O golpe das Cortes portuguesas
As Cortes portuguesas, reunidas em Lisboa, querem mudar o regime político do Brasil, ignorando a vontade popular, de presidencialista para semipresidencialista. Acham que o regime presidencialista é fonte de instabilidade institucional e que, com um presidente mais para o decorativo e um primeiro-ministro ungido pelo parlamento, adentraremos os campos verdejantes da paz e concórdia entre...
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As Cortes portuguesas, reunidas em Lisboa, querem mudar o regime político do Brasil, ignorando a vontade popular, de presidencialista para semipresidencialista. Acham que o regime presidencialista é fonte de instabilidade institucional e que, com um presidente mais para o decorativo e um primeiro-ministro ungido pelo parlamento, adentraremos os campos verdejantes da paz e concórdia entre os homens de mal e, quem sabe até, entre os homens de bem. As Cortes portuguesas dizem querer repetir no Brasil o que seria o regime francês — que é semipresidencialista só no nome, porque quem manda no duro é o presidente —, mas omitem que ficaríamos mais próximos mesmo é do desastre do regime semipresidencialista da República de Weimar.
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Comentários (10)
Guilherme
2021-11-28 07:44:41É um primor de texto tanto na técnica quanto na precisão da abordagem política desse momento ruim pelo qual passamos.
MARCOS
2021-11-24 18:57:56A CANALHADA QUER BARRAR A CANDIDATURA DE SERGIO MORO DE QUALQUER JEITO POIS JÁ SABEM QUE ELE SERÁ ELEITO PRESIDENTE DO BRASIL.
VARLICE
2021-11-24 15:24:48Texto irretocável! Parabéns Mario Sabino!
Alessandro
2021-11-23 17:46:15Sarcasmo é mais uma das armas das mentes brilhantes. Sempre começo a leitura por MÁRIO SABINO, dono de uma caneta mordaz, concisa e admiravelmente culta. Não, não sou mais um dos bajuladores poka-ideia que pululam aqui e acolá, na verdade custa-me acreditar que SABINO seja jornalista, aquela turma que sai de uma Faculdade sem dominar assunto nenhum (não obstante se meta a falar sobre tudo) escrevendo em português sofrível.
LEANDRO AUGUSTO LIMA MARTINS
2021-11-23 11:30:25Estes sistemas de governo passaram a ser "denominações" constitucionais e legislativas, mas na prática o poder exercido está a mercê de "facções" destes próprios poderes, que não foram previstas na teoria da tripartite desenvolvida por Montesquieu concernente aos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Roberto
2021-11-22 18:42:20Corte sem vergonha! Moro neles!
Gilberto Paiva
2021-11-22 12:22:06Texto genial, como sempre.
Maria
2021-11-22 09:20:04Olha o que o medo do Sergio Moro faz em certas almas perturbadas e cafajes.tes. MS
HO LI FUK
2021-11-22 07:08:40hoje o pais sabe bem quem sao "a corte portuguesa"
ncc
2021-11-21 21:19:56Excelente artigo. Se acontecer a mudança para o regime semi presidencialista, será um verdadeiro golpe.