Velório de Maradona em ambiente fechado pode causar 'catástrofe sanitária'
Cerca de 1 milhão de argentinos compareceram ao velório do ex-jogador Diego Maradona na Casa Rosada, a sede do Executivo, nesta quinta, 26 (foto). Espera-se que a aglomeração no meio da pandemia aumente o número de mortos por coronavírus daqui a dez ou 15 dias. "Em breve, teremos uma catástrofe sanitária na Argentina", diz o...
Cerca de 1 milhão de argentinos compareceram ao velório do ex-jogador Diego Maradona na Casa Rosada, a sede do Executivo, nesta quinta, 26 (foto). Espera-se que a aglomeração no meio da pandemia aumente o número de mortos por coronavírus daqui a dez ou 15 dias.
"Em breve, teremos uma catástrofe sanitária na Argentina", diz o médico Claudio Santa Maria, professor da Fundação Instituto Superior de Ciências da Saúde, em Buenos Aires. Apesar de o uso de máscaras ser obrigatório na capital, em torno de 30% dos fãs de Maradona não usavam peças para cobrir o rosto ou as colocavam de forma errada.
"O erro mais grave foi fazer o velório em um lugar fechado. O correto seria um campo de futebol, apenas com uma tenda, sem paredes", diz Santa Maria. Em ambientes fechados, o vírus é capaz de ficar de 13 a 16 horas circulando. Na despedida, os torcedores ainda cantavam e gritavam, o que aumenta a chance de alguém ser infectado. "A escolha da Casa Rosada foi política, e por causa disso muita gente irá morrer de Covid."
Até então, os velórios no país estavam ocorrendo de maneira muito controlada. Nesta semana, por ordem do presidente Alberto Fernández, que era amigo de Maradona, as restrições de circulação foram eliminadas. Portos e aeroportos operaram normalmente e estradas foram liberadas, permitindo que pessoas de outras cidades velassem o corpo na capital. Nenhuma regra de distanciamento social foi respeitada. Ao retornar para suas casas, elas poderão contaminar amigos e familiares. "Eu tive parentes que morreram e eu não pude ir ao enterro. Com Maradona, descobrimos que há mortos de primeira e mortos de segunda no país", diz ele.
Santa Maria acredita que um pico do número de mortes em duas semanas poderá ser ocultado pelas autoridades. "O Ministério da Saúde tem manipulado os números. Eles não têm sido transparentes. É difícil acreditar nas estatísticas da Argentina", diz o médico.
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Comentários (3)
Lucia
2020-11-30 00:31:17Governo de esquerda retrógrado e sem noção! Governo demagogo, sem escrúpulos, que provoca a contaminação e consequente morte de milhares de pessoas! A Argentina agoniza!
RICARDO_CUBAS
2020-11-28 09:27:29Pergunta que não quer calar: e se a tal da "catástrofe sanitária" não vier a ocorrer? Como fica a cara dos catastrofistas de plantão?
Dalila
2020-11-27 16:51:13Maradona foi e levará muitos com ele.