Ruim para os trabalhadores
Desde que tomou posse, Lula tem procurado reforçar as fileiras do PT com trabalhadores (tema que foi tratado pela Crusoé em abril do ano passado). O problema, no entanto, está na mudança ocorrida nas relações trabalhistas e na própria forma de trabalho nas últimas décadas.
O mundo mudou, se modernizou, se digitalizou, enquanto a ideologia lulista permaneceu estanque, atrasada e analógica. O lançamento da proposta de lei para regulamentação dos aplicativos de carona, como Uber e 99, deixou ainda mais clara a visão retrógrada que o governo pretende imprimir.
Calcados na missão de criar novos sindicatos e aumentar a arrecadação previdenciária, Lula e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, apresentaram uma regulamentação que tira flexibilidade do trabalhador e obriga motoristas a aderirem a um sindicato.
Sem entender o que mudou, o governo determina, sob pretexto de garantir ganhos salariais aos motoristas, reajustes que acompanhem a política de salário-mínimo. Isso encarece o serviço para os clientes, indexando o serviço e gerando pressão inflacionária.
Nada disso, porém, parece importar aos petistas. Nas contas do Planalto, os ganhos estão em maior arrecadação previdenciária e mais sindicatos. Para os motoristas, que ficaram alheios ao supostamente “democrático” grupo de trabalho criado pelo Ministério do Trabalho, resta esperar pela cobrança da contribuição sindical.
Enquanto isso, o governo parte para cima dos aplicativos de entrega e vendas online para encontrar mais bolsos onde possa meter a mão. O método é sempre o mesmo: o achaque.
No evento de apresentação do projeto de lei, Lula declarou textualmente que a estratégia é encher o saco. “Eu sei que o iFood não quer negociar, mas nós vamos encher tanto o saco que eles vão ter que negociar“, disse o presidente.
Marinho também contribuiu com uma pérola democrática no mesmo evento. “Nós conversamos o ano inteiro. Mas o fato é que iFood e as demais − Mercado Livre, enfim − diziam que o padrão dessa negociação não cabe em seu modelo de negócios, porque é um modelo de negócios altamente explorador”, explicou, evidenciando que o monopólio da exploração pertence ao governo.
Mas não se engane, o acordo não é ruim para as empresas. Como destaca o colunista da Crusoé Felippe Hermes, nesta edição da revista digital, o texto foi bem recebido pelos aplicativos de carona. Para citar somente um elemento da proposta, a remuneração mínima aos motoristas cria um incentivo para a empresa manter os pagamentos aos motoristas no patamar mais baixo e, consequentemente, fazer com que as margens cresçam. Ruim mesmo só para aqueles que o governo diz estar tentando ajudar.
“É tolo, além de desonesto, supor que o governo age apenas por meio de interesses altruístas buscando atingir o melhor para a população, enquanto o setor privado age apenas para maximizar os seus lucros, mesmo que à custa do sofrimento alheio. Quem pensa assim (como boa parte do país), terá dificuldades em entender os motivos de governos e empresas estarem de mãos dadas neste caso atual”, resume Felippe Hermes em sua coluna.
Leia também na Crusoé: Transporte por aplicativos: proposta mostra que Lula parou no tempo
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FAZ O L. CAMBADA DE BOSTAS.
Já ouvi de um diretor de multinacional que eles só querem ‘regras claras’ pra saber como ajustar seu negócio , que prosperará ou se encerrará conforme as perspectivas econômicas
É o Estado, com sua "infinita" sabedoria, querendo interferir no que está dando certo. Sendo que os interessados (motoristas e passageiros) estão satisfeitos com a situação atual e não pediram a ajuda de ninguém. Então, por que o governo "do amor" quer interferir? Certamente não é por qualquer motivo nobre. É um governo obsceno e torpe!
Os taxista estao rindo, felizes. Vao voltar ao mercado. Quem perdeu? O consumidor. Sindicalistas, safados, vcs deram um tiro no pé, ladroes petistas.