Durante uma expedição realizada na região do mar de Weddell, no leito marinho da Antártida, em busca do navio Endurance, de Ernest Shackleton, um grupo de cientistas acabou descobrindo algo ainda mais surpreendente.
No esverdeado tapete de fitoplâncton que se espalha pelas profundezas do local, foram encontradas milhares de cavidades limpas e circulares, muito semelhantes a pequenas covas, que se destacavam no ambiente.
Contudo, após análises mais detalhadas, os pesquisadores conseguiram atestar que as depressões estavam organizadas em padrões, o que poderia indicar um comportamento animal.
Desta forma, foi possível confirmar que as “covas” eram, na realidade, ninhos de peixes-do-gelo, também conhecidos como bacalhau-amarelo (Lindbergichthys nudifrons), que são uma espécie típica da Antártida.
As imagens das estruturas foram registradas com um veículo subaquático remoto, que só conseguiu explorar a região onde elas foram localizadas por conta do desprendimento do iceberg A68, de 5,8 mil quilômetros quadrados.
Peixe-do-gelo: saiba mais sobre o animal responsável pelas “covas marinhas” na Antártida
Nativo do setor Atlântico do Oceano Antártico, o peixe-do-gelo possui um corpo oblongo que se comprime em direção à cauda. Ele possui espinhos em sua nadadeira dorsal e seus olhos podem se projetar acima do perfil da cabeça.
Os machos da espécie são considerados um dos peixes de coloração mais brilhante da Antártica, enquanto as fêmeas e espécimes imaturos apresentam colorações amarronzadas ou amareladas.
De acordo com os cientistas, os ninhos encontrados no mar de Weddell eram mantidos ativamente pelos peixes. No entanto, sua disposição parecia seguir uma espécie de “teoria do rebanho egoísta”.
Basicamente, ninhos localizados mais ao centro pareciam estar mais protegidos de predadores, enquanto os das pontas provavelmente seriam ocupados por peixes mais fortes, capazes de lutar para protegê-los.
A descoberta acabou motivando ainda mais campanhas de preservação na região antártida, considerando que, apesar de sua significa biodiversidade, ela ainda não é totalmente protegida.




