Sóstenes declarou R$ 4,9 mil em bens na última eleição
PF encontrou R$ 400 mil em dinheiro vivo na casa do líder do PL na Câmara nesta sexta, 19
O deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, declarou ter R$ 4,9 mil em bens nas eleições de 2022.
O parlamentar foi alvo da Operação Galho Fraco, da Polícia Federal (PF), que investiga desvio de recursos da cota parlamentar, na manhã desta sexta, 19.
Os agentes encontraram cerca de 400 mil reais em dinheiro vivo.
Abaixo, os dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em seu site oficial.
"Total em Bens: R$ 4.926,76
Deposito bancário em conta corrente no país
Saldo em conta corrente: R$ 4.321,75
Depósito bancário em conta corrente no país
Saldo em conta R$ 605,01".
Em 2022, Sóstenes foi eleito para o seu terceiro mandato consecutivo com 65.443 votos.
"Lapso" de Sóstenes
Em coletiva de imprensa, Sóstenes alegou que não depositou os 400 mil reais encontrados pela Polícia Federal, em dinheiro vivo, por um “lapso”.
"Com essa correria de trabalho, eu acabei não fazendo o depósito, mas eu faria, inclusive, parte dele penso em fazer outros negócios, acabei não fazendo o depósito. Foi simplesmente o lapso. Ninguém pega o dinheiro ilícito e bota em casa. Eu guardei dentro do guarda-roupa. Eu peguei o dinheiro, recebi e coloquei ali, simples isso. Estava no meu flat em Brasília”, disse.
Segundo Sóstenes, o dinheiro é fruto da venda de um imóvel.
"Eu vendi um imóvel e recebi, dinheiro lacrado, tudo normal. É uma venda de um imóvel que estará, já está o imóvel declarado no meu Imposto de Renda, tudo, não tem nada de ilegalidade quanto a isso”, afirmou.
Questionado sobre quando fez a venda do imóvel, o líder do PL respondeu: “Foi esses dias, na semana passada foi feita esse negócio da venda do meu imóvel”.
A decisão de Flávio Dino
Na decisão em que determinou busca e apreensão contra Sóstenes e Jordy, cumprida hoje pela PF, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, disse haver "indícios robustos" de que Sóstenes e Jordy teriam desviado recursos da cota parlamentar por intermédio de servidores comissionados, usando empresas.
Segundo o ministro, a investigação da PF apontou possível prática de lavagem de dinheiro, conhecida por “smurfing”, mediante o fracionamento de saques e depósitos em quantias não superiores ao valor de 9,999 mil reais; indícios de utilização de cota parlamentar para pagamento de despesas inexistentes ou irregulares; trechos de conversas de WhatsApp que sugerem pagamento “por fora” por parte dos investigados; indícios de utilização de empresas de fachadas para a prestação de serviços que foram pagos com cota parlamentar; e elevadas movimentações financeiras, de vários investigados, possivelmente ligados aos dois deputados federais, sem identificação da origem dos recursos.
Além disso, elementos indiciários de que os deputados teriam desviado recursos da cota por intermédio dos servidores comissionados Adailton Oliveira dos Santos e Itamar de Souza Santana, utilizando, para sucesso da empreitada, empresas como a Harue Locação de Veículos LTDA ME e a Amazon Serviços e Construções LTDA.
“O pedido da Polícia Federal [de buscas e medidas cautelares], amparado em Relatórios de Inteligência Financeira e nas diversas conversas extraídas de celulares dos investigados, revela a existência de indícios robustos, bem como demonstra a imprescindibilidade das medidas requeridas para continuidade da investigação”, pontuou o ministro.
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