MarioSabino

Nós, macacos antropoides

03.05.19

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, entrou na guerra cultural promovida pelo governo Jair Bolsonaro e adjacências, ao anunciar que cortaria verbas de universidades federais que promovem “balbúrdia” (manifestações barulhentas de esquerda) e “eventos ridículos” (trenzinho de peladões). Depois da grita, Weintraub bateu em retirada como bom alemão. Disse que o corte de verbas abrangeria todas as universidades federais e que o dinheiro iria para creches e escolas nas quais a molecada luta para aprender a ler, escrever e fazer contas (é sintomático das nossas dificuldades, aliás, que o ministro da Educação confunda milhar com milhão). Excelente. Acho que a melhor guerra cultural contra a esquerda é botar o capitalismo para funcionar no Brasil. Todo mundo sabe a receita: diminuir drasticamente a presença do estado na economia, garantir segurança jurídica a investidores, baixar a corrupção a níveis toleráveis e qualificar profissionalmente os cidadãos – o que exclui fazer pobre pagar para obter diploma de Relações Internacionais, como se isso fosse garantir o seu futuro, e inclui proporcionar ensino fundamental e técnico de boa qualidade para a maioria. Um país se faz com programadores de computador e instaladores de ar-condicionado capazes e bem remunerados.

A Universidade de Brasília, UnB, é uma das que promovem “balbúrdia” e “eventos ridículos”, para usar as palavras de Weintraub. Declaração do ministro divulgada, a direção da UnB afirmou em nota que “não promove eventos político-partidários” nos seus espaços. Curioso. No ano passado, o curso de Ciência Política da universidade ofereceu a disciplina facultativa “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, a pretexto de incentivar o debate. O “golpe” era o impeachment de Dilma Rousseff. Só um lobotomizado para acreditar que não se tratou de um trenzinho de peladões político-partidários.

A verdade é que as universidades brasileiras têm um problema de origem do qual a ideologização extrema é apenas um aspecto, as ilhas de excelência confirmando a regra. Nasceram provincianas e pouco afeitas ao rigor e à profundidade. Em especial, na área de humanas. Em 1986, aos 24 anos, desisti de fazer pós-graduação em literatura italiana na Universidade de São Paulo, depois de constatar que o meu eventual orientador havia lido menos do que eu. Muita gente na USP leu mais do que eu. Mas o fato é que uma universidade não pode contar com um único professor que seja com menos leitura do que um rapazola de 24 anos metido a besta.

USP, vamos ao ponto que interessa. Graças a Caetano Veloso, a passagem mais conhecida de Tristes Trópicos, do antropólogo Claude Lévi-Strauss, é aquela em que ele descreve a paisagem carioca que “não está à altura de suas próprias dimensões. O Pão de Açúcar, o Corcovado, todos esses pontos tão enaltecidos lembram ao viajante que penetra na baía cacos perdidos nos quatro cantos de uma boca desdentada. Quase constantemente submersos no nevoeiro sujo dos trópicos, esses acidente geográficos não chegam a preencher um horizonte vasto demais para se contentar com isso”. Uma das partes mais relevantes do livro de Lévi-Strauss, contudo, é outra. Trata-se do trecho em que ele aborda a Universidade de São Paulo. Lévi-Strauss, que não podia ser definido como direitista empedernido, integrou a missão francesa que implantou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, na década de 30.

São Paulo era uma cidade que crescera economicamente, mas continuava tacanha na mentalidade. O fato se refletia na recém-criada universidade estadual de maneira peculiar, num prenúncio até mesmo das pitorescas tendências apresentadas na São Paulo Fashion Week. Diz o antropólogo:

“Nossos estudantes queriam saber tudo; mas, em qualquer campo que fosse, só a teoria mais recente parecia merecer-lhes a atenção. Fartos de todos os festins intelectuais do passado, que aliás só conheciam por ouvir dizer, já que não liam as obras originais, conservavam um entusiasmo sempre disponível pelos pratos novos. No caso deles, conviria falar mais de moda que de gastronomia: ideias e doutrinas não ofereciam, em seu entender, um interesse intrínseco, consideravam-nas como instrumentos de prestígio cujas primícias deviam conseguir. Partilhar uma teoria conhecida com outros equivalia a usar um vestido já visto; expunham-se a um vexame. Em compensação, praticavam uma concorrência ferrenha às custas de muitas revistas de vulgarização, periódicos sensacionalistas e compêndios, para conseguir a exclusividade do modelo mais recente no campo da ideias.”

E ele continua, arrasador:

“Produtos selecionados dos viveiros acadêmicos, meus colegas e eu mesmo muitas vezes nos sentíamos encabulados: criados para respeitar apenas as ideias maduras, ficávamos expostos às investidas de estudantes de uma ignorância completa quanto ao passado mas cuja informação tinha sempre alguns meses de avanço em relação à nossa. No entanto, a erudição, da qual não tinham o gosto nem o método, parecia-lhes, mesmo assim, um dever; de modo que suas dissertações consistiam, qualquer que fosse o tema, uma evocação da história geral da humanidade desde os macacos antropoides, para terminar, por meio de algumas citações de Platão, Aristóteles e Comte, na paráfrase de um polígrafo enfadonho cuja obra tinha tanto mais valor na medida em que, por sua própria obscuridade, era bem possível que nenhum outro tivesse a ideia de pilhá-la.”

Ao final do capítulo, Lévi-Strauss tenta fazer média com seus ex-alunos antropoides, elogiando-lhes os avanços, sem ser convincente. Mais de oitenta anos depois, com a USP como modelo de universidade pública para o país, ainda não descemos da árvore — passamos agora a colher frutas podres como se fossem frescas. Todos fazendo, para variar, a maior balbúrdia.

Se alguém tiver um bom técnico de ar-condicionado, por favor, mande o contato nos comentários.

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  1. Mário, como sempre tenho que concordar com você. Valorizamos demais os 'filósofos' e desprezamos os encanadores. No fim, temos uma filosofia medíocre e péssimos encanamentos. Tenho uma dica negativa de instalador de ar condicionado em São Paulo, é a empresa ADias, péssimos desde a instalação até ao atendimento posterior. Fuja deles.

  2. Caro Sabino. Conheço bem os franceses, não nos leve tão a sério. Nossas universidades precisam ser repensadas e transformadas, mas vamos tomar cuidado que esta crítica, porque é possível se transformar para pior.

  3. Vc. tem razão, na Europa dão muito valor aos cursos técnicos e nós brasileiros quando conversamos com essas pessoas e não sabemos o grau de ensino delas, logo pensamos serem formados em uma boa universidade. Precisamos de cursos técnicos , que gerem empregos, mas de qualidades. Não gosto de faculdades particulares, são balcões de diplomas.

  4. Mario Sabino como sempre, uma análise lúcida. Sou de PPrudente e tem um técnico de AC ótimo que nos dá uma assistência TOP. Fez vários cursos no setor e trabalha uniformizado, nunca ficou pelado para chamar atenção, já superou há séculos sua genética antropóide. Ainda bem que não estudou nas universidades federais.

  5. A especialização é necessária, por isto existem técnicos de ar condicionado, ortopedistas e filósofos. O problema da erudição vazia de Sorbone é quando sobe à cabeça e também pára no bolso.

  6. Sim. Conheço um bom técnico de ar condicionado, ex aluno da USP (curso de humanas). Desistiu da faculdade por que queriam que ele andasse pelado e optou pelo curso de mecânica.

  7. O senhor Abraham está correto na sua proposição. Na década de 70 fui produto de um curso técnico, minha primeira profissão, e depois na Universidade complementei os conhecimentos na área. Sugiro também extinguir o curso de Ciências Sociais da UFJF. É um antro de professores e alunos que não valem um real das bolsas que recebem e em nada contribuem para a sociedade. É só olhar as "teses". Tenham a curiosidade.

  8. Vale recuperar a racionalidade da alocação de recursos, com vistas a equilibrar o orçamento do ensino fundamental e infantil (creches) em face da gorda fatia do ensino superior. A ideia de importar professores parece uma alternativa válida para arejar a abordagem limitada pela ideologia gramsciana e pelo corporativismo. Esse pode ser um tema a ser aprofundado com participação da fundação Ayrton Senna e pelo prof. Abrucio, pesquisador da FGV SP.

    1. A diversidade da nacionalidade dos alunos e professores é objetivo das boas universidade em muitos países desenvolvidos.

    1. O garoto novo de 57 anos leu Gramsci há mais de 30 anos e no original.

  9. O MEC tentou atirar no que viu e acertou no que não viu. Se o corte pudesse ser direcionado , tudo bem: Todo mundo já está farto de pagar pesquisas idiotas que só servem para pretensos intelectuais continuarem mamando nas tetas do governo. Acontece que, se o MEC pode determinar o percentual de corte, não tem mecanismos para escolher como será feita a distribuição de verbas pelos reitores. Setores importantes e pesquisas de verdade podem ser prejudicados.

  10. Minha gente chega de tampar o sol com a peneira ; o Brasil ( bem que não queria comparar ) tem o mesmo tempo de descobrimento dos USA e permanecemos como estamos . Acho que não preciso falar mais nada , no que diz respeito a educação , em relação ao todo que conseguimos até hoje . !!! Para quem sabe ler um pingo é letra , não é ? Trágico ! Fico por aqui para não digitar o que não devo . ( prefiro me calar e respeitar meu país ) Gostaria muito de estar aqui e elogiar mas ......

  11. A derrocada da universidade brasileira é exposta por ela não ter conseguido formar um pensador de grande envergadura atuando nos dias de hoje. É tudo macaqueação, bajulação, balbúrdia. Com dinheiro público. O ministro está certo, melhor alfabetizar direito e dar um ofício depois. Que o estudo superior de humanas esteja nas mãos de menos pessoas, mais capacitadas e melhor alfabetizadas.

    1. E lembrar Diego , que existe pais que tem o mesmo tempo de descobrimento que o nosso e que possui universidades de onde vieram alguns dos prêmios Nobel da era moderna .

  12. Um bom técnico de ar-condicionado?... não conheço. Um bom professor?... o último que me vem à memória já faleceu. Um bom médico?... está com um pé na cova. Bons leitores (e "interpretadores") de texto, então... estão sumindo até dos lugares onde, em tese, deveriam abundar. Às vezes penso que John Galt tem encontrado uns poucos aqui na terra brasilis (e daqui os levado). Pobres de nós........

  13. Excelente texto, parabéns! A única coisa ruim àqueles que já desceram das árvores é suportar a balbúrdia dos que ainda habitam sobre elas.

  14. O ideal seria o articulista ir anonimamente na USP na capital em São Paulo, levando junto o celular para registrar fotos de balburdias dos alunos, costumazes consumidores de drogas. Só isso já é degradante...

    1. Legal!! A coluna do Mário tb é de utilidade pública

  15. Os antigos chamados colégios técnicos universitários vinculados às universidades formavam excelentes técnicos para o mercado de trabalho , inclusive técnicos em elétrica que entendiam de instalação de ar condicionado. Na última década estes colégios técnicos se desvincularam das universidades, foram criados cargos de administração como Reitor e outros cargos de direção e se transformaram nos chamados CEFETS com status de ensino superior. Conclusão sobram engenheiros e faltam técnicos .

    1. Me formei em uma destas escolas técnicas. Lá aprendi a fazer algumas coisas, que me ajudaram a tocar minha vida e construir algo para a sociedade. A formação que lá adquiri, me tornou independente. Ao invés de depender do Estado, sou contribuinte e gero empregos.

  16. Quem poderia explicar a um (a) (x) debilóide do "trenzinho" que um velhinho pobre aposentado quando compra seu pãozinho paga imposto para financiar suas performances "artística" em protesto a desigualdade social? Sem falar que em qualquer bordel existem "artistas" mais bonitas e muito mais baratas.

  17. Com exceção dos funcionários públicos,que são chamados de "professores" nas universidades e dos alunos medíocres que não leem,todos concordamos com seu comentário.Onde Boulos da "aula"inaugural na UFSC e a mesma proíbe um Seminário com intelectuais e historiadores reconhecidos sobre os "crimes do comunismo",só podemos colher frutos podres e balbúrdia nas universidades brasileiras.O assunto ganha força e adeptos.Por justiça lembro que Olavo de Carvalho vem batendo nesta tecla há anos.Parabéns!

  18. Quando cheguei ao Brasil, em 1975, o ensino médio e fundamental público ainda era o que havia de melhor! Não havia espaço para se ganhar tanto dinheiro com a escola como empresa! A escola pública foisucateada e hoje, quem tem condições, jamais opta por colocar os seus filhos pequenos na escola pública! Foi justo? É justo? É nesse caminho que queremos que as Universidades vão? Avaliações de professores e funcionários, perda da estabilidade, ok, mas deixar de ser pública não irá resolver oproblema

  19. Gostei do artigo, porque gosto de ler artigos bem escritos e que me façam pensar! Por outro lado, preocupa-me ver essa visão distorcida da Universidade pública, posso assegurar da Universidade de São Paulo, pois é nessa que trabalho há 20 anos. É fato q a sociedade, de modo geral, critica a USP, mas corre para o HC ou para o InCor quando precisa de tratamento de qualidade!!! O que me leva a crer que generalizações são burras e não nos levam a refletir e avançar...

    1. Nem todo mundo pode pagar convênio. E sinto muito, em todas as áreas estamos com deficiência de técnicos, na medicina não foge à regra. Ok, não podemos ter técnicos quando falamos de médicos, mas que tem muito médico fazendo bobagem por aí, ah, isso lá tem. Conheço alguns. Alguns pacientes processam, outros preferem largar pra lá, ou por medo ou por falta de tempo e dinheiro, afinal, tem que trabalhar. Redução de gasto para alguns cursos é imprescindível. E a contrapartida deveria existir.

    2. Correriam para qualquer hospital, de preferência o mais próximo. Isso foge ao assunto. A USP, alias todas as universidades brasileiras, tem um forte viés esquerdista que não se renova. Isso começou na década de 60 e só vem piorando. Logo, todo os professores formados após esse período tem o tal viés esquerdista, em menor ou maior grau. Talvez isso não explique os nossos problemas, mas o que poderia explicar então esse estrago na nossa Banânia?

    1. Rogério, para falar de Olavo de Carvalho é preciso conhecer Olavo de Carvalho. Se sua visão crítica se baseia na maledicência da mídia vc está se comportando como um papagaio histérico.

    2. Caramba, falando-se Levi-strauss e alguém puxa o tal Olavo, é a mesma coisa que estar ouvindo Bethoven ou Frank Sinatra e comparar com Sertanejo universitário. Olha, realmente não são apenas as universidades que estou decadentes....

    3. Comparar Ssbino com Olavo de Carvalho pode ser ofensivo, ao Sabino...

    4. Só para constar, Olavo já citou este texto alguns anos atrás, e concluiu de forma parecida. Na verdade, este texto até parece uma versão resumida do que Olavo disse a época.

    1. Alexandre, só para constar: nunca li Olavo de Carvalho. Mas li Lévi-Strauss.

  20. Quem frequentou universidade pública conhece bem as panelinhas que favorecem os estudantes puxa-sacos na obtenção de vagas em mestrados e outras regalias etc.

  21. Na mosca. Isto nos leva a acreditar que Sabino e Lévi-Straus formariam uma dupla dupla de garis incansáveis desobstruindo o caminho do conhecimento para moças e rapazes padrão danoninho, com cobertura de meleca psolista. Antes, porem, é emergencial que USP e similares comecem cobrando estacionamento e mensalidade módica para os riquinhos afetados, que acham que ser comunista é ficar exibindo seus bundões branquelos.

  22. Ótimo texto do Mário,comunismo se combate com capitalismo.Infelizmente Bolsonaro ainda carrega aquele ranço de baixo clero socialista.Esperemos 2022.

  23. Além da balbúrdia e eventos ridículos muitas Universidades estão às voltas com o TCU por corrupção,superfaturamento e desvio de dinheiro público.A UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)é outra que está sob observação e envolvida em diversos escândalos e com a Polícia Federal à bordo.É um vexame.

  24. Mário, nesse aniversário da Crusoé gostaria de fazer uma proposta: uma assinatura compartilhada, com desconto, da revista e do antagonista+, as verdadeiras ilhas no jornalismo brasileiro.

  25. Bom texto. Mas sua solução liberal é insuficiente, como prova a Europa de hoje, parte islamizada, parte sentada no trono esperando a morte chegar.

    1. João, a islamização na Europa se deve sobretudo à demagogia da esquerda com seu multiculturalismo d araque: permite aos muçulmanos seguir quase todos seus costumes arcaicos e preconceituosos (jogando-os nos guetos) e incrimina os nativos como "islamofóbicos". Isso não integra os imigrantes e divide as sociedades europeias

  26. Ahahaha a dupla de montadores de móveis chegou aqui em casa (Recife) e me pediu uma lata de leite. Eu não entendi mas fui procurar, imaginando que quisessem alguma doação ou algo assim. Só depois descobri que eles queriam usar a lata como padrão de medida para a altura do painel em relação ao rack 😅😅😅. Então você já deve imaginar que não tenho um técnico pra te indicar.

  27. E dizem que a diferença entre os portugueses e os alemães, é que estes aprenderam matemática. Weintraub não deve ser alemão.

  28. Excelente texto, penso da mesma forma. Acrescento: qualquer texto que questione o país ou os brasileiros é retalhado, porém penso que só iremos começar a melhor quando reconhecermos nossa mediocridade, enquanto pensarmos que somos o melhor país do mundo, nada mudará.

  29. O que o governo deve investir além do ensino infantil até tecnico profissionalizante é a Ciência. Institutos de Pesquisa em áreas. Sim pesquisa deve ser abraçada na área de Ciência e Tecnologia não no Ministério da Educação. O Ministério de Educação fica com a formação de competências. A pesquisa científica para adultos formados deveria ser abraçada por outro ministério com o nosso astronauta. Se dá dinheiro para Universidade pública o dinheiro escapa e a Ciência fica em segundo plano.

  30. Oitenta anos depois houve evolução e caminhos equivocados. Creio no 2° grau técnico como porta da vida. Ñ concordo q a erudição faça as pessoas melhores e felizes, ao contrário, acho-as um saco e dissonantes da vida real.

  31. Tenho sim um técnico super. Entre em contato, pois vocês da Crusoé não mais avisam a nova edição para mim assinante. Contatoxcontato. OK?

  32. De uma coisa o povo brasileiro pode-se orgulhar, a de viver em um país com ampla diversidade de valores e isso deve ser preservado. Eu não quero pensar pelos outros quero ter meu livre pensamento. Quem é capaz de impor o correto? o grande problema é a generalidade baseada em fatos pontuais gerados da diversidade cultural. Citam balbúrdias que existem em toda a sociedade. Culpar as universidades de excelências pelos desmandos do ensino público básico é um triste bode expiatório.

  33. Para o jovem de 14 a 18 anos pobre vítima da ausência de família e da violência para não ficar na rua exposto deveria o governo oferecer escolas boas e profissionalizantes onde ficasse o dia inteiro com atividades extras como esporte línguas e música. Mas o ensino superior para adulto deveria ser exclusivamente privado na minha opinião.

    1. De acordo, aliás como acontece nas melhores Universidades do mundo.

  34. Sou contra ensino superior público e gratuito deveriam cobrar. Tudo deveria ser bom e privado com competição. O governo daria bolsas de 50% no máximo para carentes. O aluno busca aonde e o que estudar. Abrir as portas das instituições. Chega de dinheiro para mestres doutores phds só para viajarem e gastarem como nobres e especiais castas. Chega de drogas e bebidas aos jovens. Hora de maturidade e responsabilidade o jovem tem que valorizar. A partir de 18 anos só ensino privado.

    1. Tou contigo. Deveria ser pago, sim. Só assim, quem sabe, esses bons meninos não mais tivessem o acinte de jogar o bandejão (com comida) por sobre os empregados dos restaurantes universitários, como sói acontecer do Oiapoque ao Chuí. Essa gente que se dá ao deleite, ou melhor, ao desrespeito, de, nus, nos desmoralizar.

    2. Concordo, acrescentando apenas que os alunos de famílias carentes que obtiverem aproveitamento superior a 85% no ensino médio tenham gratuidade plena.

  35. O PARÁGRAFO ABAIXO, É DO LIVRO “O DIA EM QUE O RABINO FOI EMBORA” 1996, DE HARRY KEMELMAN, RETRATA A SITUAÇÃO ATUAL DAS UNIVERSIDADES AMERICANAS QUE PRIORIZAM BASICAMENTE A PESQUISA. ALIÁS, AS EMPRESAS AMERICANAS DE UMA CERTA MANEIRA TAMBÉM PERSEGUEM A INOVAÇÃO, A PROVA DISSO É QUE A IBM, POR EXEMPLO, PREMIA SEUS TÉCNICOS SEMPRE QUE APRESENTEM UM TRABALHO INÉDITO BASEADO EM PESQUISA QUE TENHAM REALIZADO. AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, RESSALVADAS AS EXCEÇÕES DE PRAXE, SÃO EM BOA PARTE, A CAUSA D

  36. O comentário de Lévi-Strauss soaria de uma gentileza intensa e por que não dizer, eivada de inverdades, se fosse dita nos dias de hoje, considerando o nível de interesse e dedicação dos alunos dos dias atuais. Tudo isso me leva a crer que o Brasil é um país que tem a ferocidade de um viking e a resistência de um turcomano, por ter tido a capacidade de sobreviver com tanta pujança não obstante a nossa inteligentzia e a dos nossos mandatários que nos fazem morrer de saudades do D. Pedro II.

  37. Viva! Vendem a ilusão que um diploma de 3° grau muda a vida. Fetiche. Universidade deve ser lugar para aqueles que gostam de muito estudar, pesquisar e enfiar a cara em livros, laboratórios. Quantos gostam e estão preparados para isso? Ensino fundamental e técnico de boa qualidade prepara de ver verdade uma sociedade para seus desafios. Os doutores estarão a trabalhar numa perspectiva mais sofisticada.

  38. Em lugar de cortar a verba de todas as universidades públicas (dos governos) poderiam implementar uma ideia que deu certo em outro pais: cortar o orçamento/verbas do governo por cada aluno "repeteco", ou seja os que no passam de ano. Isso ajudou a diminuir drasticamente os alunos que só se dedicavam a fazer política e "bagunça"na faculdade a custas da sociedade, ocupando vagas de estudantes que realmente merecem.

    1. Sei não. No país do jeitinho, com essa medida é capaz de as faculdades não reprovarem mais nenhum aluno. Mas concordo que o corte de verba deve ser proporcional ao desempenho da instituição.

    2. Verdade. Concordo. Apesar das faculdades ou algumas terem limite de repetência. Acredito q ainda seja ineficiente. Minha filha cursa em uma faculdade federal existe sim professores com mais preocupação ideologica ou melhor partidária do q no ensino da sua matéria. Mas, não tenho como negar q existem professores sérios e bons q exercem seus ofícios com excelência. Não sei a truculência do outro lado seja a maneira mais eficais de combater ensino partidário. Estamos vivendo momentos difíceis!

    3. Ótimo! seu comentário, concordo plenamente! tem muitos alunos, querem sim estudar!

  39. O grande problema é que os filhos e netos intelectuais dos macacos antropoides da década de 30 do século passado hoje são professores e orientadores de teses das universidades federais, estaduais e particulares. E o problema maior é que seus avós queriam descer das árvores, e seus pais - e muito mais eles mesmos - começaram o movimento contrário para voltar a habitar o topo das árvores (principalmente a partir de maio de 68). Vai ser difícil remover este entulho cultural. Pobre ministro!

    1. ... há muito tempo... E em tempo: acho que o ministro está no caminho certo. Pelo menos por enquanto.

    2. Carlos. Talvez vc seja um sortudo. Fiz cursos da área de humanidades em universidades particulares onde os professores e orientadores, na sua grande maioria, formaram-se em universidades públicas. E na quase unanimidade apontavam para o topo das árvores. Alguns já estavam pendurados nos galhos a muito tempo. Sem conhecer o conselho do Sabino, em artigo anterior, usei a estratégia: menti para agradar os "mestres antropoides" e segui alegre prá frente... Os símios adoram um elogio...

    3. Pobre de nós que temos um ministro como esse. O senhor Sabino, ao contrário do senhor Diogo, raramente discorda desse Governo, o que é triste, pois parece que a propalada isenção deixa a desejar. Outra coisa, não conheço nenhum vagabundo que deixou a universidade, todos trabalham e duro. Tenho orgulho de ter estudado em uma universidade federal e ter feito um curso na área de humanidades.

  40. É preciso divulgar quanto custa um aluno que fica o dobro ou mais anos na faculdade sem passar e trancando matérias. Como ninguém sente no bolso fica por isso mesmo. O aluno vagabundo, permanece na casa dos pais encostado, atrasando o amadurecimento e não dando retorno ao país do dinheiro investido nele. Além disso, restringe a oportunidade de outro estudar. Divulguem os números dos custos de cada curso e cada aluno das universidades.

    1. O custo é infinitamente menor do que o retorno que essas instituições e seus egressos dão ao país. Tenho orgulho de ter estudado em uma, de ter feito um curso na área de humanidades. Além disso, fazer aqui o discurso do governo é fácil, já que o senhor Sabino, ao contrário do senhor Diogo, raramente discorda de algo que esse Governo faz. Outra coisa, TODOS

  41. É muito triste um ministério importante, que é a porta para o futuro estarem nas mãos de pessoas que pensam em ideologias de a ou b e esquecem que pra mudar tudo isso é só atacar a raiz de todo mal, o fundamental 1 e 2, segundo Santo Agostinho o mal não existe, o que existe é a ausência do bem, vamos melhor a a educação na sua base.

  42. Conheço um ótimo técnico de ar-condicionado, ele trabalha como um doido para manter um filho em SP estudando na USP. Na última vez que o encontrei ele estava bastante triste porque o filho gritou com ele defendendo o PT. O Marcão (nome do técnico) disse: "como pode esse meu filho estar tão desinformado e falando grosso ao defender o PT"? Eu disse que ele deve ter paciência, o filho apenas repete o que ouve na universidade. A resposta foi: "quem repete é papagaio, meu filho não raciocina..."

  43. O senhor Sabino não leva em conta que as Federais ainda são ilhas de excelência, tanto no ensino, quanto em pesquisa. São as que mais apresentam trabalhos. Tentar desmoralizar essa instituições, sem citar suas qualidades é desonestidade intelectual. Fui professor de várias faculdades privadas, e todas, mesmo aquelas que mais se destacavam nas notas dadas pelo MEC, não passavam de meras fábricas de profissionais, que saiam do jeito que entravam: sem saber nada (havia exceções, obvio)!

    1. Defina esquerdismo? Se for esse para apoiar esse arremedo de governo e suas palhaçadas, prefiro ser sim

  44. Só uma perguntinha ingênua , porque a Mídia acredita em pesquisa por Amostragem que em um Universo de 150.000.000 de Eleitores se pesquisa 3.000 e não aceitam uma pesquisa de amostragem paraavaliar alunos ? .

  45. Excelente análise! O ministro deveria voltar a se pronunciar com números da real situação dos reprovados e dos tranca-vagas. A conivência do corpo docente com essas manifestações de barbárie também deveria ser revelada e contestada publicamente.

  46. acho que esse alemão tem técnica, tem gente lhe dando um toque, pra parar com a balburdia. ps. não precisa arrumar o "ar" tá chegando o frio.

  47. Ahhh então você lê os comentãrios, como qualquer um de nós....amei. Eu não tenho um bom técnico de ar condicionado para te indicar. Scuse.

    1. Rolei de rir com o seu acertado comentário! A turma atual parece ter apenas um tubo neural pra funções basicas de alimentar-se e defecar. E expõe com orgulho seus sucessos na função n°2...

  48. Novos livros com novas ideias ocupam tanto espaço que não há lugar para um manual técnico de ar condicionado ou sobre como plantar e regar as árvores nas quais nos penduramos.

  49. Pena que você não tem os dados das reprovações, das inúmeras notas 0 dos alunos que por não pagarem as universidades estaduais e federais não dão o mínimo valor. O MEC deveria informar à população o quanto paga com reprovações e desistências nas universidades públicas.

  50. Descreveu em um bom texto certeiro. Este é o espelho do que ocorre em todos os níveis do país, hoje, em passado recente e até mais longínquo.

  51. Até que tenho o contato de um bom técnico de ar condicionado, mas como ele cumpre dupla jornada, esse seu primeiro trabalho tem ficado de lado. À noite, as festas de formatura lhe são mais rentáveis. Com cocktails variados, potencializa o intelecto dos recém-formados para o mercado de trabalho. À base da última bebida da moda, sempre.

  52. Ótimo texto! Por vezes, paro e me pergunto, onde, em que setor, em que cantinho, não se encontra corrupção, manipulação, conluios, inversão de valores e por aí vai.

    1. Concordo. É horrível ter que conviver com esse tipo de gente. E eles não "se tocam" porque vivem numa bolha onde uns afagam os egos dos outros.

    1. A bagunça acaba quando jubilarem aqueles alunos que não cumprirem o curso no tempo pre-estabelecido. Acredito que se isso for cumprido à risca, a rapaziada vai estudar muito, e com certeza não terá tempo pra essas bagunças... vida que segue... Creio que muitos aqui nunca tiveram a experiência de ter uma plateia de pessoas que não querem aprender, apesar de ter sido uma escolha deles... um paradoxo...

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