O que está em jogo na reaproximação entre Bolsonaro e PSL
Não faz um ano que Jair Bolsonaro deixou o PSL e anunciou a criação do Aliança pelo Brasil. A ruptura ocorreu em meio a atritos com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar (na foto à direita). Àquela época, o chefe do Planalto chegou a dizer a um apoiador para “esquecer” o partido, acrescentando que...
Não faz um ano que Jair Bolsonaro deixou o PSL e anunciou a criação do Aliança pelo Brasil. A ruptura ocorreu em meio a atritos com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar (na foto à direita). Àquela época, o chefe do Planalto chegou a dizer a um apoiador para “esquecer” o partido, acrescentando que Bivar estava “queimado para caramba”. O embate deixou fissuras na sigla, dividida desde então em duas alas.
Ainda assim, o presidente da República mostrou que não há contendas insuperáveis quando as eleições batem à porta ao admitir, na última quinta-feira, 13, que cogita voltar ao PSL. Para Bolsonaro, uma das questões em jogo é a organização política.
Sem partido, hoje, Bolsonaro e seus aliados estão no limbo, apesar da significativa popularidade, avaliam deputados do PSL. O retorno à sigla pela qual se elegeu lhe garantiria cargos na direção e diretórios estaduais estratégicos. Dessa forma, o presidente começaria desde já a reforçar sua base nos estados e municípios, o que o faria chegar em 2022 com uma máquina eleitoral mais robusta. Além disso, aconselhado por aliados a "inaugurar até chafariz", conseguiria ampliar a presença de sua claque no cumprimento de agendas pelo país.
A filiação ao PSL ainda teria reflexos na articulação do governo na Câmara. Apesar da boa relação de alguns deputados com Jair Bolsonaro e de votos favoráveis a pautas econômicas do governo, oficialmente, o partido adota uma postura de independência em relação ao Planalto. Esse cenário mudaria. A aproximação asseguraria a fidelidade do partido também às chamadas “pautas de costume”, como armamento, Escola sem Partido e proibição ao aborto.
As conversas entre Bolsonaro e o PSL envolvem ainda a revogação da punição que proibiu a participação de 14 deputados bolsonaristas filiados à sigla em comissões — a medida hoje vigente restringe, inclusive, a atuação de Eduardo Bolsonaro. Com o fim da sanção, esses parlamentares poderiam voltar a integrar os colegiados dos quais o partido participa.
Bolsonaro tem considerado, ainda, a verba milionária à disposição da agremiação. Neste ano, o PSL vai receber 199,4 milhões de reais do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para turbinar as candidaturas de aspirantes a prefeito e vereador. O montante, o segundo maior entre os partidos, é fruto da atuação de Bolsonaro como padrinho eleitoral de candidatos em 2018. Isso porque a divisão dos recursos leva em conta a quantidade de representantes eleitos para a Câmara e o Senado. A cifra, em 2022, portanto, também será alta. Na campanha de dois anos atrás, quando os recursos do PSL eram mirrados, o presidente não chegou a utilizar o dinheiro do fundo e custeou a candidatura com doações.
Por causa da robusta bancada na Câmara, o PSL terá, ainda, um dos maiores tempos no horário eleitoral de rádio e TV. Aliados de Bolsonaro consideram que, apesar do grande alcance nas redes sociais, o horário eleitoral será importante para o presidente, que, pela primeira vez, terá de se dividir entre a divulgação de realizações, explicações de falhas e promessas para um próximo mandato.
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Comentários (10)
JULIANO
2020-08-17 18:31:55Concordo contudo! Sobretudo pelo olho gordo do Clã e aliados no bolo milionário do fundo partidário que chega aos cofres do PSL.
Jucemir
2020-08-17 17:02:52Espero que os editores estavam preparando uma grande matéria pra sair na próxima edição da semana sobre o escândalo envolvendo a Rede Globo.
Fernando
2020-08-17 13:50:17Irmãos Brasileiros, confesso meu voto em Bolsonaro e também minha grande decepção!! Paremos de brigar aqui embaixo e aproveitemos para refletir. Não sou do grupo invariavelmente bolsonarista e sim um daqueles que acreditou nas promessas de campanha. De todas àquelas não cumpridas a que mais me incomoda é a de combate a invariável a corrupção, promessa apropriada indevidamente por Bolsonaro que agora mostra o sempre foi junto com sua família durante todos esses anos. Moro 2022!!!
Odete6
2020-08-17 13:03:44QUE NOJO!!! QUE ASCO DESPERTAM!!!...
Humberto
2020-08-17 12:16:30O jogo político é assim. Não dá pra ficar governando sem fazer coligações, ter um partido forte. Fácil criticar o Bolsonaro. E os demais? Não estão se articulando em busca do poder? O Presidente tem todo o direito de ter aliados, não me traiu fazendo isso. Isso é política. Se houver corrupção no Governo do Presidente Bolsonaro feita por políticos aliados bastará remove-los. Ao contrário dos antecessores, que abocanhavam seu quinhão e posam hj de honestos e preocupados com a democracia.
Andre
2020-08-17 12:08:18Falou, falou, mas não disse se o PSL vai ou não aceitar de volta...
sebastiao
2020-08-17 11:21:06difícil acreditar nessa classe que se diz representar a sociedade. uns verdadeiros vendilhões ate da alma.
Roosevelt
2020-08-17 10:31:51Sem constrangimento algum.
Antônio
2020-08-17 10:23:24Quando oSr. PR. abandonou e quase destruiu aestrutura física do PSL, eu como bom e cego Bolsonarista, me retirei do partido, mesmo sendo presidente de um diretório. Passamos a fazer campanha para o "Aliança". Hoje fazemos oposição ao Sr. PR.desejamos sua deposição e o resgate das sérias e alvissareiras promessas de campanha. Mas o retorno dele ao PSL, realmente não me surpreende em nada,apenas me assusta é saber que ainda tem seguidores fiéis, dentre os quais, pessoas honestas e esclarecidas.
Jose
2020-08-17 09:55:45Todo mundo sabe que o Bozo pagou a candidatura dele com dinheiro sujo dos grileiros e outros tipos de pervertidos. Agora como está todo mundo de olho nele, ele procura outra fonte para continuar com a sua missão de vida: dilapidar o dinheiro público! Bozismo = Petralhismo!