Um general para fazer política
13.11.18 10:36O principal critério utilizado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para a escolha do general da reserva Fernando Azevedo e Silva (foto) para o Ministério da Defesa foi seu trânsito entre os três poderes da República e, evidentemente, nas Forças Armadas.
Azevedo e Silva teve dois padrinhos de peso na sua nomeação. Um, o comandante do Exército, general Villas-Bôas. Outro, o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro, que já havia sido nomeado para a Defesa antes do segundo turno, mas que, dada a confiança que Bolsonaro tem nele, foi puxado para um cargo no Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Villas-Bôas, Heleno e o próprio Azevedo e Silva têm visões semelhantes sobre o papel das Forças Armadas na vida política nacional. Defendem que elas não devem estar completamente alheias das decisões, como nos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff, mas também não podem ser protagonistas absolutas. Avaliam que o golpe de 1964 faz parte do passado e que a contribuição militar se dá na oferta e aproveitamento dos seus quadros na política e, claro, de maior investimento em seus projetos e melhoria das condições de trabalho de sua tropa.
Nesse sentido, Azevedo e Silva terá como objetivo na sua atuação, como ministro, zelar para que as forças e, especialmente, seus setores mais entusiasmados com a ascensão militar à Presidência da República, não ultrapassem a tênue linha que as separam do poder adquirido pelo voto.
Esse equilíbrio será buscado não só dentro da caserna, mas também na interlocução com os demais poderes. E aqui o currículo de Azevedo e Silva foi determinante. Como chefe do Estado-Maior do Exército, um dos mais altos postos do Exército, conheceu bem o espírito da tropa. Como assessor parlamentar, também passou a entender os trâmites e códigos do Legislativo, poder que, nesta transição de governo, vem mostrando suas garras a Bolsonaro. E como assessor especial do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, teve um breve período em outro poder considerado chave para que as bandeiras do presidente eleito avancem e seus arroubos sejam contidos.
Nada disso seria útil se ele não tivesse boa relação com o Executivo. Azevedo e Silva é amigo pessoal do futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão, e desenvolveu com Bolsonaro ótima relação quando atuou no Congresso. Já atuou na área de segurança de Fernando Collor e comandou a Autoridade Pública Olímpica durante o governo Dilma Rousseff.
Trata-se, portanto, de um general escolhido a dedo para fazer política.
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Temos valorizar e investir pesado nas forças aramadas ,
espero que o protagonismo do STF diminua bastante....
Ótima escolha! Dou meus parabéns ao general.
Parece que foi também uma ótima escolha, mas para o Bndes existe uma dúvida muito grande à postura dele, por ter treooabalado para o Sergio Cabr3 +c
Que bom que as escolhas tem sido criteriosas. Tomara que os resultados atingidos por essa equipe sejam efetivos e representem um new deal brasileiro.
É isso, exatamente.A fonte de vocês é boa.
Tem que procurar apoio nas Forças Armadas mesmo, já sofreu um atentado e até agora não temos informações concretas o atual Ministro da Defesa diz após 24h00 do atentado que era um lobo solitário.
Excelente artigo. E, parece, mais um gol de placa de Bolsonaro. Muita força, sorte, patriotismo e boas ideias a ele!
Só me resta elogiar!
Com todo esse passsdo, em diferentes momentos da política Nacional o nome me parece interessante. Tem excelente experiência para Ministro da Defesa Militares são, em princípio, muito sérios aos seus deveres para com a Pátria. Confio na escolha do presidente no qual depositei meu voto
Vamos ver se entende mesmo de tropa, ou se vai deixar a LRM do tempo de caxias.
Por ter trabalhado com Dilma e com Tofolli, não tem como não ficar com certo receio, essa proximidade com o PT, com a esquerda.
Vai fazer o meio de campo para o Presidente, e tem acesso pelo seu passado aos poderes legislativo e judiciário. O que não recomenda muito. Assessorar o Toffoli deve ter sido difícil. A Crusoé deveria fazer um levantamento de quantos assessores cada Ministro do Supremo tem, e para quê? Pelo número de funcionários vamos ficar estarrecidos, além do mais quanto tempo demora cada processo nos meandros do Tribunal? Vamos torcer.
Mais um ministro Paraquedista!!! Chuva de velame no Planalto.
Desde que acertem o alvo desejado, podem chover mais o quanto forem necessários .