Vitória de Trump já mexe com o Catar
Jornal israelense Jerusalem Post afirma que governo teria expulso as lideranças do grupo terrorista por pressão americana
O jornal israelense Jerusalém Post afirma em reportagem publicada nesta sexta, 8, que o governo do Catar disse ao grupo terrorista Hamas que seus membros não são mais bem-vindos no país.
A informação teria sido confirmada por três fontes diferentes.
O motivo por trás do gesto, de acordo com o jornal israelense, seria a pressão americana.
O outro motivo, não dito na reportagem, é a eleição de Donald Trump.
Durante os quatro anos de mandato de Trump, entre 2017 e 2020, os Estados Unidos se aproximaram da Arábia Saudita e pressionaram o Catar, que tem boas relações com o Irã.
Em 2017, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein cortaram relações com o Catar, acusando o pequeno país de desestabilizar a região ao apoiar grupos islâmicos extremistas.
O acesso ao país foi bloqueado por terra, pelo ar e pelo mar.
O Catar também tem a rede de televisão Al Jazeera, que incita radicais em todo o Oriente Médio.
O bloqueio ocorreu um mês depois de uma visita de Trump, como presidente, à Arábia Saudita (foto).
Diplomacia como garantia
Por ser um país pequeno, com apenas 3 milhões de habitantes, o Catar usa a riqueza do petróleo e do gás natural para ganhar projeção internacional.
É isso o que explica a criação da Al Jazeera, a realização da Copa do Mundo da Fifa e as negociações com grupos terroristas como o Hamas e o Talibã.
O Catar também hospeda a maior base militar americana no Oriente Médio e várias universidades estrangeiras de renome.
Tudo isso faz com que outros países pensem várias vezes antes de invadir o Catar ou aplicar sanções.
Após o atentado do Hamas em 7 de outubro do ano passado no sul de Israel, esse papel internacional do Catar foi colocado em xeque.
Em entrevista a Crusoé, Yigal Carmon, presidente do Instituto de Pesquisa de Mídia no Oriente Médio (MEMRI, na sigla em inglês), criticou o fato de o governo do Catar, liderado por Tamim bin Hamad Al Thani, colocar-se como um mediador de conflitos pelo mundo e, ao mesmo tempo, hospedar grupos terroristas em seu território.
"O Catar é um Estado que patrocina o terrorismo islâmico. Eles criam o terror e daí chegam e dizem que são mediadores. 'Nós temos boas relações com eles', dizem. Mas por que eles têm boas relações com os terroristas? O que os terroristas estão fazendo na capital do Catar há anos? Eles são os comandantes. É loucura", diz Carmon, que foi assessor em contraterrorismo para os primeiros-ministros israelenses Yitzhak Rabin e Yitzhak Shamir.
Nova casa para o Hamas
O Hamas já foi obrigado a mudar sua sede diversas vezes.
Em 1999, o rei Abdullah expulsou o grupo da Jordânia, acusando o Hamas de se meter nas relações entre o governo e a população de origem palestina.
O Hamas, então, foi para Damasco, na Síria, de onde precisou sair novamente em 2012 após se negar a atacar a população de maioria muçulmana e sunita.
Assista à entrevista com Yigal Carmon abaixo:
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