A corte dos parentes
A operação que mirou o filho do presidente do STJ chama atenção para a atuação de familiares de ministros em processos em curso no tribunal
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Não é de hoje que a relação de compadrio influencia decisões judiciais nos tribunais brasileiros. Há na história inúmeros desfechos processuais que estimulam poderosos e endinheirados a trocarem bancas renomadas que fazem defesas consideradas técnicas por advogados menos experimentados mas bem relacionados com a magistratura. "Você não contrata uma defesa, você compra um relacionamento", confidenciou recentemente a Crusoé um empresário que recorreu a um defensor sem estofo jurídico mas com bom trânsito político para resolver uma disputa bilionária. No Superior Tribunal de Justiça, essa mistura indesejada para os valores republicanos já virou caso de polícia, mas persiste. Desde 2010, a ex-ministra da corte Eliana Calmon denuncia o fenômeno do "filhotismo", em que advogados que são filhos ou parentes de ministros "vendem a imagem" dos magistrados para explorar prestígio no tribunal e faturar milhões de reais.
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Comentários (10)
Luiz
2020-11-04 15:37:30PCC togado .
Sonia
2020-09-24 23:14:59Parabéns pela matéria!!! Excelente!! Meu sonho é q muito mais gente tenha essas informações de extrema relevância.
Sonia
2020-09-24 23:12:55Há de haver uma mudança em relação as indicações políticas para essas altas cortes do judiciário. Nada de indicação política e sim por concurso, como é com os juízes federais e procuradores.
Maristela
2020-09-24 16:08:22Excelente reportagem! Pena que, por ser uma revista bancada pelos assinantes não possamos compartilhar e divulgar esse horror do qual apenas desconfiávamos mas sem ter os nomes e números. Parabéns ao repórter e parabéns, mais uma vez, à revista Crusoé.
Marcos
2020-09-24 11:26:45Essas tramóias ocorrem e sempre ocorreram em Tribunais Superiores, bem como em todos os Tribunais em geral de todo Brasil. Vale lembrar de fatos recentes envolvendo as mulheres de Dias Tófolli e Gilmar Mendes, bem como de outros membros dos Tribunais. Enquanto se mantiver esse compadrio, eles se protegerão e não podemos esperar nada de bom. Urge que se instale um Conselho Superior das Altas Cortes, para julgar esses meliantes, ocupantes de verdadeiros palácios pagos com nosso dinheiro.
Oswaldo
2020-09-22 16:40:17A Justiça brasileira é uma vergonha
Nicanor
2020-09-22 13:20:46Parabéns pela revista. Uma sugestão: permitir o “copiar-colar” de, pelo menos, parte de suas matérias, suficiente para dar uma ideia do todo de seu conteúdo. Isso, certamente, dada a qualidade das publicações, atrairia mais leitores e assinantes.
ANTONIO
2020-09-22 08:51:33Essa praxe não é somente no Superior Tribunal de Justiça, pois os escândalos no Judiciário aparecem rotineiramente em diversos tribunais regionais brasileiro. Há uns 7 anos, uma Juíza do TJ-PA concedeu liminar a um aventureiro para dispor de 2(dois) bilhões de reais que repousava numa conta fantasma no Banco do Brasil, pretensão que aliás já havia sido negada pelo TJDFT em decisão definitiva. O BB agravou dessa decisão, mas foi mantida. O Banco salvou-se no CNJ que evitou o crime judicial.
Mauro
2020-09-22 01:29:24Sensacional Crusoé!! Matéria redigida de forma requintada. Apuração detalhada e minuciosa de grande profundidade. Não há outro veículo que tenha a mesma coragem de divulgar o que sempre imaginávamos, mas ninguém se atrevia a expor de forma tão cristalina. Parabéns!!!
Heloisa
2020-09-21 23:13:22Após a leitura dá um desanimo... Mas é preciso saber em que fundo de poço tenebroso nós nos encontramos.