem
Invasão a TV ao vivo
Treze homens encapuzados invadiram uma transmissão ao vivo da emissora de televisão pública TC, em Guayaquil, foi interrompida pelo final da tarde de 9 de janeiro, no ápice da atual onda de violência no Equador.
Os agressores obrigaram os funcionários a se deitarem no chão enquanto o programa era transmitido.
Eles usaram o momento para demandar a redução do efetivo policial nas ruas após o decreto presidencial de estado de exceção, datado do dia anterior, 8 de janeiro.
Algumas das pessoas encapuzadas foram vistas deixando o palco juntamente com alguns funcionários.
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As autoridades equatorianas detiveram os 13 encapuzados e também apreenderam armas e explosivos no local.
Todos os detidos são ligados à facção criminosa Los Tiguerones, uma das maiores do país.
Por que Guayaquil concentra a violência?
A cidade de Guayaquil e os subúrbios de Dúran e Samborondón registraram, juntos, 68 mortes violentas nos primeiros nove dias de 2024, um acréscimo de mais de 17%, comparado ao mesmo período no ano anterior.
Trata-se de uma média de oito assassinatos por dia. A mesma região, identificada oficialmente como Zona 8, respondeu por 2.752 dos 7.878 homicídios no Equador em 2023, cerca de 35% do total.
De fato, Guayaquil é a maior cidade do país, com 2,8 milhões de habitantes, e a sua região metropolitana representa 20% da população equatoriana.
“Guayaquil é uma cidade que sempre teve problemas de segurança”, diz o cientista político equatoriano Cesar Ulloa, do Instituo de Altos Estudios Nacionales (IAEN).
Entretanto, se a situação se agravou lá, como em todo o país, se deve ao avanço do narcotráfico.
Leia mais em: Como Guayaquil se tornou foco da rota do tráfico na América do Sul
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Comentários (2)
100413CAIO02
2024-01-18 11:04:14Logo teremos fatos assim em nosso Brasil, já que o crime organizado cresce exponencialmente sem que medidas duras por parte do governo sejam tomadas!
Odete6
2024-01-18 07:14:44Em todas as suas configurações e vertentes criminais sem exceção, bandidos são mesmo uma subespécie revoltantemente repugnante. Existências que só fazem predar pessoas e sistemas, além de, evidentemente, configurarem ícones da mais absoluta burrice, já que começam suas repulsivas trajetórias, dando rasteiras em si próprios, uma vez que uma sociedade estruturada, em paz, edificada e edificante obviamente os abrangeria em sua evolução, civilidade e bem estar.