Europa se prepara para uma possível vitória de Trump
Com a vitória de Donald Trump (foto, em 2017) nas primárias do Partido Republicano na segunda, 15, autoridades europeias começaram a pensar mais seriamente em cuidar da própria segurança, sem precisar contar com a ajuda dos Estados Unidos. Isso porque Trump tem iniciado sua campanha com muitos slogans antigos, que ele usou na campanha de...
Com a vitória de Donald Trump (foto, em 2017) nas primárias do Partido Republicano na segunda, 15, autoridades europeias começaram a pensar mais seriamente em cuidar da própria segurança, sem precisar contar com a ajuda dos Estados Unidos.
Isso porque Trump tem iniciado sua campanha com muitos slogans antigos, que ele usou na campanha de 2016. Entre eles está o de "tirar os Estados Unidos de todas as guerras desnecessárias no exterior".
O republicano também tem mantido uma retórica antipática em relação à Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. Em seu programa de governo, ele se orgulha de ter feito com que os países dessa aliança militar aumentassem seus gastos em segurança.
"Trump dizia que queria sair da Otan, mas foi impedido de fazer isso quando era presidente por pessoas que trabalhavam com ele. Em um possível segundo mandato, não sei se haveria alguém na sua administração capaz de impor essa resistência", diz a cientista política americana Lilly Goren na Universidade Carroll, no estado de Wisconsin.
A grande preocupação é como os Estados Unidos, em um possível governo Trump, lidaria com a guerra na Ucrânia. Desde o ano passado, congressistas republicanos têm se oposto ao envio de mais ajuda financeira e militar ao país.
Além disso, o republicano sempre foi um admirador de Putin, que por sua vez tem dado declarações favoráveis a Trump.
As vezes em que Trump precisou lidar com a Ucrânia quando era presidente também não trazem boas lembranças aos líderes ucranianos.
"Quando Trump era presidente, ele conversou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e pediu que ele encontrasse coisas sujas contra Joe e Hunter Biden, para garantir apoio ao país no Congresso americano. Provavelmente teríamos mais desse tipo de coisa", diz Goren.
Esta semana, o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, afirmou que a Europa precisa se preparar para um possível cenário de Trump voltando à Casa Branca.
"Se o ano de 2024 trouxer de novo a ideia de 'América em primeiro lugar', então teremos mais da Europa por conta própria", disse De Croo ao Parlamento Europeu. "Como europeus, nós não devemos temer esse cenário, mas abraçá-lo."
A Bélgica assumirá a presidência do Conselho Europeu este ano e será um país importante na elaboração da agenda de segurança do continente.
A fala de De Croo lembra o que a então chanceler alemã Angela Merkel disse em 2017, após a vitória de Trump no ano anterior.
"Os tempos em que podíamos depender completamente dos outros estão em vias de extinção. Senti isso nos últimos dias", disse Merkel durante um comício eleitoral em Munique, no sul da Alemanha.
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