Por que é difícil tirar Netanyahu do poder em Israel
O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, disse nesta quinta, 16, que o partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, deveria escolher outro líder. Dessa forma, outra pessoa assumiria o governo do país, que está em guerra contra o grupo terrorista Hamas. “Precisamos estabelecer um governo de reconstrução nacional. O Likud irá liderá-lo, Netanyahu e...
O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, disse nesta quinta, 16, que o partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, deveria escolher outro líder. Dessa forma, outra pessoa assumiria o governo do país, que está em guerra contra o grupo terrorista Hamas.
“Precisamos estabelecer um governo de reconstrução nacional. O Likud irá liderá-lo, Netanyahu e os extremistas serão substituídos, mais de 90 membros do Knesset (o Parlamento de Israel) serão parceiros numa coligação de cura e reconexão", escreveu Lapid nas redes sociais.
Tirar Netanyahu, contudo, não é assim tão fácil. Em Israel, assim como em outros países parlamentaristas, assume o cargo de primeiro-ministro o presidente do partido ou da coalizão que conseguir mais assentos no Parlamento. O mandato é de quatro anos, mas pode ser abreviado caso o Parlamento convoque eleições antecipadas. Para tanto, é necessário conseguir o voto da maioria dos 120 parlamentares, ou seja, 61 parlamentares.
A atual coalizão, formada com partidos da direita radical, em dezembro do ano passado, tem 64 das 120 cadeiras. Caso uma nova eleição seja convocada, pesquisas de intenção de voto mostram que essa coalizão conseguiria apenas 45 cadeiras. Os partidos que estão na oposição, por outro lado, subiriam para 70 cadeiras. Por causa disso, é altamente improvável que os parlamentares da situação votem por um novo pleito. Isso seria uma derrota e tanto para eles.
A possibilidade de que os membros do Likud abandonem Netanyahu e troquem o presidente do partido também é pequena. Segundo o estatuto da agremiação, para isso ocorrer seria preciso que o atual líder, Netanyahu, convocasse uma eleição interna. Mas o seu histórico indica que seria muito improvável que o primeiro-ministro tomasse esse tipo de decisão, uma vez que ele sempre fez todo o possível para ficar no poder em Jerusalém.
No Likud, o apoio ao chefe também segue forte. "Existe uma tradição de muitos anos no Likud de lealdade ao líder do partido, principalmente quando ele é também o primeiro-ministro. É muito difícil imaginar pessoas do Likud agora fazendo uma traição generalizada. Há uma crítica muito forte à ideia de querer mudar o líder no meio do governo", diz o cientista político André Lajst, da ONG StandWithUS, em entrevista ao Papo Antagonista.
Depois da declaração de Lapid, nenhum membro do Likud comentou em público a proposta do opositor.
Assista à entrevista completa com o cientista político André Lajst, no Papo Antagonista:
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2023-11-18 15:34:42Netanyahu tem os dias contados: toda a manobra que fez pra conseguir apoio parlamentar, abraçando gente indigesta, foi pro lixo com a falha que originou o 7/10. A única réstia (mas bem réstia mesmo) de esperança pra ele será conseguir trucidar o Hamas e resgatar dezenas dos reféns. Tarefa hercúlea