Venezuela compara Lula a Bolsonaro por veto à entrada no Brics
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Nicolás Maduro classificou o veto do Brasil como uma "agressão" e um "gesto hostil" à Venezuela
Contrariada com o veto brasileiro à entrada da Venezuela no Brics, grupo que originalmente reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a ditadura de Nicolás Maduro comparou o presidente Lula (PT) a seu antecessor Jair Bolsonaro (PL), afirmando que a decisão reproduz "o ódio, a exclusão e a intolerância" promovidos pelos centros de poder ocidentais.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Maduro classificou o veto do Brasil como uma "agressão" e um "gesto hostil" à Venezuela, que causa "indignação e vergonha" ao povo venezuelano e mantém "a pior das políticas de Jair Bolsonaro".
Eis a íntegra do comunicado:
"A República Bolivariana da Venezuela agradece ao presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, ao seu governo e ao heroico povo russo, pelo convite dirigido ao presidente Nicolás Maduro Moros para participar da reunião de cúpula do BRICS+ em Kazan.
A Venezuela, possuidora não só da maior reserva energética do mundo, mas também bandeira dos valores, princípios e visão da construção de um mundo justo, multicêntrico e pluripolar, contou com o apoio dos países participantes nesta reunião de cúpula para a formalização da sua entrada neste mecanismo de integração.
Mas através de uma ação que contraria a natureza e o postulado dos BRICS, a representação do Itamaraty, liderada pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, decidiu manter o veto que Bolsonaro aplicou durante anos à Venezuela, reproduzindo o ódio, a exclusão e a intolerância promovida desde os centros de poder ocidentais para impedir, por enquanto, a entrada da Pátria de Bolívar nesta organização, numa ação que constitui uma agressão contra a Venezuela e um gesto hostil que se soma à política criminosa de sanções que foram impostas contra um povo corajoso e revolucionário, como o povo venezuelano.
A Venezuela agracia o Sul e o Leste globais com a sua firmeza na defesa da autodeterminação e da igualdade soberana dos Estados. Nenhum estratagema ou manobra concebida contra a Venezuela interromperá o curso da história. Nasce um novo mundo! A Venezuela faz parte deste mundo livre sem hegemonismo.
O povo venezuelano sente indignação e vergonha com esta agressão inexplicável e imoral do Itamaraty, mantendo a pior das políticas de Jair Bolsonaro contra a Revolução Bolivariana fundada pelo Comandante Hugo Chávez.
Esta reunião de cúpula histórica para um novo mundo de paz, justiça e desenvolvimento partilhado foi um sucesso retumbante. Felicitamos o Presidente Putin e o seu governo pelas suas contribuições extraordinárias, nas palavras do libertador Simón Bolívar, para o equilíbrio universal."
Entrada da Venezuela no Brics é questão de tempo
Como mostramos, a entrada da ditadura de Nicolás Maduro no bloco é só uma questão de tempo.
Esse ingresso vai acontecer mais cedo ou mais tarde porque é do interesse da China e da Rússia.
A China compra petróleo da Venezuela e quer expandir ao máximo o bloco, pois se trata de uma maneira de se opor ao Ocidente e aumentar sua influência entre países em desenvolvimento.
A Rússia, por sua vez, tem na ditadura chavista um dos principais mercados para suas armas.
Vladimir Putin vê no Brics uma maneira de compensar as sanções que o Ocidente tem lhe imposto após a invasão da Ucrânia.
Com a Venezuela, Putin ainda tem uma maneira de espezinhar os americanos no quintal deles, que é a América Latina.
Leia também: Amorim ensaboa sobre a entrada da ditadura da Venezuela nos Brics
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Comentários (1)
Xico Só
2024-10-25 10:06:25Pronto Maduro que tal você como ameaçou informar ao mundo e manés brasileiros o que realmente ocorreu com as urnas indevassáveus que elegeu Lula presidente? Não é macho? Pois a hora é esta ...