Shealah Craighead / White House via Flickr

Trump não está batendo as metas

29.02.24 10:43

Ao mesmo tempo que Donald Trump (foto) vem demonstrando poder quase absoluto sobre o eleitorado republicano nos EUA— vencendo todas as primárias realizadas até agora — um sinal amarelo aponta que há algo estranho acontecendo, ou na campanha, ou com os mais respeitados institutos de pesquisa no país. Neste momento, Trump vem tendo cada vez menos votos que o previsto.

Na primeira disputa em Iowa, Trump teve dois pontos percentuais a menos que o previsto pelos institutos (que indicaram 34% de diferença para o segundo colocado; ele teve 32% de vantagem), o que se encaixa na maior parte das margens de erro. Na rodada seguinte, em New Hampshire, a liderança caiu sete pontos na hora da apuração, indo de 18 para 11 pontos percentuais. Na Carolina do Sul, spread foi de oito pontos. Em Michigan, nessa semana, sua vantagem sobre Nikki Haley foi 15 pontos percentuais menor que a prevista.

Em nenhum momento esses números alteram o rumo da campanha — o ex-presidente é o virtual candidato republicano nas eleições de novembro. No entanto, apesar de pouco explicáveis, os números devem apresentar sinais de atenção para a campanha do empresário.

Há três possibilidades para que Trump não esteja indo como esperavam as pesquisas. A primeira fala sobre o comportamento humano: parte do eleitorado, neste momento inicial da campanha, pode estar indeciso sobre seu voto e disposto a mudar de opinião na última hora. A segunda cai no colo de quem faz os números: por melhor que sejam os institutos de pesquisa e as pesquisas privadas contratadas pelas campanhas, o eleitorado medido pode estar desregulado e não dando do devido peso a certos grupos eleitorais relevantes.

A terceira tem a ver com o eleitor, e pode ser o real risco para a campanha de Trump: a existência, não pesada corretamente, de um voto anti-Trump dentro do próprio partido Republicano. Ele existe e é capitalizado, neste momento, pela candidatura de Nikki Haley — mas ainda não se mostrou uma ameaça ao ex-presidente.

A existência desse voto anti-Trump, se mal calculado pelo partido Republicano, pode implicar em outro número que pode ser subestimado: o quanto eleitores votem em Biden simplesmente porque não querem Trump de volta à Casa Branca. Por esta teoria, o candidato democrata tem mais chance de vitória do que os números atualmente desfavoráveis lhe dão.

Não que Biden não tenha seus próprios problemas em campanha. Aos 81 anos, ele tem um monte deles, incluindo votos de protesto dentro de uma de suas bases mais engajadas.

Leia mais em Crusoé: Eleição americana será sobre imigração, aponta pesquisa

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