AlexandreSoares Silva

Aos meus amigos que vão anular

28.10.22

Ok, vá lá. Já que é o único assunto agora, vamos falar das eleições.

(Com esse início acho que consegui o seguinte: 1) parecer pairar mentalmente acima das eleições, apesar de ser eu mesmo que estou tocando no assunto das eleições, e 2) Dar a entender que me imploraram para falar das eleições. Vitória retórica completa.)

Hoje me deu vontade de defender os, na falta de outros termos, isentões, anulões e branqueadores de voto. Cá entre nós preferia que houvesse outro termo além de isentões, que me parece um pouco gasto por ser usado geralmente por pessoas de QI um tanto baixo. Mas não me ocorre nenhum outro, então vamos em frente.

Fico me perguntando às vezes o motivo da animosidade contra eles.

Há o fato de que eles estão declarando, durante uma guerra entre duas tribos, que não pertencem a nenhuma das duas e querem que as duas se explodam.
No caso de uma guerra real, com riscos reais, isso seria admirável. Mas no caso da guerra metafórica das eleições, há a percepcção dos dois lados de que essa tribo não está correndo risco nenhum, ao mesmo tempo em que se diz “atacada pelos dois lados”.

Mas eles correm algum risco mesmo? Bom, sim, todos nós corremos algum risco. O bolsonarista corre algum risco se trabalhar, por exemplo, numa editora, produtora de cinema, qualquer coisa ligada à cultura ou até muito às margens da cultura, como a publicidade; o petista corre algum risco se trabalhar numa empresa normal, com gente normal; o isentão se trabalhar no meio de um grupo de não-isentões um pouco mais tribais.

Mas de fato há algo um tanto irritante na insistência por parte dos isentões de que a posição deles é heroica. Essa insistência seria irritante mesmo no caso de posições heroicas de fato. Um bombeiro que tivesse salvado um orfanato inteiro de um incêndio ficaria irritante se todo dia postasse que é um herói. Se amem um pouco menos, meus amigos nem-à-esquerda-nem-à-direita. Às vezes até eu tenho vontade de lhes dar um catiripapo.

Também há a percepção, dos dois lados, de que o isentão na verdade está escondendo uma aliança com o outro lado. Isso deve ser verdade em alguns casos. Talvez muitos. Mas alguém pode achar que isso é verdade em todos os casos? Não — o isentão real, o isentão abstrato, o isentão no vácuo, tem algo de admirável.

E eu entendo o argumento de não querer dar o seu apoio formal a nenhum candidato que se detesta. Tenho que votar entre Mao e Pol Pot — o que faço? Me isolo durante dois anos para decidir quem é o menos pior? E se a pessoa não enxergar diferença nenhuma, por mais que tentem convencê-la de uma diferença aqui e acolá?

Se a pessoa de fato vê a escolha que tem que fazer como sendo entre algo horrível e algo igualmente horrível, é óbvio que ela não precisa escolher. É legítimo. Ela está certa em não querer votar, ou em querer anular, ou o que seja.

Não ouça os chatos. Anule mesmo. Anule com força.

O problema — bom vou dizer qual é o problema de fato. O problema é que essa pessoa muitas vezes assume que, se você acha um candidato menos pior, você adora esse candidato. Você é um completo imbecil que não vê os defeitos desse candidato. Não. Olha, vou fazer uma imagem um tanto nojenta, mas é a realidade.

Estamos todos trancados numa cadeia, para sempre. Ok? O carcereiro chega e diz:

—Hora do almoço. Vocês podem escolher entre dois pratos: sopa de água de banho com couve-flor ou tartine de muco e azeitonas. Mas o prato que vocês escolherem vai ser a única coisa que a gente vai servir durante quatro anos. Escolham bem. Não pode mudar depois.

Meu companheiro de cela se vira pra mim e diz:

—Não consigo escolher! São igualmente horríveis! Meu Deus! Escolhe você!

Anda de um lado pro outro pela cela, aflito.

Bom, tento imaginar o que é menos horrível.

— Água do banho de quem? – pergunto.

— Dos carcereiros.

Penso um pouco.

— Muco de quem?

— Da professora de Filosofia Política e Estética da USP Marilena Chauí.

É difícil.

— A couve-flor da sopa pelo menos é normal? — pergunto.

O carcereiro checa no menu e diz:

— A couve-flor é marinada durante sete dias entre os dedos dos pés do cantor, compositor e percussionista brasileiro Otto.

Talvez seja uma escolha impossível. Mas se eu não escolher, alguém vai.

Cheio de dúvida, escolho a sopa de água de banho com couve-flor marinada nos dedos do Otto. Sei lá, parece um pouco menos pior, não? O guarda ri e vai embora.

E nos servem sopa de água de banho com couve-flor, no almoço e no jantar. E durante todos os próximos quatro anos, em todos os almoços e jantares, todos os dias, meu companheiro de cela olha pra mim e diz:

—Qual o problema? Está com ânsia, Alexandre? Mas você não adoraaaava sopa de água de banho? Você tinha que escolher sopa de água de banho? Não é evidente que sopa de água de banho não é legal? E agora, fala pra mim, está adorando a sopa de água de banho? Quer o meu prato também? Nãão, come tudo, não deixa sobrar nada não. Não foi você que escolheu?

É só isso que é irritante em vocês, meus amigos que anulam voto. Consertem isso, e volto a ser fã de vocês.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Nada a ver . Votei no 15 no primeiro turno e no 15 no segundo turno. Se por acaso isso ficar registrado , as estatísticas vão mostrar que muita gente fez isso. É uma forma de protesto e demonstração do que quer a população.

  2. Esta fábula tem um erro. Nao considera a possibilidade do sujeito optar por morrer de fome. Anular o voto nao é o mesmo q morrer de fome por se recusar a tomar sopa de agua de banho ou comer tartine de muco. Mas é uma forma de protestar contra uma polarizaçao alimentada pelo Lula, Bolsonaro, a mídia oficial e as elites. É hipócrita apoiar ao Lula no 2o. turno sem ter se engajado em viabilizar a candidatura de Simone qdo havia tempo. Me chamem de isentao. Meu direito de votar branco é inviolável.

    1. Perfeito, este é o motivo principal pelo qual defendo o voto voluntário, caso o eleitor não encontre representatividade nas há sentido em ir votar, branco ou nulo.

  3. "Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança." - Benjamin Franklin

  4. Eita, Alexandre. Anule com prazer.mas não pretendo ficar jogando na cara dos votantes eternamente a escolha eleita. Também já enjoei desse tipo, votantes entre eles. Conheço muitos que votam na água do banho e ao perder, passam os próximos anos jogando para os votantes no muco as mazelas advindas da escolha...

  5. Bom ponto! Após o resultado, não dá para ficar chorando o leite derramado. Mas qual a diferença de quem vota no perdedor e fica falando por quatro anos, eu não te disse? Acho que a sua premissa é muito mais geral e não particular a quem votou em branco ou nulo.

  6. Paulo Guedes disse que esse governo roubou menos. Votei em Bolsonaro em 2018 imagirando tolerância zero com o roubo. Roubaram minha confiança

  7. Acho que eu, que tinha vontade de anular meu voto, mudei de ideia. Não vou votar no ladrão condenado, voto no outro, mesmo sem olhar e dizer o nome dele. Kkkkkkk. Belo texto!

  8. Pelo que vejo vc esqueceu algo no seu raciocínio de escolher o que rouba menos. Todo poderoso que assume o cargo arrota que vc eleito com tantos por cento dos votos então está governando com estes percentual, como seria tomar posse onde os “isentões” fosse a maioria?

  9. Sacanagem deste povo brasileiro foi nos convidar pra jantar e a gente chega lá , morrendo de fome, mas o menu se reduziu a 2 pratos: 1) - sopa de xixi de gato com bolinhas de cabrito ; 2) - estrume de gado ao molho diarreico. Não tem jeito. Prefiro passar fome. Isentona assumida!

    1. Independente, vai ter que comer uma das sopas durante quatro anos! Todos vamos comer! 🤣

  10. Que chance o Alexandre perdeu de ficar calado, terminando com a falácia “de volto a ser fã de vocês”, como se a admiração de quem aceita viver tomando sopa de água tivesse a mínima importância para quem se recusa a dar seu voto a bandidos. Esquecendo ele que a história já mostrou que greve de fome muitas vezes surte efeito.

  11. É isso. Anulando, votando 22 ou 13... somos todos parte de uma democracia só. Só parar com o "essa culpa não carrego"... qq um q entre é responsabilidade de todos nós... e vivamos com isso.

    1. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

  12. O problema é que nem ao voto nulo temos direito mais. Em geral não me importo com patrulha, mas nesta eleição faço questão de não comparecer, pagar a multa e pegar o comprovante para esfregar na cara de quem certamente me acusará, se eu for até a urna anular, de "fala que anulou pra não admitir que votou em A/B".

  13. Alexandre, " se as 2 opções são horríveis então não escolha"!!!É isso aí! Quanto a analogia... a sua é a melhor que ouvi até agora,,,Me deu voz!

  14. Prefiro morrer de fome a comer desse menu. Isso seria normal antes dos anos 60, qdo as pessoas ainda morriam por uma causa. Hj em dia, só nos preocupamos com $ e ser felizes. Os valores morais foram para o lixo. Entre um cínico e um aloprado, fico com a minha ética.

  15. Oi Alexandre! Acho q estamos tds no mesmo barco, tanto qm isentou no 1. turno qto qm tá isentando no 2o. Na história da sopa c o molho de pé do Otto, teve uma votação anterior onde deram a chance de escolherem entre lasanha (ainda q requentada)? Pq nosso caso é esse, tínhamos opções menos piores e, ouso dizer, tínhamos até boa(s) opção (ões), vai saber pq uma fatia imensa do país acreditou e votou nas piores alternativas e a fatia de isentões tem culpa nesse quadro, tivessem votado na lasanha...

  16. Com certeza, o texto mais cretino da Crusoé desde o seu início. Retórica barata do exagero, tipo aquela: ou escolhe um, ou toma um tiro na cabeça... Vergonha alheia.

  17. rindo aqui da trágica escolha sugerida de exemplo. Vou continuar respeitando minha consciência desta vez. Na eleição de 2018 eu caí nesta de escolher a sopa menos pior e acabei vomitando até minhas tripas. De nada me adianta escolher ou não, vomitarei igual então, ao menos, estou de bem com minha consciência.

  18. Prefiro respeitar meus valores. Vomitarei todas as vezes que comer a couve flor marinada até destruir o estômago, se aquele que votei ganhe as eleições. Não me arrisco a tanto. Preservo mais a liberdade do que a vida.Sopa de couve flor marinada nunca, jamais. Prefiro uma greve de fome até à morte. Estas eleições será uma disputa da rejeição. Qualquer candidato, exceto Lula, ganha de Bolsonaro. O mesmo serve para o Lula, sem Bolsonaro. VOTO NULO! VOTO DO SOCORRO.

  19. Votar em Bolsonaro é um atraso de 45 anos. É voltar ao dia 12 de agosto de 1977 quando Geisel demitiu o gen. Sylvio Frota (de quem o cap. Heleno era ajudante de ordens) do min. do Exército. Votar no Bolsonaro é cancelar o desejo de Geisel pela volta da democracia. Votar em Bolsonaro é um retrocesso ao inferno.

  20. Textinho mequetrefe. Voto nulo para registrar meu repúdio aos dois. E tenho sim o direito de criticar o que ganhar com os mesmos argumentos que uso antes de ele ser eleito. Na verdade a lei eleitoral está errada e deveria sim considerar o voto nulo. Só deveria ser considerado vencedor quem ultrapassasse os 50% incluindo todos os votos. Abstenção é outra coisa, é o cara que nem saiu de casa ou se saiu, foi pescar ou foi pra praia.

    1. Completando o raciocínio, a lei eleitoral deveria considerar os votos nulos e se nenhum candidato ultrapassasse os 50% que se fizesse nova eleição, com novos candidatos, já que os anteriores não atingiram a maioria. Se assim fosse, tenho certeza que acabaria essa situação de votar no menos pior e aumentaria consideravelmente a quantidade de votos nulos até aparecer alguém que merecesse a confiança da maioria dos eleitores.

  21. O problema da escolha são as sobras: sobra o que foi escolhido e sobra o que foi preterido. Quem opta pela opção de não optar vai ter de suportar qualquer das sobras durante os anos vindouros (caso não parta antes para o além desconhecido e nada garante que será o céu...). Então não adianta tentar intelectualizar a escolha e tergiversar sobre o inominável ou o abominável. A atitude no caso presente é liberar a mente desse falso dilema, se puder ir passear melhor ainda, não vale a pena sofrer...

  22. Aaah. E o Sérgio "Pinhata" Moro? Voltou para o malandro. Mas, ele "gostia". Deve ser a máxima: princípios morais à parte, política é política. Trabalhou para o projeto de lei de ilicitude penal, o Ardil 22, conhecido na Câmara como Licença para Matar. Atualmente está trabalhando de acompanhante de proto désposta na campanha presidencial. Opção era ficar na dele, mas vai fazer o segundo looping.

    1. De fato, erro no uso da nossa língua! Lamentável…

    2. Noooosssaaa? Que importante é a língua pátria quando se está discutindo o futuro do povo dessa pátria. Santo Deus!!!!

  23. Dessa vez votarei no "menos pior". Não conseguiria votar num candidato sabidamente corrupto...julgado, condenado , delatado. Não foi o fato de 5 anos depois desse julgamento, um Ministro parceiro, resolva que o roubou existiu, mas o Ladrão foi julgado em local que considerou errado. Espero que esse corrupto nunca volte ao local do crime. Agora, com um vice que o chamou de ladrão..

    1. Pronto. Os outros estreitam a escolha entre o que há de pior na política e quem se abstem de entrar numa birfurcação que leva ao mesmo lugar é o vilão da história.

  24. Não tem como consertar isso qd há gente querendo consertar vc por preferir morrer de fome a tomar sopa de água de banho ou tartine de muco.. pensa em ter q lidar com quem te inferniza diariamente dizendo q um desses pratos é alta gastronomia.. acho q quem anula está até bem equilibrado diante da situação..

  25. Alexandre, falta escrever sobre a minha tribo. Nós q defendemos integralmente o art 14 da Constituição vigente. E tb q STF não pode inocentar ninguém depois de julgar meia dúzia de vezes local do foro competente ... E q nenhuma quadrilha com histórico de centenas de milhares de brasileiros mortos no espaço de meses pode continuar solta ... E etc etc e etc. Nós cultores art. 14 mandamos nos nossos votos. Quem vem perturbar mandamos ir para qualquer lugar que possam imaginar, contanto q que longe

  26. "Porque teríamos de escolher entre dois monstruosos monturos? É pior que a escolha de Sofia porque ninguém,no nosso caso,se salvará. Porquê ninguém fala o que é preciso? Que os dois tem toda razão quando se acusam mutuamente e que mentem quando fala de si mesmos? Que, depois de décadas escolhendo o candidato menos indecente, aconteceu o inevitável: o Brasil só piora!!!". Infelizmente, com medo de serem taxados de omissos ninguém nos representou de verdade Que apareça alguém assim daqui a 4 anos.

  27. Primeiramente, não são todos que anulam voto e se vangloriam disso, ao contrário, Anular um voto é muitas vezes motivo de tristeza e lamentação. Não se pode julgar o fato de que há casos em que o cidadão não se convence que exista um mal menor, não se trata de um ato simples de isenção.

  28. Eu adoro política, escolhi minha candidata no 1. Turno e não posso ser obrigado agora a avalizar com meu voto um péssimo candidato. Não existe “mal menor” na corrupção. O não-voto também é uma opção e, seja quem for o vencedor, serei crítico e oposição a partir de 1. de janeiro.

  29. Adoro os textos do Alexandre que mais uma vez mandou bem. Mas toda araruta tem seu dia de mingau e poderia se abster de criticar quem vai anular o voto como eu. Anular é votar na terceira via.

    1. Não voto na esquerda por princípio mas também não voto em um miliciano homofóbico, misógino, que matou um monte de gente na pandemia e glorifica a ditadura e a tortura. Vox populi vox dei. Façam o que vocês quiserem.

    2. QUEM ABRIR MÃO DE ESCOLHER VAI CONTINUAR PAGANDO IMPOSTOS, TEM TODO O DIREITO DE RECLAMAR, SIM!

  30. eu não vou vou votar... como o que a maioria decidir ou morrer de fome... não sou obrigada a escolher entre levar um tira na mão direita ou na mão esquerda...

  31. Viva a liberdade de expressão, que permite um texto absolutamente despropositado. Votar em branco ou se abster de votar é uma manifestsção cívica tão legítima, quanto votar no stablishment que apoia a direita ou aquele que apoia a esquerda. A vida real passa a anos luz do seu esdrúxulo exemplo. Ao final dos 4 anos, seja com vermelhos ou verde-amarelos, teremos mais do mesmo, desigualdade social e concentração de renda Meus respeitos ao pessoal que percebe este cenário e não corrobora com isto.

    1. Parabéns,você fez um texto irrepreensível. Estamos juntos.

  32. Muito bom!!!!! totalmente didático. Gosto muito dos seus textos. Se o assunto nao fosse tão indigesto, como os pratos, seria cômico. A única certeza que temos é que comeremos mal por mais 4 anos.

  33. Estamos para escolher entre dois simpatizantes de ditadores. Um, o maior cheira peido de Fidel Castro, irmão de Gaddafi, amigo de Bashar Al Assad, etc. O outro, admirador de Hugo Chavez, preposto de Fidel Castro. E todo dengoso caiu de boca no pilar do comunismo, prestando solidariedade ao homólogo genocida e criminoso de guerra. Quem é o menos pior para votar, o enrustido, ou o assumido? Eu prefiro outras opções mais aceitáveis a votar no menos despreparado, menos genocida, ou menos corrupto.

  34. Visão interessante mas faltou a vc a visão de que estamos nesse impasse justamente por causa dos que se seguraram nas duas porcarias de candidatos sem dar chance a uma terceira opção. Então, sim, vocês escolheram isso agora vão ter que me aturar reclamando nos próximos 4 anos.

  35. Votar nulo é uma opção democrática como qualquer outra. Pode refletir um olhar mais cético e contemplativo neste momento, nestas eleições. E por que não?! Os “isentões” nem sempre são irritantes, apenas não se deixam seduzir pela estratégia usada por uma campanha capciosa e que tanto agrada a indústria de propaganda e farmacêutica (porque o volume de antiácidos e ansiolíticos vendidos nesta época deve estar exorbitante).!!

    1. concordo totalmente. Voto nulo deveria ser válido. A indignacao representada de fato.

    2. Acho que o voto nulo deveria ser válido, é a maneira de nós, que não queremos nenhum dos dois, podermos nos expressar.

  36. Pessimo texto. Metáforas de absoluto mau gosto. Democracia é direito de escolher ou não escolher. Se ambos já governaram e mostraram, de forma inquestionável, serem nocivos ao país por razões diversas, não escolher nenhum é, sem dúvida nenhuma, uma opção a ser considerada na hora do voto. Não se trata de uma sopa ruim, mas sim de arriscar a democracia em ambos os casos. Nenhum dos dois é democrata, ambos são apenas oportunistas de péssimo caráter.

    1. Concordo totalmente. Até entendo o voto útil no 2º turno, mas não perdoo quem votou em um dos dois no 1º.

  37. Como é difícil entender que só devemos votar em quem nos representa. Votar em branco é uma posição, é legal e ela existe. É a opção de voto útil que está nos levando para a lama. Sei que comentei "porcaria" pelos próximos 4 anos. Mas não será por minha opção. Minha opção será aguardar 2026 para sair desse ciclo de populistas. Se for possível. Minha digital não estará na eleição do Luladrão nem do BolsoMiliciano e genocida.

  38. É bem por aí mesmo! Tenho publicado o tamanho do problema q temos p frente… MAS já decidi: votarei neste 2* turno ( no 1*, passei muito longe das urnas, por receio de “vomitar nela ao digitar meu voto! AGORA, TEM jeito não… muito plasil e estômago vazio, MAS vou comparecer!!! GOD SAVE BREZIL!!!

  39. Com esforço consegui ler até o fim. Imaginei que viesse alguma boa frase ou ideia. Me arrependi .... bom assunto desperdiçado.

  40. Alexandre, com todo respeito, isto é assédio eleitoral meu caro. Irritantes são também, ou ainda mais, os militantes sectários de ambos os lados. E vc, está com medo de votar errado e ter que conviver com este incômodo alheio?!..

  41. Pois é, alguns tem coragem e estão preparados para escolher o próprio destino, por pior que seja. Outros não. A vida é assim.

  42. Claro, não adianta reclamar de quem vai votar no muco ou na água de banho agora. Quem tem culpa é quem colocou muco e água de banho no segundo turno.

    1. Esse é o ponto. Os finalistas tentaram desidratar todos os demais candidatos e os eleitores, inocentemente, desconhecem a lógica de dois turnos. Só se vota no primeiro turno em candidatos “bons”, é no segundo que escolhemos obrigatoriamente entre as duas opções.

    2. Só havia essas iguarias no primeiro também! Com outros ingredientes tão “bons” quanto.

  43. Artigo cheio de metáforas indutoras. Só quer dizer que você tem um lado e não o declina. Respeite a opinião alheia, qualquer que seja ela...Quem anula não tem de consertar nada...

    1. Maria, claro que pode reclamar depois. Faz parte da democracia. Eu posso achar A menos pior do que B e votar em A. Se A vencer nada me impede de, no dia seguinte, ser opositor a A. Se B vencer posso continuar a ser opositor. A mesma coisa vale pro Auxilio Brasil. Nada me obriga a votar em quem tenta me comprar com o dinheiro que saiu do meu bolso.

  44. Eu vou anular o voto e vejo a minha conduta como um ato de coragem. Já votei no menos pior, pratiquei o voto útil. Meus recursos esgotaram . Voto nulo para ficar com a consciência tranquila.

    1. Tem razão, temos que aceitar o vencedor, mas não temos que escolher entre dois trastes.

  45. Mas o que é que estamos discutindo ? Resultado de eleição ou ou o direito/dever cívico de votar ? Não são ambos candidatos igualmente detestáveis ? Se tanto faz votar neste ou aquele, então tanto faz também não votar ! Cuidemos cada um de nossas próprias vidas, temos um país a destruir, a pandemia foi moleza diante do que virá.

  46. Ouvi uma historinha que é mais contundente. A escolha deveria ser entre 2 sorvetes. Um de m3rd@ e o outro de limão. E o eleitor diz que detesta limão.

    1. Não, rapazola, é um sorvete de mer.da e outro de bos.ta.

    2. Quem detesta limão poderia fazer um esforço pra tolerar um “azedinho” e não comer uma porcaria que, por certo pertence a alguém.

  47. Anular ou se abster é um DIREITO do cidadão livre. E é a afirmação clara de que não há escolha possível entre dois criminosos. E representa o direito de ser oposição a qualquer um que vencer.

    1. A liberdade nesse caso pode representar um grilhão depois.

    2. Chamar esse cidadão de covarde, isentão ou qualquer outro impropério apenas revela o caráter antidemocrático de quem o faz. Aliás, numa democracia plena, já que existe horário obrigatório pago com o direito do contribuinte, deveria haver um espaço para a defesa do voto nulo ou em branco.

  48. O exemplo que você utilizou é para sobrevivência: sem comer, não fico em pé. No caso do voto, eu não vou ficar reclamando de quem vencerá.

    1. Mas pode chegar ao ponto de ter que lutar pela sobrevivência em condições ainda não reveladas.

  49. Cada um faz do seu voto o que bem entender. Vamos escolher entre a Praga e a Peste. Reeleito o atual presidente teríamos só mais quatro anos, elegendo o corrupto ptralha o país aturaria um projeto de poder de vinte anos.

    1. Entre a cruz e a espada. Quem sabe dá pro suportar a cruz?

  50. Eu vou anular e não dou a mínima se alguém resolve fazer julgamento do "menos pior", mas critico sim os que votam com orgulho, passando pano pro seu bandido de estimação.

  51. Eu, um cavalheiro esclarecido, tentando decifrar se Lula seria a sopa ou o tartine para então acessar as intenções ocultas deste texto.

  52. É Alexandre Soares, você agora me convenceu a ir votar, e escolher qual o meu castigo durante os próximos 04 anos, infelizmente é o que temos pro almoço. Se eu não escolher, outro escolhe por mim, o que e mais revoltante. Vou no que está perdendo, assim se ele perder minha consciência estará menos pesada.

  53. Quem vai votar com o fígado pertence necessariamente a alguma “tribo”? Duas pessoas, dois candidatos, dois projetos podem ser exatamente iguais? Não se pode mesmo ensinar um burro a comer pão de ló. Mas inquestionável, parece, é a premissa de q se o eleito nos impuser 4 anos de choro e de ranger de dentes o batalhão de isentões não se furtará a colocar a culpa da d3sgraça nos ombros dos votantes. Quem cumpriu sua obrigação, gostando ou não das opções, será responsabilizado pela covardia alheia.

    1. Em tempo, existem várias outras cousas bem mais chatas do que a “patrulha de votos”… que tal os diferentes tipos de ativismo que se alastram como baratas pelo país? Hmmmmmmmm “branqueadores de voto”? Parece-me uma expressão racista (contém ironia).

  54. Anular é uma escolha tão válida quanto a escolha do "menos pior". Anular é a última possibilidade de "cuspir no prato" e se preciso for... morrer em fome. Defender um "direito obrigatório"é rizível. A Carpideira chora pelo destino do Brasil. Tom Lutz no livro "Ä História Cultural das Lágrimas" afirma que nos tempos antigos o luto dos enlutados ajudava a limpar a alma do falecido e a trazê-lo à plenitude.

  55. Mas ambos os gados não pensam estar escolhendo o menos ruim. Eles amam e idolatram seus bandidos de estimação, e ai de quem ousar apontar erros ou defeitos, mesmo que evidentes, em seus "salvadores da pátria". A maioria vota no Bolsonaro ou no Lula com orgulho, não por falta de opção.

    1. Existe um terceiro grupo, ainda maior e mais pernicioso, o dos arrogantes, que julga conhecer a verdade absoluta. Essa turminha indigesta saiu do armário definitivamente, perdeu totalmente o pudor e passou, sem traço de compostura, a rotular, ofender, agredir a todos e a qualquer um baseados na… verdade absoluta que eles julgam conhecer. Os arrogantes não tem espelho em casa, não podem ver refletido o tamanho de sua estupidez e grosseria. Que país triste e sem futuro é o brasil…

  56. Vou anular. É meu direito e eu não acho isso heróico. É lamentável, na verdade. Mas eu não consigo ver nada de diferente neles, pois se anulam igualmente. Quem vencer vai bater no peito e dizer que teve tantos milhões de votos, mas o meu não estará lá legitimando o discurso dele.

    1. Essa é uma boa sensação de alívio.

  57. Eu nem sou muito exigente, eu votaria tranquilo num candidato menos pior, se pelo menos 1 deles não fosse criminoso. Mas não é o caso, são ambos corruptos, desviadores de dinheiro público... Eu acredito que devemos ter uma régua, abaixo dela não recebe voto. Deixa a estatística de nulo subir porque isso mostra que, na próxima eleição, alguém pode capitalizar esses nulos, propondo as pautas certas.

    1. Essa é uma boa percepção para o futuro.

    2. MCG, uma voz coerente… as pessoas têm o direito inclusive de se omitir, de se esconder, só não deveriam ter o direito de culpar os outros quando tudo dá errado. Mas é o que normalmente acontece, os covardes são os primeiros a abandonar o barco não sem antes apontar o dedo em direção a alguém. O voto é obrigatório neste país e quem decidiu isso foram nossos legisladores (eleitos inclusive pela turma “limpinha”). Vc está certo, MCG, voto inválido e papel higiênico usado não tem serventia alguma.

    3. Ninguém se lembra dos votos nulos. São apenas números diante do resultado percentual acima de 50% do vencedor. Por exemplo, a gente sabe que na eleição da Dilma foram 51,64% para ela e 48,36% para Aécio. Quantos brancos e nulo??? Ninguém se lembra. Se valesse de alguma coisa, não estaríamos nessa condição deplorável de escolher entre os dois piores. Os políticos não estão nem aí para eles. Infelizmente o voto de protesto é ignorado.

  58. Votar nulo e, depois, assistir de um lugar confortável o desastre bolsonarista por mais 4 anos. Isso é postura de jornalista? Que vote como quiser mas não incentive o voto nulo. PQP!

    1. 2022: não se define o pior candidato pelas “obras passadas”, no quesito ambos se equivalem sem necessariamente ter feito a mesma coisa. O “menos pior” deveria ser aquele com menor potencial de estrago em nossas vidas pelos próximos 4 ou 40 anos. É isso que o pop não consegue enxergar, daí insistir na ignorância. Brasileiro só enxerga o presente, eventualmente o passado, não pode esperar que o país tenha futuro. Miopia, incapacidade crítica e desonestidade serão o nosso legado.

Mais notícias
Assine agora
TOPO