Eleição no Equador pode abrir caminho para o retorno de Rafael Correa
O bolivariano Rafael Correa (foto), que governou o Equador entre 2007 e 2017, foi morar na Bélgica há três anos para fugir das acusações de que teria recebido propina em troca de contratos com empreiteiras, entre elas a brasileira Odebrecht. Em abril do ano passado, ele foi condenado a oito anos de prisão por crime de...
O bolivariano Rafael Correa (foto), que governou o Equador entre 2007 e 2017, foi morar na Bélgica há três anos para fugir das acusações de que teria recebido propina em troca de contratos com empreiteiras, entre elas a brasileira Odebrecht. Em abril do ano passado, ele foi condenado a oito anos de prisão por crime de corrupção. Como é alvo de um mandado de prisão, Correa pode ser preso se colocar os pés no Equador. O cenário, no entanto, pode mudar para ele, a depender do resultado da eleição presidencial equatoriana, cujo primeiro turno ocorre neste domingo, 7.
O candidato à frente nas pesquisas, Andrés Arauz, líder da plataforma União pela Esperança, é ligado ao ex-presidente. Em segundo lugar aparece o empresário Guillermo Lasso, ex-ministro da Economia que tenta a presidência pela terceira vez. Arauz diz contar com o apoio do presidente argentino, Alberto Fernández, do ditador venezuelano Nicolás Maduro e do presidente boliviano, Luis Arce Catacora. Mas é Correa que Arauz representa, de fato, na campanha.
Ex-ministro do ex-presidente bolivariano, Arauz chegou a prometer que, se eleito, fará o possível para que Correa volte ao Equador. "Arauz é a sombra de Correa. As pessoas não irão votar por Arauz, que é um nome desconhecido, mas pelo ex-presidente", diz o cientista político equatoriano Cesar Ulloa, da Universidade das Américas, em Quito.
Para se ter uma noção da força eleitoral de Correa, um paralelo pode ser feito com a Bolívia, onde o escolhido de Evo Morales, Luis Arce Catacora, venceu as eleições do ano passado. Tanto Morales quanto Correa governaram em períodos de bonança, em que o preço das commodities estava elevado. Com o fim do ciclo de pujança econômica, os dois países enfrentaram crises. Entre a parcela da população que hoje passa por problemas, há um clima de nostalgia.
Desde que o vice de Rafael Correa, Lenin Moreno, assumiu o governo do Equador, em 2017, o país tem enfrentado turbulências. Ao lidar com um endividamento crescente, Moreno pediu um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional de 4 bilhões de dólares e adotou medidas de austeridade. Em 2019, um aumento no preço dos combustíveis gerou revolta entre a população, inclusive entre grupos indígenas. Moreno chegou até a acusar uma tentativa de golpe. O pacote de austeridade, então, foi suspenso e as medidas passaram a ser adotadas de forma gradual.
Com a chegada da pandemia de coronavírus, o Equador foi um dos países mais afetados. No início do ano passado, cadáveres se amontoaram nas calçadas de Guaiaquil. Com tudo isso, a popularidade de Lenin Moreno despencou. Além de não arriscar a reeleição, nenhum candidato pediu o seu apoio. Enquanto Moreno começa a se despedir do cargo, Rafael Correa sonha com o retorno. O resultado das eleições dirá se ele pode ou não fazer as malas.
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Comentários (3)
Ruy
2021-02-11 11:44:13Triste América Latina... Já foi a Argentina, a Bolívia, Venezuela e agora esta pendenga no Equador. Se não cuidarmos, vamos nós também ! Seremos os eternos caudatários do mundo !!!
Ricardo
2021-02-07 12:11:58seus sonhos! kkkkkkkkkk desespora total! kkkk
Regina
2021-02-06 16:18:24Parece que os corruptos estão voltando com td,no continente americano!